Sinopse: “Quatro famílias iniciam uma desesperada busca por respostas quando uma criança desaparece e um complexo mistério envolvendo três gerações começa a se revelar.” (FONTE: Netflix)
A série “Dark” ainda nem completou duas semanas de estréia no serviço de streming Netflix e já vem causando alvoroço entre os espectadores, muito pela errônea associação ao blockbuster que se tornou “Stranger Things“.
Existem similaridades?
Sim! Mas apenas nas bicicletas, na instituição governamental misteriosa situada numa cidade pequena, no grupo de “amigos” e no desaparecimento de uma criança que dão o arranque na trama até o terceiro episódio, depois ambas as produções seguem rumos, abordagens e estilos diferentes.
Se “Stranger Things” caminha pela aventura com toques saudosistas de suspense e terror, “Dark” irá se dedicar à obscura ficção científica contemporânea.
Até o quarto episódio podemos dizer que ambas as séries produzem a mesma vibração, mas no fim dos dez primeiros episódios estaremos diante de um scifi/thiller mais próximo de “Fringe”.
O fãs da trama cult de J. J. Abrams irão certamente relacionar alguns elementos de “Dark” com a quarta temporada de “Fringe”: 1) temos um “cientista” importante para a trama, um paradoxo temporal, uma espécie de Observador (sério, até a roupa e o retrato falado do Noah me lembrou deles) e um livro obscuro que parece ser o motor de tudo.
Confira o trailer da primeira temporada… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=zy0b9e40tK8&w=560&h=315]
Claro que colocado assim, tudo soa menor! Mas não é! Além disso, temos aquela ciência temporal de “Interestelar”, além de momentos que remetem às viradas e ao mindfuck de “Lost”, tendo certo tempero surrealista à lá “Twin Peaks”, e o aspecto cativante de “Novembro de 63”.
Tudo costurado por uma personalidade regional cedida por referências a Chernobyl, e até mesmo ao Thrash Metal alemão (existe até um vinil rolando “Pleasure To Kill”, do Kreator).
Ainda existe implícito um certo ocultismo advindo de simbolismos herméticos e numéricos (como a Tábua de Esmeralda, de Hermes Trismegisto), e forte cheiro de conspiração futurista entrelaçados à teoria científica e até um pontual charme “steampunk” dado a uma certa máquina.
Voltando à comparação que está “vendendo” a série, digamos que “Stranger Things” é mais aventureira e explora o saudosismo, enquanto “Dark” traz a densidade intelectual dos paradoxos que cria um jogo de dedução interessantíssimo para o espectador que não quer simplesmente desligar a mente e se divertir com uma maratona de série.
Afinal, “Dark” não se atém a didatismos sobre a física quântica, Teoria do Caos, e a especificidades como a Ponte de Einstein-Rosen, os famosos buracos de minhoca, topologia espacial, ou linhas temporais paralelas, enquanto usa e abusa de viagens no tempo, além da interpretação muito própria da teoria do desdobramento e aberturas temporais de Lucile e Jean-Pierra Garnier Malet. .
Claro que esta opção gera problemas, além de certas inconsistências justificadas por dilemas famosos como o “paradoxo do avô”, a questão envolvendo o ovo e a galinha, ou a imensurabilidade do presente. Existe até mesmo uma interpretação pela filosofia da série (de uma possível inalteração do continuum) do “Gato de Schrödinger”, que pode ser descrita como “Helge de Schrödinger”.
Confira o primeiro teaser da série… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=4dePLB0SScE&w=560&h=315]
A falta um personagem como Walter Bishop, de “Fringe”, que consiga explicar certas nuances com mais carisma (algo que não parece ser uma preocupação na criação dos personagens), é algo que também pode ser um problema para alguns. Claro, aqui temos o “relojoeiro” que nos fornece algo mais didático.
Mas a não criação de um personagem carismático principal, como o próprio Walter, ou Tony Soprano, e até mesmo Walter White, gera um risco, mas também dá mais verossimilhança à trama. No final, ficará a sensação de que os personagens principais orbitaram o tempo todo em segundo e terceiro planos: estou falando de Noah e Claudia.
“Dark” é a primeira produção alemã da Netflix, criada pelas mentes de Baran bo Odar e Jantje Friese, que parecem ter um certo apreço por obras de J. J. Abrams e David Lynch, usando algumas de suas premissas como pontos de partida para criar uma trama com referências, mas encarnada de muita personalidade advinda da criatividade e do talento de ambos em moldar uma boa história usando artifícios narrativos diferentes do que estamos acostumados nas produções norte-americanas e inglesas.
Um exemplo desse fato está na forma como a história é contada. “Dark” não usa os personagens para mover sua trama, é exatamente o contrário, a trama que move os personagens. E exatamente por isso sua fórmula funciona, afinal até esta condição faz parte da “filosofia científica” explorada nesta primeira temporada.
Além disso, Odar e Friese conseguem manter a tensão por uma dinâmica “sanfonada”, indo e voltando na linearidade temporal, dando mais perguntas do que respostas, e usando estas respostas como artifícios para cativar o espectador, afinal, a primeira delas chega já no quarto episódio, sem alarde, e como se fosse uma obviedade. E todas as respostas serão tratadas assim, como obviedades já deduzidas pelo espectador, numa naturalidade de timing impressionante.
Outro diferencial é a forma esmerada e detalhada com que os personagens são construídos. Diferente do usual, esta construção está mais ligada com as circunstâncias do que com as essências de cada um.
A construção psicológica de cada elemento é feita principalmente por causa e efeito da passagem do tempo para cada um deles, e há de se louvar a capacidade de diferentes atores de capturarem essências do mesmo nome em épocas diferentes de suas vidas.
Isso tudo traz, aliado a todo o escopo científico moderno, uma dinâmica mais literária, enciclopédica, do que cinematográfica, que chega a confundir no início pela quantidade de nomes. E essa característica de construção minuciosa se aplica até mesmo à criação da fria, misteriosa, sombria e lúgubre cidade de Wisen, por imagens eloquentes, e uma fotografia claustrofóbica.
E aí reside o fator que creio ser determinante para que “Dark” não tenha o mesmo apelo de “Stranger Things”: a certa inacessibilidade.
Desde a estética expressionista européia da trama, até as amarras intelectuais que esperam que você faça, principalmente as paradoxais, mostram que “Dark” não é uma reconstrução de um filme de Sessão da Tarde, e tende mais a se tornar cult, do que um sucesso comercial (espero estar errado!).
Se teremos uma segunda temporada ainda é um mistério! Mas o criadores já dizem saber para onde sua história seguirá numa possível renovação, e sua última cena dá margem a inúmeras teorias.
O importante é que as questões principais já foram resolvidas, mas deixando poucas pontas soltas para serem exploradas no futuro, principalmente a possibilidade de uma guerra entre facções (Noah – que achamos ser uma versão futurista de Bartosz- de um lado, e Claudia e Jonas do outro) pelo controle da viagem temporal.
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