Quem foi o necrófilo considerado o 1º serial killer brasileiro?

 

O primeiro serial killer brasileiro foi Preto Amaral, que causou terror na São Paulo do início do século XX, acusado de necrofilia, pederastia e sadismo.

Neste artigo, contaremos a história de Preto Amaral, o primeiro assassino em série do Brasil, usando como referência bibliográfica o livro “Arquivos Serial Killers”, de Ilana Casoy, lançado no Brasil pela Darkside Books.

O primeiro serial killer brasileiro foi Preto Amaral, que causou terror na São Paulo do início do século XX.

Preto Amaral assombrou os paulistanos na década de 1920 com crimes como estrangulamento, morte, estupro e necrofilia. O caso Amaral foi analisado ao longo das décadas seguintes rendendo teses de mestrado, peças de teatro e livros.

Na ala dedicada aos criminosos sexuais no Museu do Crime, em São Paulo, Preto Amaral aparece em destaque e um fato curioso anexado em seu processo é a avaliação do psiquiatra. Ele considerou que o pênis grande do criminoso era “indício de sua bestialidade”. Na época era comum associar o tamanho do pênis do criminoso com a bestialidade do seu crime.

Enquanto esteve preso esperando julgamento, “Preto Amaral foi submetido a exames físicos e psiquiátricos que concluíram ser ele um criminoso sádico, necrófilo e pederasta, sendo a criança seu objeto principal

Quem era Preto Amaral?

José Augusto do Amaral, que entraria para a história da infâmia brasileira como o primeiro serial killer do Brasil, nasceu no interior do estado de Minas Gerais, na cidade de Conquista, no ano de 1871.

Ele era filho de escravos, mas ficou livre após a Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, com dezessete anos. Analfabeto, inteligente, tocava instrumentos musicais de ouvido e tinha excelente memória. José Augusto do Amaral ainda acumulava os ofícios de ferreiro e cozinheiro.

Ma seu destino logo foi traçado pela única opção para vários escravos recém libertos: o exército brasileiro. Serviu no Brasil inteiro: Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso, chegando ao posto de tenente na Guerra de Canudos, em 1897. Aos 56 anos, abandonou o posto de voluntário da pátria e começou a viver de trabalhos informais na cidade de São Paulo.

Como vários ex-escravos que serviram o país iguais a ele, José Augusto Amaral tinham tudo para morrerem no anonimato. Porém, sem vínculos afetivos estáveis, projeto de vida ou objetivos pessoais como cidadão, a escala de Preto Amaral no crime começou em 1920, por vagabundagem e furto, culminando em uma série compulsiva de assassinatos em 1926.

Em janeiro de 1927 foi preso e confessou três homicídios. Segundo seu próprio depoimento, ele seduzia, depois asfixiava, para então estuprar os cadáveres das vítimas – todos eles jovens entre 10 e 21 anos.

A confissão de Preto Amaral foi feita com naturalidade e sem qualquer demonstração de remorso ou emoção, segundo os relatos dos policiais e jornais da época. Tanto que ele confessou praticar os estupros somente após ter a certeza de que estavam mortos, como se isso fosse uma atenuante para seus atos.

Com isso, Preto Amaral, como era conhecido, foi apelidado pelos jornais da época como “o monstro negro”, “o diabo negro” “o estrangulador de crianças”.

A Primeira Vítima de Preto Amaral

A primeira vítima de Preto Amaral foi Antônio Sanches, um jovem de 27 anos que foi abordado pela assassino nos arredores da Praça Tiradentes quando lhe pediu fósforos.

Depois de tomarem um café num bar, Amaral o teria convidado para assistir um jogo de futebol. O corpo foi encontrado próximo do aeroporto Campo de Marte na zona norte de São Paulo.

A Segunda Vítima de Preto Amaral

A segunda vítima de Preto Amaral foi José Felippe Carvalho, uma criança de dez anos assassinada na véspera de natal de 1926 após ser atraída com alguns presentes e balões. Seu corpo só foi encontrado treze dias depois já sem os membros superiores.

A Terceira Vítima de Preto Amaral

A terceira vítima de Preto Amaral foi Antônio Lemos, um jovem de quinze anos que foi aliciado pelo serial killer numa tarde de 1927, nos arredores do Mercado Municipal de São Paulo. Antônio desapareceu após aceitar um almoço pago por Amaral e foi visto pela última vez entrando num bonde com seu assassino.

Como Preto Amaral foi preso?

Somente após encontrarem o terceiro corpo com os mesmos indícios, os policiais suspeitaram que São Paulo tinham um assassino que cometia crimes em série. Entretanto, como a técnica de caça a um serial killer ainda era coisa do futuro, Preto Amaral só foi pego por um erro seu.

Sua quarta vítima seria o engraxate de nove anos, Roque Piccili. Amaral levou o menino para baixo de uma ponte onde o estrangularia, porém, se assustou ao ouvir algumas vozes e fugiu. Quando retornou, viu que não tinha conseguido matar o menino que já estava o delatando na delegacia.

Porém, mesmo após a confissão e a prisão de Preto Amaral, os jornais ávidos pelas vendas que o caso causava continuou noticiando homicídios semelhantes, aumentando em muito sua lenda.

Preto Amaral morreria de tuberculose cinco meses após a prisão, mas antes de ser efetivamente julgado. A população da época pedia pena de morte para o primeiro serial killer do Brasil.

Porém, não tardou a chegada de Febrônio, o “Filho da Luz”, o segundo serial killer do Brasil cometeria seus crimes hediondos, ainda na década de 1920, contra crianças carentes.

10 Indícios que fazem de Preto Amaral um serial killer

(*) A lista abaixo foi retirada do “Arquivos Serial Killers”, de Ilana Casoy, lançado no Brasil pela Darkside Books.

  1. Antecedentes de doença mental, deduzidos pela internação de três meses no Hospício de Alienados de Porto Alegre, depois de um episódio de “ausência mental”.
  2. Amaral era solitário e sem endereço fixo, vivendo em albergues, praças públicas e pensões.
  3. Desertou, por várias vezes, de instituições militares, demonstrando problemas em relação à disciplina.
  4. O tamanho e o calibre do seu pênis eram completamente anômalos, o que certamente lhe causou problemas sexuais.
  5. Amaral era andarilho, vivia em peregrinação pelo país afora.
  6. Tem antecedentes criminais.
  7. Levou a polícia até os restos mortais de Antônio Sanchez e José Felippe de Carvalho.
  8. Foi reconhecido, na delegacia por três vítimas que alegavam ter sobrevivido ao seu ataque.
  9. Os assassinatos se deram no mesmo local e da mesma forma.
  10. Os assassinatos pararam depois de sua prisão.

O que é um Serial Killer?

Segundo o site do F.B.I., “o termo ‘assassinatos em serie’ significa uma série de três ou mais assassinatos, dos quais pelo menos um foi cometido dentro dos Estados Unidos, com características comuns que sugerem a possibilidade razoável de que os crimes tenham sido cometidos pelo mesmo ator ou atores.” Porém, esta classificação foi absorvida por todos os países. Quem comete este tipo de crime é chamado de serial killer (assassino em série, no Brasil).

Mas qual é a diferença entre um serial killer e um assassino? Assassinos em série escolhem seus próprios alvos, geralmente por um motivo específico (dependendo de qual categoria eles se enquadram). Assassinos, no entanto, não. Eles assumem a tarefa de matar seus alvos devido aos desejos de outra pessoa.

5 Livros Essenciais Sobre Serial Killers

Abaixo, listamos cinco livros essenciais sobre serial killers. Usando os links em azul você aproveita descontos nos livros e apoia nosso trabalho aqui no site:

  1. “Serial Killers – Anatomia do Mal: Entre na mente dos psicopatas”, de Harold Schrechter [Link do Livro]
  2. “Arquivos Serial Killers”, de Ilana Casoy [Link do Livro]
  3. “Lady Killers: Assassinas em Série: As mulheres mais letais da história”, de Tori Telfer [Link do Livro]
  4. “Mindhunter: O primeiro caçador de serial killers americano”, de John Douglas e Mark Olshaker [Link do Livro]
  5. “Jack, o estripador: A investigação definitiva sobre o serial killer mais famoso da história”, de Donald Rumbelow [Link do Livro]

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