Pop Javali – Resenha de “Resilient” (2017)

 
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Pop Javali, “Resilient” (2017, Voice Music) NOTA:8,5

É fato que após o lançamento de “The Game Of Fate” (2014) o power trio brasileiro Pop Javali cravou seu nome à ferro e fogo na cena nacional, mesmo não sendo nenhum novato dentro dela,  pelo destaque que o álbum obteve dentro das listas de melhores do ano dos mais diversos veículos nacionais da mídia especializada, o que chamou a atenção além das nossas fronteiras.

Esta repercussão lhes deu oportunidade de excursionar, pela primeira vez, fora de sua terra natal, o que rendeu o ótimo registro ao vivo “Live In Amsterdam” (2016).

Nada melhor do que aproveitar a maré de crescimento para trabalhar em um novo álbum. E foi exatamente o que fizeram Marcelo Frizzo (baixo/vocal), Jaéder Menossi (guitarra) e Loks Rasmussen (bateria), ao se dirigirem ao estúdio Busic Produções, em São Paulo, para registrar novas composições sob a produção de Andria e Ivan Busic, com quem já trabalharam em “The Game Of Fate” .

Confira o lyric video para “Drying the Memories”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=y0eaPHfHXHY&w=560&h=315]

Ou seja, a produção está esmerada como se espera, calibrando bem organicidade e modernidade, permitindo escrutinar cada detalhe destas novas composições que corroboram a evolução que permeia a música do Pop Javali.

E, de cara, podemos dizer, sem receio algum, que “Resilient”, terceiro full lenght da banda, é o mais pesado de sua discografia, afinal se aproximaram com ousadia das texturas mais vívidas do Heavy Metal, mas mantendo a identidade, sendo que, mesmo num álbum dinâmico e multivariado, é possível enxergar as digitais do Pop Javali em cada passagem, ou andamento.

Confira o web clip de “Renew Your Hopes”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=5Vjm5fCPdZM&w=560&h=315]

Além disso, é evidente uma evolução técnica, principalmente nos momentos em que ousam mais nos arranjos, ou se arriscam fora de sua zona de conforto, culminando numa sonoridade inflamada, encorpada, trampada, e moderna, que alterna passagens mais cadenciadas, com groove, junto ao peso e a velocidade pontuais, quase imprevisíveis.

Já nos primeiros momentos de “Hollow Man”, por exemplo, percebemos tangencias com o Thrash Metal, enquanto mais para frente teremos passagens com alto senso melódico, típicos do Hard Rock, como em “Reasonable”, “Undone”“We Had It Coming”, e até mesmo de Metal Tradicional como em “Broken Leg Horse” (que carrega consigo até mesmo um senso progressivo).

Confira o web clip para “Shooting Star”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=ycrYhlNeJZc&w=560&h=315]

Os riffs estão pesados, mas sem perder a melodia, os solos se mostram bem construídos e inseridos com precisão às composições, e a seção rítmica está acachapante. Todavia, o destaque individual vai para Marcelo que indiscutivelmente amadureceu sua interpretação, com linhas vocais versáteis que ajudam a dinamizar e emocionar as músicas.

Claramente também evoluíram como compositores, apresentando faixas diferenciadas, mesmo que construídas com elementos comuns entre si, com destaques para “Drying the Memories” (com melodia Hard Rock cativante), “Turn Around” (uma peça menos pesada, mais melódica e com ótimas linhas de baixo e guitarra), “Show You The Money” (simples, mas certeira), a belíssima “Renew Your Hopes”, e a faixa-título (multifacetada e flertando novamente como Thrash Metal), indiscutivelmente os pontos de máximo de “Resilient” e seu constante equilíbrio de peso e melodia.

Um passo gigantesco na consolidação e no amadurecimento do Pop Javali.

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