Overdrive – Resenha de “The Battle of Rock” (2018)

 

Overdrive The Battle of Rock 3
Overdrive: “The Battle of Rock” (2018 | Hellion Records) NOTA:7,5

Formada em agosto de 1980, a banda Overdrive, oriunda da Suécia, combinava  referências europeias e norte-americanas do heavy metal, pesando a mão nas influências de Judas Priest, Def Leppard, Iron Maiden, Accept e Riot, tanto no EP “Reflections” quanto no primeiro álbum, “Metal Attack” (1983), que resenhamos aqui.

“The Battle of Rock” é um resgate justamente deste período entre o EP e o primeiro álbum, afinal ele traz um registro ao vivo feito pela Radio Blekinge, no Rockslaget Festival, realizado na cidade natal da banda, em 24 de julho de 1982. O festival durou três dias e tinha como headliners bandas como Simple Minds, Tygers of Pan Tang e The Exploited.

Foi nesse mesmo local que o Overdrive, junto a outras bandas da cena  gravaram a histórica coletânea tripla “Rockslaget”, lançada naquele mesmo ano e que iria impulsionar o heavy metal sueco no início dos anos 1980.

Lembremos que o primeiro álbum do Overdrive só seria lançado em maio do ano seguinte, ou seja, o que ouvimos aqui é uma banda em processo de lapidação de sua sonoridade num puro registro ao vivo, com honestidade nos erros e acertos, além de muita energia.

Para completar o clima de arqueologia musical, o registro do show sobreviveu a todas essas décadas numa fita K7, e até por isso você não vai ser ingênuo de esperar uma superprodução, certo? Inclusive já ouvi muito bootleg histórico, tido como “Santo Graal” do rock/metal, com som bem pior do que aquele ouvimos aqui.

Isso posto, encaremos  “The Battle of Rock” como uma espécie resgate antropológico cultural centrado no heavy metal sueco, feito pela Hellion Records.

Exagerei? Pode ser. Mas não dá pra negar que aqui temos um registro da história do metal sueco enquanto ela acontecia.

Nessa apresentação da banda, parte do P.A. estragou e dá pra perceber claramente como isso desgasta ainda mais o resultado final.

A “produção” é crua? Sim! Muito! O que nos dá um inegável (para o bem e para o mal) resultado honesto, dotado de muita energia, além de apresentar várias composições que nunca foram registradas oficialmente pelo Overdrive.

E mesmo com essa captação sonora diletante podemos ver o quão poderosas são composições como o hard rock “Tonight” (que nunca apareceu nos álbuns ou demos), a versão primitiva de “Confused” e a sempre instigante “Doomwatch”.

Mesmo com essa produção, “The Battle of Rock” escancara o quão limitado era o vocalista Pelle Thuresson, pois fica nítida a diferença de sua técnica para o restante da banda.

Além de abusar do direito de exagerar, Pelle dá várias escorregadas nas entradas e nos tempos das composições. Suas performances em “Girls Will Be Girls” “Can’t Get Enough” são constrangedoras, pra não dizer sofríveis.

Confesso que depois de ouvir esse material mudei de ideia e acho que a produção de “Metal Attack” (1983) não prejudicou tanto assim o vocalista e, no álbum seguinte, “Swords and Axes” (1984 | que resenhamos aqui), além dele encontrar uma zona de conforto, a produção dos vocais fez milagre.

Se você se perguntar qual a razão de lançar algo como essa qualidade de registro, pense que com o lançamento de “The Battle of Rock”, exclusivo para o Brasil, a Hellion Records dá o panorama completo de uma importante banda sueca em sua primeira encarnação.

TRACKLIST

1. Let It Out
2. Girls Will Be Girls
3. Tonight
4. Light Infidelity
5. Out of the Mist
6. Can’t Get Enough
7. Confused
8. Battle of Rock
9. Doomwatch
10. You’ve Got What It Takes
11. Evil Walks Behind You
12. Midnight Cruiser
13. Lady Luck

FORMAÇÃO

Kenth Ericsson (baixo)

Kenta Svensson (bateria)

Janne Stark (guitarra)

Kjell Jacobsson (guitarra)

Pelle Thuresson (vocais).

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