A capa de “Path to Darkness”, primeiro full lenght da banda brasileira de black metal Outlaw, invoca o minimalismo ocultista das capas das primeiras bandas da segunda onda do gênero, recheada de simbolismo e imagética ritualística, reforçada pelas imagens dentro do encarte.
Ao mesmo tempo, a estrela unicursal de onze pontas impressa no CD nos mostra que o simbolismo que o Outlaw imprime em sua música, registrada em “Path to Darkness”, possui profundidade dentro do ocultismo, afinal, essa estrela é referencia a Qliphot, uma plano habitado por forças malignas das mais diversas naturezas.
Musicalmente, o Outlaw pratica o bom, velho e blasfemo black metal, de rispidez bem administrada, bem definido em oito composições, iniciadas numa intro (misteriosa e imperiosa) e fechadas com uma belíssima homenagem ao Dissection, com uma releitura de “The Somberlain”, que traz a participação do guitarrista Paulo Furtado (Karnnage).
Por aí, o Outlaw deixa claro que o Dissection é sua principal influência (Ok!Há algo de Emperor e Watain [que inclusive tem uma música chamada “Outlaw”] aqui e ali também), mas sem se restringir ao mimetismo gratuito, gerando um fascínio profano em faixas como “Darkness Corners” (um perfeito resumo da sonoridade do Outlaw), “Path to Darkness” (cadenciada, cáustica e densa), “Death Blow” (melhor do disco, com criatividade e construção engenhosa) e “Kali Youga” (que traz a participação de Heverton “Áscaris” Souza [Imperium Infernale, Distort e Zombeers] nos vocais).
Composições estas que se destacam como provas de que “Path to Darkness” está mergulhado no magma negro e vil do passado do black metal, mas também na sua ordenação reverente do presente, longe da cacofonia pertubadora.
É impressionante como o Outlaw moldou suas influências de black metal noventista em “Path to Darkness” de modo inteligente e criativo, mesmo que ainda cercado pelos tradicionalismos do black metal, sem recusar a violência, mas também sendo envolvente pela sofisticação bem controlada e diluída em certa aspereza (fato melhor perceptível em “Cursed Blood”).
A produção menos crua, mas sem abandonar a organicidade visceral do gênero, potencializa os riffs velozes e cortantes do guitarrista D, devidamente amparados por uma massa sonora extrema, de aura sombria, alicerçada pelo baixo encorpado de B e a bateria seca de C. “Path to Darkness” foi gravado no ano de 2017 e produzido, mixado, e masterizado pelo próprio vocalista/guitarrista do Outlaw.
Também existe um forte tom introspectivo e melancólico nas texturas limpas, carregando de sombras depressivas o extremismo do black metal pelo Outlaw, com tangências ao death metal como manda a tradição brasileira, lançando mão também de passagens melódicas e refrãos fortes, principalmente em faixas mais longas como “Mahapralaya”.
O resultado final de “Path to Darkness” traz uma personalidade direta, obscura e de espírito maligno que se manifesta numa performance vocal medonha e impactante de D.
Claro que existem pontos onde as arestas podem ser aparadas e a sonoridade, bem com a identidade do Outlaw, ainda melhor desenvolvidas. Afinal, potencial para isso eles mostraram neste “Path to Darkness”, um cartão de visitas na cena que é um poderoso culto às sombras do metal extremo.
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