Neste texto vamos dissecar “A Journey For The Damned”, o álbum de estréia da banda britânica de metal extremo Master’s Call. Com uma mistura explosiva de black, death e heavy metal, Master’s Call entrega um álbum que captura toda a sombria majestade dos antigos deuses do heavy metal.
Introdução
“A Journey For The Damned” é o álbum de estreia da Master’s Call, uma banda britânica que quer capturar a essência perdida do metal extremo daquele país que nos revelou nomes como My Dying Bride, Bolt Thrower, Napalm Death e Carcass, dentre vário outros.
Eles se apresentam como uma banda de Metal Extremo e seu EP de estreia, “Morbid Black Trinity”, lançado em 2019, foi bem recebido pela imprensa especializada e pelo público, levando a banda a receber convites para se apresentar em diversos festivais.
Mesmo assim, a banda enfrentou desafios significativos, incluindo, obviamente a pandemia que eclodiu em seus primeiros anos de existência, além das costumeiras mudanças na formação. Durante as gravações de “A Journey For The Damned”, a banda perdeu três vocalistas, levando o guitarrista John Wilcox a assumir os vocais.
Podemos dizer que este álbum é uma declaração de resistência, resiliência e força dentro metal extremo moderno. Lançado em 24 de novembro de 2023, “A Journey For The Damned”, que chega ao Brasil através do selo Shinigami Records, é o fruto de uma jornada tumultuada, marcada por adversidades e uma busca incansável pela excelência sonora.
Gravado entre o Parlour Studios no Reino Unido e o Kohlekeller Studio na Alemanha, “A Journey For The Damned” é o produto de uma colaboração entre os talentos de músicos talentosos e experientes. Com vocais e guitarra por John Wilcox, Dave Powell na guitarra, Adam Tricklebank no baixo e James Williams na bateria, o álbum também conta com vocais de apoio de Daniel Slevin em faixas selecionadas.
Master’s Call: Resenha de “A Journey For The Damned”
De cara, o que mais me chamou a atenção quando as sete faixas do tracklista oficial terminaram foi a capacidade que o quarteto britânico tem de costurar referências óbvias de nomes como Necrophobic e Dissection. A primeira pela forma com que mistura o death metal com o black metal e a segunda pela manufatura de progressões melódicas e riffs de guitarra que criam um clima técnico e melódico em meio a música brutal da banda.
De certa forma, essa fusão de melodia, técnica e brutalidade dos elementos clássicos do black e death metal, adicionados de algus grooves modernos pontuais, são o que realmente definem “A Journey For The Damned”.
Um bom exemplo desta minha visão está em “The Serpent’s Rise”, uma das melhores faixas do disco que tem uma estética agressiva que mostra bem estas influências de Dissection(até o nome da música lembra o trabalho dos suecos) e Necrophobic, com riffs de guitarra que tecem melodias sinistras sobre uma base de black e death metal. A faixa é um exemplo perfeito da capacidade do Master’s Call de criar música que é ao mesmo tempo brutal e belamente composta, com seções que alternam entre a velocidade vertiginosa e momentos de melodia sombria.
É claro que nos detalhes ouvimos passagens e elementos da construção das músicas que nos levam diretamente e outras bandas como Watain, Morbid Angel, Immortal, Emperor, Dimmu Borgir, Slayer, e Cradle Of Filth. Porém todas elas existem e são fundidas para criar um som que é unicamente seu. Além disso, influência de bandas clássicas de heavy metal, como Judas Priest e Black Sabbath, também é sentida na capacidade da banda de criar riffs cativantes e solos de guitarra cortantes.
Outro grande destaque do ataque promovido em “A Journey For The Damned” vai para a faixa “Beyond The Gates” (que tem uma passagem de guitarras que é puro Iron Maiden), uma jornada épica pelo metal extremo de bom gosto. A faixa começa com uma atmosfera sombria que lentamente se constrói em uma tempestade de riffs frenéticos e bateria implacável. A dinâmica entre os vocais, ora guturais ora gritados, cria uma dinâmica instigante. Já a inclusão de partes atmosféricas, adiciona uma camada de profundidade à música, criando momentos de calmaria antes da tempestade.
Ainda posso elencar faixas como “All Hope In Fire”, “nto The Abyss Once More” e “Pathways” que seguem num segundo pelotão de destaque dentro do repertório de “A Journey For The Damned”, capazes de mostrar a habilidade técnica da banda em cada nota tocada, criando uma atmosfera que é ao mesmo tempo opressiva e cativante, perfeita para explorar os temas sombrios e turbulentos, refletindo sobre as lutas, vitórias e espiritualidade encontradas ao longo da vida, dentro de suas letras.
Musicalmente, “A Journey For The Damned” é levado por complexidade, técnica e atmosferas bem criadas. Os riffs de guitarra conseguem ser brutais, mas ainda assim transmitir certo requinte na construção e os solos, mesmo que construídos sobre bases altamente técncias, conseguem surgir nos momentos certos para inflamer o instrumental. Com isso, criam um metal extremo com bom gosto e altíssima classe!
Já a seção rítmica é a espinha dorsal do álbum, fornecendo uma base sólida para as camadas de guitarra, sustentado a geometria poligonal que liga o death e o black metal. Mas não pense em simplicidade, pois a abordagem complexa e potente da bateria é capaz, não só de sustentar, mas de complementar a riqueza instrumental das guitarras.
Além disso, algumas passagens climáticas, já esperadas pelos inciados neste tipo de musicalidade, mesmo sem o impacto da imprevisibilidade, conseguem ser o fulcro que equilibra a técnica com o peso, construindo momentos de alívio dentro de uma narrativa musical emocional tensa.
Pra finalizar, preciso mencionar o brilhantismo do trabalho em estúdio. Sob a batuta de Kristian Kohle, a produção de “A Journey For The Damned” alcança uma qualidade sonora que é raramente vista em álbuns de estreia.
Kohle, conhecido por seu trabalho com bandas como Powerwolf e Aborted, traz uma clareza e profundidade ao som do Master’s Call que permite que cada elemento da música brilhe no momento certo. A produção não mascara a crueza do metal extremo; em vez disso, ela a eleva, criando um som que é vasto e imersivo, permitindo que a complexidade e a intensidade da música sejam plenamente apreciadas.
Conclusão
“A Journey For The Damned” é, de fato, um álbum tecnicamente sofisticado e emocionalmente carregado, com uma forte ênfase na habilidade instrumental e na dinâmica vocal. A combinação de riffs agressivos e melódicos, a complexidade rítmica da bateria, e a variação expressiva dos vocais criam uma obra que é tanto intensa quanto atmosférica. As passagens climáticas e a dinâmica entre os momentos agressivos e melódicos contribuem para a narrativa e a profundidade do álbum, reforçando seu caráter pesado e envolvente.
Não perca a chance de se juntar a esta odisseia infernal. Clique aqui e ouça “A Journey For The Damned”. Mas prepare-se para ser transportado para um reino onde o metal reina supremo. Junte-se à legião de almas condenadas e testemunhe a ascensão de uma nova força no metal extremo.
Lista de Faixas de “A Journey For The Damned”
- All Hope In Fire 06:16
- Beyond The Gates 06:18
- The Serpent’s Rise 06:03
- Blood On The Altar 04:45
- Damnation’s Black Winds 05:05
- Into The Abyss Once More 04:51
- Pathways 07:28
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