Procurando por uma resenha do livro “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, sob o olhar feminino? Este artigo oferece uma análise completa e reflexões sobre essa obra-prima.
Se você está procurando por uma resenha do livro “O Conto da Aia” sob o olhar feminino, você veio ao lugar certo. Neste artigo, oferecemos uma análise completa dessa obra-prima, explorando suas temáticas feministas e suas reflexões sobre a opressão das mulheres feita pela nossa estimada colaborada Laira Arvelos.
Para entender completamente o livro “O Conto da Aia” e sua importância no contexto feminino, é crucial ter uma compreensão da contextualização histórica e social em que a obra foi escrita.
A autora, Margaret Atwood, escreveu o livro na década de 1980, em um momento em que questões como direitos reprodutivos, igualdade de gênero e opressão das mulheres estavam em destaque. Através de sua narrativa distópica, Atwood oferece uma crítica contundente à sociedade patriarcal e levanta questões importantes sobre o papel das mulheres na sociedade.
Até por isso, “O Conto da Aia” continua sendo uma obra extremamente relevante nos dias de hoje, mesmo décadas após sua publicação. Através da distopia criada por Margaret Atwood, somos confrontados com questões que ainda são pertinentes para as mulheres.
A opressão das mulheres, a perda de direitos reprodutivos e a luta pela igualdade de gênero são temas que continuam sendo debatidos e enfrentados atualmente. Através da história de Offred, somos levados a refletir sobre a importância da autonomia e da liberdade das mulheres em uma sociedade patriarcal.
Além disso, o livro nos alerta sobre os perigos de permitir que o poder seja concentrado nas mãos de poucos, especialmente quando se trata do controle sobre o corpo e a vida das mulheres.
“O Conto da Aia” serve como um lembrete poderoso de que a luta pelos direitos das mulheres ainda está em curso e que é necessário continuar lutando por uma sociedade mais justa e igualitária.
Nesta resenha resgatada dos nossos arquivos, a colaboradora Laira Arvelos explora esses temas e reflexões, destacando a relevância do livro para as mulheres de hoje.
Uma Análise do livro “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, pelo olhar feminino
Estou aqui há alguns dias tentando escrever sobre esta obra, e parece que as palavras não saem, o que existe é um imenso vazio, uma aflição e reflexão que vem me acompanhando ao compara-la a algumas notícias, uma vontade de que muitos possam ler o que li, ver o que vi, para que de alguma forma esta mensagem nunca morra:
“escrever é deixar uma marca, é impor ao papel em branco um sinal permanente, é capturar um instante em forma de palavra.”
Ainda estou sob o impacto desta história.
“O Conto da Aia” é uma obra prima da literatura de ficção científica, romance distópico (prefiro a definição conto de terror) de 1985 da autora canadense Margaret Atwood.
A obra ganhou o Prêmio Arthur C. Clarke, em 1987, e também foi nomeado para o Prêmio Nebula, de 1986, o Prêmio Booker, de 1986 e o Prêmio Prometheus, de 1987.
Margaret Atwood, é uma escritora canadense: romancista, poetisa, ensaísta e contista que nasceu na cidade de Ottawa, em 1939. Graduou-se em Artes na Universidade de Toronto e foi professora de Literatura Inglesa em várias universidades canadenses.
Foi laureada com inúmeros prêmios, entre eles o Príncipe de Astúrias, de 2008, pelo conjunto de sua obra. Sua obra é conhecida por mesclar uma fina veia irônica com uma aguçada perspicácia para questões contemporâneas.
A história de “O Conto da Aia” narra a vida na “República de Gilead”, após sofrer uma revolução teocrática, o país passa a ser regido por cristãos radicais que fazem da interpretação do Velho Testamento bíblico a nova ordem.
Nesta organização as mulheres ocupam a posição mais baixa da sociedade, já não possuem nomes, direitos, já não podem se expressar ou ser alfabetizadas.
São divididas em classes com funções bem definidas: as Tias, senhoras que educam as mulheres para a servidão e submissão, as Marthas, responsáveis pelos serviços domésticos; as Esposas, administradoras do lar; e as as Aias, com função de reproduzir; estas últimas que nos contaram toda a história.
O “O Conto da Aia” é narrada em primeira pessoa, Offred (em inglês “do Fred”) é uma Aia que nos ambienta na rotina da casa de seu comandante, a sua função é dar filhos a ele.
Nos mostra também como era sua história com sua filha e marido através de alguns flashbacks, seus relatos vão construindo o enredo que é detalhadamente escrito pela autora.
O relato de Offred nos mostra superficialmente, que alguma radiação trouxe a infertilidade, sendo esse o motivo para mulheres com capacidade de gerar a vida, serem recrutadas para o posto de aias.
O brilhantismo de Margaret Atwood em retratar com minúcia os cenários, as vestimentas e situações com um pano de fundo com fundamentação histórica, é o que mais amedronta, porque mostra uma história contrassensa, mas absurdamente tangível: a gravidez forçada, o modo de vestir, o regime totalitário, a culpabilização da mulher pelo estupro, as perseguições políticas e assassinatos de opositores de governos, isso são coisas que ouvimos diariamente.
A barbárie retratada, (quase sempre relacionada as mulheres) estampa os noticiários; acontece nas vielas das cidades, perto de nós e em outros países.
Quando nos mostra um governo radical em “O Conto da Aia”, Atwood nos leva a sentir o sofrimento da dominação e o sacrifício da liberdade e quão frágil são nossas posições diante de algo maior do que estamos acostumados, até onde vai nossa obsessão em deixar algo para além da morte?
O que incomoda profundamente é a sensação de que a vida tornou-se estática, uma insuportável realidade onde o radicalismo imposto é aceito, a angústia aparece quando Offred fala de suas memórias, e tenta fortalecer-se e manter a sanidade sonhando como tudo poderia ser diferente, mas não é: “eu gostaria que esta história fosse diferente. Gostaria que fosse mais civilizada. ”
O estilo de escrita de Margaret em “O Conto da Aia” é primoroso, uma escrita extremamente detalhista que pode agradar a quem assim como eu se apaixona fácil por quem consegue descrever mínimos detalhes de um ambiente ou objeto fazendo o tão palpável como se estivesse à sua frente, no desenrolar da história, ora ou outra sentimos um pequeno feixe de luz, de esperança que na sequência é ofuscado por outro fato que destrói toda perspectiva de mudança.
A última frase de “O Conto da Aia” poderia ser um suspiro em meio ao caos desta história sufocante, porém o epílogo do livro vem como uma avalanche para esmorecer toda sua fé, sutilmente toda dor e sofrimento acometido as aias são questionados.
Um epílogo cruel.
O livro foi adaptado para um filme feito em 1990, em português “A decadência de uma espécie”, baseado no roteiro de Harold Pinter, com direção de Volker Schlöndorff, para uma ópera, escrita por Poul Ruders que estreou em 2000 na Dinamarca.
Em 2003 a mesma ópera foi apresentada pela English National Opera, em Londres, e entre 2004 e 2005 ficou em cartaz no Canadá, pela Canadian Opera Company. (1990). E para série em 2017.
A belíssima série The Handmaid’s Tale (2017) é uma obra de televisão estadunidense criada por Bruce Miller. Encomendada pelo serviço de streaming Hulu. Com consultoria de Margaret Atwood na produção, recebeu aclamação da crítica e venceu os prêmios de Programa do Ano e Série Dramática no Television Critics Association e vários Prêmios Emmy do Primetime, incluindo melhor atriz e melhor Série Dramática, em 2017.
5 Melhores Livros de Margaret Atwood
- “O Conto da Aia” – Link do Livro
- “Os Testamentos” (continuação de “O Conto da Aia”)- Link do Livro
- “Vulgo Grace” – Link do Livro ou leia gratuitamente pelo Kindle Unlimited.
- “Oryx e Crake” – Link do Livro ou leia gratuitamente pelo Kindle Unlimited.
- “Assassino Cego” – Link do Livro
Leia Mais:
- Gilead | Entenda a História e a Geopolítica em “O Conto da Aia”
- Distopia: Os 7 melhores livros para quem ama realidades distópicas
- O mistério da morte de Marilyn Monroe: Suicídio ou Assassinato?
- Como As Mulheres Mudaram os Rumos da História do Rock?
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