Julie London é um dos símbolos dos anos 1950.
Sua voz ardente, muito feminina, sussurrada e afinadíssima derreteu o coração dos apaixonados quando ela lançou sua versão de “Cry Me A River”.
Essa música chegou num momento em que o jazz se entrelaçou ao pop com as orquestras de dança, as Sweet Bands (que catapultaram nomes como Tony Bennett e Frank Sinatra), e se desenvolveu paralelamente aos seus desdobramentos mais tradicionais
Julie London: Uma Diva do Jazz Pop na era do Rock n’ Roll!
Julie London acabou se tornado um símbolo do smooth jazz na era pós-rock n’ roll, afinal sua voz afinadíssima e extremamente sensual se encaixava perfeitamente com as melodias acessíveis e confortáveis da sonoridade calcada no R&B e de alto senso harmônico, além do forte apelo pop.
Dona de uma voz belíssima, Julie London era também uma mulher de beleza ímpar, um sex symbol do cinema, área onde tem uma carreira destacável com bons filmes no seu currículo.
Porém, sua carreira na música, no jazz de acento pop, da mágica década de 1950, é de destaque muito maior.
Considerada a mais glamourosa e sofisticada das décadas do século XX, os anos que se sucederem na década de 1950 estabeleceram as bases fortes para o desenvolvimento da cultura pop.
A produção neste segmento, a partir de 1950, foi maciça, tendo experimentado o apogeu da alta costura (com o advento da modelos pioneiras), a romântica e ingênua ficção científica (que popularizou o uso dos temas espaciais), a realidade da Guerra Fria (imprimindo um clima de suspense durante toda a década que, indiretamente, influenciou muito na produção cultural) e, para nós brasileiros, foi a década em que conquistamos a primeira Copa do Mundo de futebol, em 1958, na Suécia.
Entretanto, cinco são os símbolos desta década charmosa que marcaram a cultura popular, sendo impossível dissociá-los do imaginário popular e até mesmo do cotidiano: Carros Imponentes, o Rock N’ Roll, a gênese do Movimento Beat e as grandes divas.
Julie London era uma das grandes divas daquela década.
O cinema e a televisão da época espalharam pelo mundo a imagem das mais belas mulheres que a cultura pop já conheceu.
Nesta época, basicamente existiam dois moldes de divas no cinema: as de beleza sofistica e ingênua (como Audrey Hepburn e Grace Kelly) e as mulheres fatais (como Ava Gardner e Rita Hayworth).
Claro, existiam as que figuram no meio do caminho, como a icônica Marilyn Monroe e a própria Julie London.
Porém, o sucesso não veio rápido, muito menos fácil, para a talentosíssima Julie London.
Depois de uma estréia sem destaque no início dos anos 1950, Julie foi reaparecer apenas em 1955, gravando pela gravadora Liberty, que acabara de ser fundada por uma associação de músicos.
Nesse princípio da carreira a artista era guiada pelo marido Bobby Troup, um músico conceituadíssimo, e logo ela era a maior estrela da Liberty, com uma belíssima voz imortalizada em discos muito bem pensados e com capas belíssimas.
As harmonias desenhadas entre as guitarras de timbragens jazzísticas e sua voz afinadíssima, como feito nas interpretações registradas em seus primeiros discos como “Julie Is Her Name” (1955), “Lonely Girl” (1956) e “Calendar Girl” (1956), foram determinantes para estabelecer um modelo a ser seguido dentro da música pop.
Dentre seus grandes sucessos, além de “Cry Me A River”, podemos citar “Don’t Smoke in Bed”, “Moments Like This”, “Ain’t It Good To You”, “Cuddle Up A Little Closer”, “Invitation to the Blues”, “The Nearness of You”, “Mad About the Boy”, “Daddy” e “They Can’t Take That Away From Me”, só para citar alguns.
Já no final da década de 1950, Julie London veio ao Brasil para um festival de cinema e bebeu diretamente da fonte a requintada e ritmica bossa nova, inserindo-a no seu leque de referências musicais, chegando a gravar uma versão primorosa de “Desafinado” lançada como single em 1962, rebatizada de “Slightly Out Of Tune”.
A partir da década de 1990 Julie London afastou-se do show business e viveu os últimos anos de sua vida de forma discreta até falecer no ano 2000.
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