Hansen & Friends – Resenha de “Thank You Wacken – Live” (2017)

 
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Hansen & Friends, “Thank You Wacken – Live” (2017, earMUSIC, Shinigami Records, Sound City Records) NOTA:9,0

O Wacken Open Air é hoje a Meca do Heavy Metal. Um festival realizado sobre solo sagrado para os fãs do gênero, alvo de uma espécie de peregrinação obrigatória para qualquer um deles.

E dentro desta relação quase religiosa, Kai Hansen é um dos sacerdotes mais importantes, afinal, poucos são aqueles que podem se orgulhar de terem criado e renovado um subgênero do Metal e, queiram ou não, ele é um destes poucos.

Neste contexto, não existiria melhor lugar do que este festival para que Hansen apresentasse seu primeiro show com o projeto Hansen & Friends, que lançou o ótimo  “XXX: Three Decades In Metal”, uma concreta comemoração de sua história no Metal, escrita ao longo de trinta anos, à partir do lançamento do clássico “Walls of Jericho” (1985), do Helloween.

Confira nossa resenha para o álbum “XXX: Three Decades In Metal”, aqui

Então, na sexta-feira, 15 de agosto de 2016, ele, ao lado de amigos, velhos e novos, levou sua festa metálica para os palcos da vigésima sétima edição do festival alemão!

Para nós que não pudemos estar presentes nesta edição do festival, a Shinigami Records lança no Brasil, em parceria com a earMUSIC, uma edição dupla com CD e DVD, de “Thank You Wacken – Live”, que traz exatamente esta celebração na íntegra.

“Thank You Wacken Live” registra o primeiro show do projeto Hansen & Friends, uma intensa comemoração de Kai Hansen e sua história no Metal, sobre solo sagrado do Wacken Open Air.

É importante ressaltar que “XXX: Three Decades In Metal” não havia sido lançado quando o show foi realizado (só sairia em setembro daquele ano), impressionando ainda mais pela recepção das novas composições por parte dos fãs, que já tentavam entoar o refrão de “Born Free”, primeira música do show, na segunda vez que ele aparece na composição.

E a adrenalina e o sabor de iguaria clássica, esbanjando peso e melodia, das novas composições tornaram a interação do público, em faixas como “Follow the Song”, “The Contract Song”, “Enemies Of Fun”, quase que compulsórias. 

Confira “Fire & Ice”, em dueto com  Clementine Delauney, do Visions of Atlantis… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=V4mI8tAgpCA&w=560&h=315]

Mas são nas melodias cativantes e modernas de “Fire & Ice” “All or Nothing” (essa quase um Pop/Metal), em duetos com  Clementine Delauney, do Visions of Atlantis, que as novas composições obtêm o maior sucesso.

Todavia, quando os clássicos do Helloween dão o ar da graça, a epifania é plena, a começar por “Ride The Sky”“Victm of Fate” (com uma interpretação impecável de Frank Beck e um show de Hansen nas seis cordas), dos primórdios do Helloween, até o hino final, “Save Us”, já com a platéia em êxtase pela presença de Michael Kiske nos clássicos atemporais “I Want Out”“Future World”.

Confira a performance de “Save Us”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=PQnL6cjo3iY&w=560&h=315]

Há de se ressaltar que Mr. Kiske já entrou no palco com o público nas mãos, guiando o coro que cantava cada palavra das letras destes dois clássicos. Nunca é demais lembrar que essas três faixas (“Save Us“, “I Want Out”“Future World”) estão nas duas partes de “Keeper of The Seven Keys”, dois dos marcos mais importantes da história do Heavy Metal.

Além disso, a banda que acompanha Hansen, completada por Eike Freese (guitarras), Alexander Dietz (baixo, do Heaven Shall Burn), Michael Ehré (bateria, Gamma Ray, The Unity), Corvin Bahn (teclados), Clémentine Delauney (vocais) e Frank Beck (vocais), é de primeiro nível técnico, mantendo o feeling com uma postura de palco energética.

Confira a participação de Michael Kiske em “I Want Out”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=U771VNq1zOw&w=560&h=315]

A captação do som foi impecável, sendo possível detalhar cada instrumento, mas também impactando pelo corpo maciço do instrumental, e sem que a produção final alterasse a espontaneidade da atmosfera do show.

Uma última observação neste quesito. Esta resenha foi escrita com base no DVD, e posso estar errado, sendo esse fato mais natural do que eu imagino (não costumo comparar áudios de CDs e DVDs), mas, aos meus ouvidos, o som do DVD se mostrou melhor que o áudio do CD.

Por fim, só nos resta separar aquela cerveja alemã e juntar-nos a Kai Hansen nessa celebração de uma trajetória que já se confunde com a história moderna do Heavy Metal!

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