Elvenking – Resenha de “Secrets of the Magick Grimoire”

 

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Elvenking – “Secrets of the Magick Grimoire” (2017, AFM Records, Valhall Music) Nota:10,0

Sem dúvidas, desde 1997, quando a banda italiana Elvenking foi formada, “Secrets of the Magick Grimoire”, é seu melhor trabalho!

Com uma discografia diferenciada dentro do metal melódico, usando elementos diferenciados com criatividade, mas colecionando tanto erros quanto acertos.

Climático, sinfônico, envolvente, dinâmico e melódico, este nono álbum do Elvenking mostra toda a sua evolução como compositores, bem como maturidade para equilibrar o requinte épico-folk, de sabor de trilha sonora, com a melodia acessível do Hard n’ Heavy cativante e envolvente que tangencia certas bandas de Power Metal Melódico.

Neste panorama musical, onde parecem ter encontrado a melhor forma de sua sonoridade, resgatando parte importante do conceito musical (existem pinceladas de death metal black metal) e lírico (aqui cada faixa é uma página de um grimório) da banda, aprimorando a retomada iniciada no álbum anterior, “Oagan Manifesto” (2014).

 “Invoking the Woodland Spirit” abre o álbum com energia metálica e “grudência” Hard Rock, que circundam um refrão imperativo, e enérgico. Por esta composição já percebemos que as orquestrações e detalhes sinfônicos folk estão bem alocados, indo além do clichê “festa na floresta”, com grandiloquência e fervura metálica.

Confira o lyric video da faixa “Draugen’s Maelstrom”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=DY-8tmB3XN0&w=560&h=315]

Mas além da estrutura usual que a banda apresenta, podemos notar, sob a camada power folk metal, guitarras equilibrando virtuosismo e apelo melódico acessível duelando com vocais cativantes pelo protagonismo das composições, sustentadas por linhas de bateria que guiam as mudanças de andamentos nos dando a impressão de que estamos diante de uma banda de Hard n’ Heavy melódico em vestes folk elegantes, que trabalha sua música de modo inventivo, e estruturalmente variado, mas que permanece acessível, envolvente, mesmo que não tão imprevisível.

E durante o decorrer das faixas, passamos por momentos de power metal mais aflorado (“3 Ways to Magick”, e “The Voynich Manuscript”), leves tangências com o pagan metal, principalmente pelos vocais em faixas como “Draugen’s Maelstrom”, “A Grain of Truth”, e “At the Court of the Wild Hunt” (a melhor do álbum, sem dúvidas!), e cativantes momentos voltados ao Hard Rock (como em ” At the Court of the Wild Hunt”).

Uma variação coesa, de personalidade forte, cheia de camadas e arranjos complexos que se revelam a a cada nova audição, muito bem desenhados por uma produção que conseguiu delinear bem e amplificar os aspectos melódico, folk e de mais peso.

Confira a faixa “The Horned Ghost and the Sorcerer”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=sOIeex5dQ2E&w=560&h=315]

Já “Straight Inside Your Winter”, “The One We Shall Follow” “The Horned Ghost and the Sorcerer”  se aproximam com mais intensidade do folk, mas com detalhes e formas diferentes do usual, dando mais espaço aos aspectos metálicos e usando as texturas folk como tempero. Além disso, o alto teor Hard Rock permeado nestas doze composições vem amplificado, sem dúvidas pelo vocais de Damn, cujo timbre se alinha ao gênero.

Cada detalhe é bem colocado, e nada sobra, falta, ou se repete nestas composições, e confesso que ao fim da trinca inicial já tinha dado nota máxima para “Secrets of the Magick Grimoire”, mesmo sem ter ouvido a obra-prima intitulada ” At the Court of the Wild Hunt”.

Um dos grandes álbuns de 2017!

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