Death Angel – Resenha de “Humanicide” (2019)

 

Death Angel Humanicide
Death Angel: “Humanicide” (2019 | Nuclear Blast, Shinigami Records) NOTA:9,0

O Death Angel é um dos maiores nomes do thrash metal norte americano, surgido nos anos oitenta na prolífica e tradicional cena pesada da Bay Area.

Através de discos como “The Ultra Violence” (1988), “Frolic Through The Park” (1988) e “Act III” (1990) –esse último entrou em nossa lista de discos essenciais do thrash metal bay area, que pode ser conferida aqui-, a banda liderada pela guitarra excepcional de Rob Cavestany, mostravam uma evolução técnica e ousada de como praticar o thrash metal violento, rápido e agressivo, todavia, com maturidade e extrema consciência musical, sempre investindo num som dinâmico e técnico.

Porém, o Death Angel não vive do passado, e apresenta em 2019 mais um petardo intitulado “Humanicide”, seu nono disco de estúdio, que mostra uma banda crua e visceral, mas também contemporânea e pronta para romper os limites impostos pelos tradicionalismos do thrash metal, usando como armas passagens acústicas, pianos (na destacável “Immortal Behated”), convidados especiais e até esbarrões no fusion em partes mais progressivas.

Aliás uma musicalidade muito bem trabalhada em estúdio com o produtor, e velho conhecido (afinal o cara assina a produção dos últimos quatro discos da banda), Jason Suecof, responsável pela gravação e mixagem no Audiohammer Studios.

Suecof foi capaz, novamente, de imprimir toda a organicidade brutal e beleza técnica da banda, além de manter a tradição de tocar em uma música dos discos mais recentes do Death Angel. Ele, que é também músico da banda Charred Walls of the Damned, toca guitarra na faixa “Revelation Song”, mais cadenciada e uma das melhores do disco.

E os admiradores da música pesada do Death Angel não terão do que reclamar com estas novas composições, pois elas mantém a regularidade da alta qualidade de seus lançamentos desde a reformulação da banda em 2001.

Faixas como “Humanicide” (com uma vibe à lá Slayer no refrão), “Agressor” (atenção à introdução dessa música e os aspectos diferenciados que inserem), e “The Pack” (outro grande destaque) irão confirmar isso, mantendo o que todo fã de thrash metal  da bay area gosta de ouvir em seus discos favoritos: melodia, peso, técnica, backing vocals imperativos, e velocidade, tudo isso administrado em composições bem estruturadas e variadas.

A produção ainda ajudou a “modernizar” a identidade da banda, que essencialmente permanece a mesma, como se o tempo só tivesse sido usado para lapidar a técnica de cada músico e evoluir a capacidade dos compositores. O conteúdo ecoa o passado, mas a forma é moderna!

Claro que o passar do tempo mostra suas marcas nos vocais de Mark Osegueda, que já não possui a mesma amplitude de antigamente, compensando com a experiência que os anos de estrada lhe deram e oferecendo um trabalho que está longe de comprometer.

Aliás, ele mostra versatilidade na interessante “Immortal Behated”, talvez a faixa que apresente mais traços modernos e, quiçá, progressivos (atenção ao seu desfecho e as mudanças nas passagens), com um trabalho primoroso da dupla Rob Cavestany e Ted Aguilar.

É sabido, mas nunca demais registras que Cavestany é um dos mais talentosos, técnicos e criativos guitarristas de sua geração, e em “Humanicidade” ele desfila toda a versatilidade que sua técnica talhada e lapidada pelo feeling pode nos dar.

Sinceramente, “Humanicide” não vai de te apresentar nada de novo, mas é um disco de thrash metal inteligente (principalmente no vibrante, pesado e diferenciado trabalho de guitarras), com boas variações de andamentos e peso vertiginoso, detalhes sagazes colocados aqui e ali.

Retiraram ainda mais os aspectos groovados que já eram reduzidos no álbum anterior, “The Evil Divide” (2016), ao mesmo tempo que permanecem, em alguns momentos, beirando o death metal e, noutros, pisando firme no terreno do punk (algo que permanece nesse novo disco na ótima “I Came for Blood”, por exemplo).

Ou seja, estamos diante de uma retomada da tradicionalidade do thrash metal por parte do Death Angel. Até por isso, acho que “Humanicide” talvez seja o que muitos fãs estivessem esperando há pelo menos uma década e meia.

Fãs estes que certamente irão se deliciar com faixas como “Divine Defector” (avassaladora, com esbarrões leves no death metal), “Ghost of Me” (que mistura algo de Slayer e Anthrax com a identidade do Death Angel), “Of Rats and Men” “Alive and Screaming” (com um refrão sensacional!).

Nesse sentido, não é exagero falar que este novo disco é uma continuidade da discografia, mas num aspecto espiral rumando a paradigmas do próprio passado, abusando de velocidade e violência, com timbragens musculosas dos instrumentos, que geram um trabalho nervoso, intenso, variado e maduro, em todas as suas especificidades.

A edição nacional, à cargo da Shinigami Records ainda nos oferece a belíssima faixa-bônus “The Day I Walked Away”, com melodia e agressividade que me pareceu uma inusitada mistura de um Faith No More mais melódico com o lado mais cerebral do Death Angel.

Nada em “Humanicide” é gratuito e cada detalhe tem sua razão de ser e estar em cada música, conseguindo voltar ao tradicionalismo do thrash metal, retirando o que possa ser datado sem se render a facilidades modernas do estilo, e usando de criatividade para comor faixas diferentes entre si, mas que fazem sentido num todo.

Vai ser um dos discos do ano, certamente!

TRACK LIST

1. Humanicide
2. Divine Defector
3. Aggressor
4. I Came For Blood
5. Immortal Behated
6. Alive And Screaming
7. The Pack
8. Ghost Of Me
9. Revelation Song
10. Of Rats And Men
Bonus:
11. The Day I Walked Away

FORMAÇÃO

Mark Osegueda »» vocal
Rob Cavestany »» guitarra
Ted Aguilar »» guitarra
Damien Sisson »» baixo
Will Carroll »» bateria

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