Até os subgêneros musicais mais extremos e intransigentes, de algum tempo pra cá, vêm sofrendo transformações, adaptando e integrando novos elementos à sua estrutura, porém sem que isso interfira na sua integridade e essência brutal.
O Cattle Decapitation é a prova cabal disso.
Outrora adepto da forma mais ríspida e rude de se fazer Death Metal, com toda a estética e lirismo controversos pertinentes ao estilo, hoje se encontra em posição de destaque no segmento por aborda-lo sob uma ótica totalmente renovada, dando contornos nunca antes observados à sua obra.
Antes de qualquer coisa, devo salientar que “Death Atlas”, nosso objeto de discussão aqui, não retrocede um milímetro em termos de violência por conta da refinada abordagem, digamos assim.
Um dos destaques maiores nas listas de melhores do ano passado, o mais novo trabalho do quinteto estadunidense expõe um universo de desilusão moldado por nós mesmos, que poderíamos torcer para ser apenas distópico, mas que infelizmente é de uma realidade sórdida e angustiante.
O Cattle Decapitation, como é de conhecimento de todos, sempre militou fervorosamente na causa ambiental e animal, bem como na doutrina vegana, não abrindo mão de sua ideologia e aplicando a mesma como parte imprescindível de sua complexa sonoridade.
“Death Atlas”, antes de qualquer coisa, é um álbum pesado e brutal, bem como qualquer trabalho de sua extensa carreira, porém, diferenciado e ousado como nenhum outro.
A evolução era evidente nos álbuns anteriores, porém de forma mais discreta, no entanto, “Death Atlas” surgiu como a renovação máxima em um gênero passível muitas vezes de estagnação.
Os sujeitos redefiniram seu próprio estilo a algo quase impossível de ser traçado um paralelo a qualquer álbum de sua carreira.
Um disco intenso, visceral, impactante e emocionante, abrilhantado por um belo projeto gráfico e uma produção sonora que beira o deslumbrante, “Death Atlas” seguramente é o divisor de águas na história do Cattle Decapitation.
No repertório que integra tão grandiosa e diferenciada obra temos, além de riffs e vocais doentios, que constituem a base de qualquer trabalho do segmento, temos peso, groove, viradas de andamento desconcertantes e arranjos e texturas com forte acento melódico, graças a importante e muito bem aplicada intervenção de teclados.
Os integrantes do time estão afiadíssimos, desafiando a técnica e o bom gosto em composições pujantes, como é o caso de “The Geocide”, com linhas vocais muito distintas de Travis Ryan. O sujeito está cada vez mais versátil na sua função.
Atenuantes melódicas e instigantes recriam o universo da selvageria sonora em “Be Still Our Bleeding Hearts”, onde temos uma ambientação Death/Black melódica em andamento constante e uma das performances de bateria mais espetaculares que já ouvi. Dave McGraw é um anormal!
Temos destaques ainda? Sim, pois a cada audição revela-se uma surpresa diferente. “One Day Closer to the End of the World” é bela, imponente e crível, afinal, cada dia que se passa nos aproximamos do inevitável, haja vista os últimos acontecimentos. “The Great Dying II” é Fear Factory até a alma, servindo de introdução apocalíptica para o real Armagedom com “Finish Them”.
Black Metal escandinavo lhe diz alguma coisa? O terço inicial de “With All Disrespect” traduz em alguns minutos toda a fúria obscura nebulosa do Metal Negro mais nefasto, ainda que logo depois caminhe para algo mais quebrado e intrincado.
“Death Atlas”, a composição, é climática, densa e avassaladora em tantos níveis que fica difícil tecer um contra ponto. A impressão que se tem é que a banda quis demonstrar de forma didática toda sua experiência musical condensada em uma única música.
Brilhante é o mínimo. Um álbum espetacular na melhor definição do termo.
Inclua na sua lista de prioridades!
FAIXAS
1. Anthropogenic: End Transmission
2. The Geocide
3. Be Still Our Bleeding Hearts
4. Vulturous
5. The Great Dying
6. One Day Closer to the End of the World
7. Bring Back the Plague
8. Absolute Destitute
9. The Great Dying II
10. Finish Them
11. With All Disrespect
12. Time’s Cruel Curtain
13. The Unerasable Past
14. Death Atlas
FORMAÇÃO
Travis Ryan (vocais e teclados)
Josh Elmore (guitarra)
David McGraw (bateria)
Olivier Pinard (baixo)
Belisario Dimuzio (guitarra)
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