Enfim Doug Aldrich nos oferece um novo álbum do Burning Rain, intitulado “Face the Music”.
Formada em 1998 pelo guitarrista norte-americano e o vocalista Keith St. John, a banda lançou seu primeiro disco no ano seguinte, após ser completa pelo baterista Alex Makarovich (ex-Steelheart) e o baixista Ian Mayo.
Àquela época, Aldrich ainda não acumulava passagens na banda de Dio ou no Whitesnake, e apesar da experiência dos músicos, o Burning Rain causou pouco alarde fora dos nichos do hard rock.
Porém, a boa recepção na crítica especializada e dos fãs do gênero (que na época já eram bem menos que na década anterior) motivou o lançamento de “Pleasure to Burn”, segundo disco lançado em 2000.
O terceiro trabalho do Burning Rain, “Epic Obsession”, lançado já pela gravadora italiana Frontiers, só saiu em 2013 devido aos compromissos de Keith St. John e Dough Aldrich com as outras bandas das quais participavam.
Mesmo motivo que nos fez esperar por seis anos para ouvir “Face the Music”, quarto trabalho de estúdio do Burning Rain e segundo pela Frontiers (no Brasil o disco saiu via Shinigami Records), que agora, além da dupla Aldrich/St. John, conta com o baterista Blas Elias (Slaughter) e o baixista Brad Lang (Y&T).
De saída, chama a atenção a produção do onipresente (ao menos nos lançamentos da Frontiers) Alessandro Del Vecchio, que foi capaz de amplificar toda a organicidade da herança bluesy do Burning Rain, sem perder um grama da adrenalina do hard rock de alta octanagem.
Até por esse equilíbrio entre o hard rock e o blues rock é fácil estabelecer relações da sonoridade do Burning Rain, em “Face the Music”, com a de bandas setentistas como Aerosmith, Whitesnake e Led Zeppelin.
Entretanto, as doses de melodic rock são generosas, trazendo algo de nomes oitentistas como Mr. Big, Night Ranger e Tyketto, ao mesmo tempo que, obviamente, encontramos traços de outras bandas de Aldrich, como o Dead Daisies e o Revolution Saints.
Aliás, é perceptível que o guitarrista não perdeu os cacoetes de composição que adquiriu no Whitesnake e no Dead Daisies, apesar de se sustentar em timbres mais crús, melodias mais secas e solos um tanto viscerais.
Isso já era perceptível no single “Midnight Train” e no disco também estará marcado em “If It’s Love” (com uma cadência bluesy sinuosa e provocante), que poderiam facilmente estar retrabalhadas em um disco do Whitesnake, como “Forevermore” (2011), por exemplo.
Ou seja, pode esperar mais melodia, peso, classe e energia em composições que se não são excepcionais, também não decepcionam, principalmente se você é fã de hard rock.
Cabe mencionar que muito do que ouvimos obviamente remete aos discos anteriores do Burning Rain, inclusive com com alguns riffs e ideias recuperadas das sessões de gravação destes trabalhos.
Até por isso, o estilo do Burning Rain continua bem desenhado e definido dentro da estética norte-americana, como podemos conferir na faixa-título (uma composição certeira com riff escrito na época de “Epic Obsession”) e em “Beautiful Road” (dona de um refrão grudento).
O Burning Rain é extremamente competente no que se propõe a executar, desde “Revolution” e “Lorelei” (duvido que você não vai pensar em “Kings & Queens” do Aerosmith), a dupla de abertura construída pelo peso sinuoso do blues/hard rock, que junto a “Hit and Run” (esbanjando feeling e malícia), “Shelter” (com uma pegada mais folk à lá Led Zepplein), “Since I’m Loving You” e “Nasty Hustle” (outra lembrando muito o Aerosmith), formam bons momentos do repertório.
Mesmo não trazendo nada de novo, “Face the Music” agradará os ouvidos sedentos por aquele hard rock saturado de malícia bluesy, vocais determinados e empolgantes, e cozinha precisa.
FAIXAS:
1. Revolution
2. Lorelei
3. Nasty Hustle
4. Midnight Train
5. Shelter
6. Face The Music
7. Beautiful Road
8. Hit and Run
9. If It’s Love
10. Hideaway
11. Since I’m Loving You
FORMAÇÃO
Keith St. John (vocais)
Doug Aldrich (guitarra)
Brad Lang (baixo)
Blas Elias (baixo)
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