Burning Point – “Arsonist of the Soul” (2021) | Resenha

 

“Arsonist of the Soul” é o oitavo álbum da banda finlandesa de Power Metal Melódico Burning Point, retomando a sonoridade básica do gênero que faziam no início da carreira.

O disco foi lançado no Brasil, em 2022, pela parceria entre os selos Shinigami Records, Valhall Music e AFM Records. Abaixo você lê nossa resenha completa de “Arsonist of the Soul”, do Burning Point.

"Arsonist of the Soul" é o oitavo álbum da banda finlandesa de Power Metal Melódico Burning Point, que retoma a sonoridade básica do gênero que faziam no início da carreira.

Confesso que conheci o Burning Point em seu primeiro disco de estúdio, “Salvation by Fire” (2001), numa era em que o power metal melódico europeu, gênero ao qual se dedicavam, via seu auge de popularidade. Entretanto parei por ali, pois à partir de então meus interesses musicais foram redirecionados para afluentes menos saturados do heavy metal.

Ou seja, entre os vinte anos que separam aquele primeiro disco deste mais recente intitulado “Arsonist of the Soul”, pouco acompanhei da carreira do Burning Point. Neste período, os finlandeses tiveram algumas mudanças na formação, mas sempre foram liderados pelo guitarrista e principal compositor Pete Ahonen.

A primeira diferença que senti nestes dois discos separados por vinte anos mora nos vocais, que naquele primeiro trabalho eram do próprio Pete Ahonen, mas agora estão à cargo do talentosíssimo vocalista italiano Luca Sturniolo, dono de um vocal forte, técnico e dinâmico que trouxe uma carga emocional interessante para as músicas.

De fato, naquele primeiro disco a sensação era de que tínhamos um vocalista que não estava no alto nível técnico na banda que o circundava. Pesquisando a biografia do Burning Point registramos a mudança nos vocais em 2015, com a chegada de Nitte Valo (ex-Battle Beast), substituído agora por Sturniolo. Completam a formação, além de Ahonen, Sturniolo e o o guitarrista Pekka Kolivuori (na banda desde 2006), Jarkko Poussu (baixo), Tuomas Jaatinen (bateria) e Matti Halonen (teclados).

Ainda nesta pesquisa para a audição de “Arsonist of the Soul” fiz algumas audições rápidas e “diagonais” (para usar um termo de uma comum técnica de leitura rápida) pelos outros discos do Burning Point, percebendo o padrão das composições de ritmo mais lento seram realmente as melhores em cada disco, pela determinação e paixão, em comparação com as músicas mais power metal, que soam genéricas (ou talvez eu só esteja ficando velho para os excessos virtuosos e vertiginosos do power metal).

Essa é uma situação que se mantém neste “Arsonist of the Soul”, já o oitavo disco do Burning Point, sucessor de “The Blaze” (2016). Apesar de soar bem mais pesado do que aquilo que ouvi dos outros discos e muito melhor produzido do que o distante “Salvation by Fire” (2001), apesar de eu achar que pouco alteraram em sua fórmula musical nestes vinte anos.

É verdade que agora temos alguns elementos progressivos aqui e ali entremeados na estrutura puramente power metal das composições, mas eles são quase imperceptíveis aos ouvidos não-treinados a certos maneirismos do prog metal. Isso porque a massa musical é guiada por refrãos épicos e o guitarras técnicas, ora à moda clássica do Accept (como em “Out of Control”), do Helloween (como em “Rules the Universe”) e do Judas Priest, ora à moda melódica do Stratovarius, Avantasia e Freedom Call.

Neste sentido, dentre as doze novas músicas desenvolvidas ao longo de quase cinquenta minutos, posso destacar “Blast in the Past” (abertura explosiva), “Arsonist Of The Soul”, “Hit The Night” (com refrão certeiro e boas guitarras), “Running in the Darkness” e “Will I Rise”. Chama a atenção o fato de não termos uma introdução muito comum aos discos do gênero já explodindo peso e melodia na faixa de abertura sem aviso prévio ou preliminares, mostrando uma banda determinada e objetiva.

No geral, “Arsonist of the Soul” é um álbum bem rápido e, para os padrões do power metal melódico, bem pesado. Mesmo a balada “Calling” possui arranjos pesados e rápidos, e nunca parece insossa e previsível. Gosta de power metal à moda clássica, mas impresso de forma moderna e orgânica, então pode conferir este novo disco do Burning Point que será satisfação garantida.

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