Bullet – Resenha de “Dust to Gold” (2018)

 

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Bullet – “Dust to Gold” (2018, Steamhammer, Shinigami Records) NOTA:8,0

Nascida em 2001, na Suécia, a banda Bullet já tem seis discos na bagagem, e o mais recente deles, “Dust to Gold”, acaba de chegar ao Brasil via Shinigami Records.

De fato, uma ou duas audições nas composições que completam “Dust to Gold”, e percebemos que não existe segredo na sonoridade do quinteto, que não seja a energia, personalidade e força em sua manjada fusão de hard rock heavy metal, com a competência inerente à forma sueca de fazê-la.

A organicidade é revitalizada pelo suporte da bateria presente e do baixo encorpado que sustentam riffs bem elaborados, de fortes remissões a AC/DC, Krokus, Rose Tattoo, e Nazareth, e refrãos com ganchos irresistíveis.

Existe também em “Dust to Gold”, um senso de diversão e entrosamento, que transpira pelos solos harmônicos e vocais bem encaixados, apesar do evidente profissionalismo já impresso na produção que registrou o trabalho num híbrido de digital e analógico.

Pouco tempo antes de trabalharem em “Dust to Gold” o Bullet perdeu não só o contrato com a gravadora, bem como seu baixista, sendo recrutados pela Steamhammer para lançar este novo trabalho que traz na capa um Volvo 64, o ônibus em que fazem suas turnês, reafirmando o puro trato old-school do rock.

Em suma, temos doze músicas diretas, empolgantes e na medida para quem curte um rock n’ roll com o peso do heavy metal e a malícia do hard rock, com frescor da modernidade e exuberância vintage, gerando uma familiaridade com a sonoridade, tenha você ouvido ou não o Bullet antes.

“Highway Love”, por exemplo, é puro AC/DC, o que já cria uma afinidade imediata com o som da banda.

Com título auto-explicativo e a velocidade do hard n’ heavy, “Speed and Attack” abre o trabalho com “a faca nos dentes”, por guitarras rápidas e vocais rasgados, numa fórmula vigorosa e empolgante que se repete em “One More Round “, “Wildfire”, “The Prophecy” “Hollow Grounds”.

Já “Ain’t Enough” traz pesados ganchos saborosos inspirados na sonoridade dos anos 1980, enquanto “Rogue Soldier” usa os mesmos artifícios, mas oriundos da década anterior.

Ou seja, o Bullet entrega em “Dust To Gold” uma fórmula baseada nos cânones do hard n’ heavy, dotada de despojamento controlado, empolgando e divertindo o ouvinte pelo empenho impresso numa fórmula já gasta, mas ainda eficaz!

Existem algumas guitarras dobradas e seção rítmica mais agressiva nos movimentos mais pesados e afinados ao heavy metal clássico, como em “Screams In The Night” (que chega a lembrar alguns trabalhos do Judas Priest da virada dos anos 1970 para os anos oitenta) e “Dust To Gold”, que fecha o álbum com guitarras melódicas que lembram Accept e refrão remetendo ao Saxon.

Nesse contexto, o que tira o perigo de soar uma cópia do passado no caso do Bullet, principalmente neste “Dust to Gold”, é a identidade conferida pelos vocais, que soam como uma fusão excêntrica de Dan MccafFerty, do Nazareth, e Brian Johnson, do AC/DC. 

Vale muito conferir!

TRACK LIST

1. Speed And Attack
2. Ain’t Enough
3. Rouge Soldier
4. Fuel The Fire
5. One More Round
6. Highway Love
7. Wildfire
8. Screams In The Night
9. Forever Rise
10. The Prophecy
11. Hollow Grounds
12. Dust To Gold

Formação:

Hampus Klang (guitarra)
Dag Hell Hofer (vocais)
Gustav Hjortsjö (bateria)
Alexander Lyrbo (guitarra)
Gustav Hector (baixo)

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