Bob Dylan e Beatles promoveram um encontro que mudou a história do rock na década de 1960.
O rock no início daquela década tinha mudado de lado do Oceano Atlântico e a invasão britânica, impulsionada por bandas como Beatles, Rolling Stones, The Kinks, The Dave Clark Five, Herman’s Hermits, The Zombies e The Animals, era a realidade do estilo.
Nos Estados Unidos, a música folk de Bob Dylan ganhava força e Elvis Presley retomava seu trono no rock.
Mas o dois eram líderes solitários de um exército traumatizadopela tragédia que vitimou Buddy Holly e Richie Valens, e enfraquecido pelos problemas legais com Jerry Lee Lewis e Little Richard.
Porém, o rock ainda carecia de maturidade no discurso. Cada vez mais Elvis se tornava um artista do showbizz e Dylan restringia sua ousadia contracultural às letras de suas músicas.
Musicalmente, o rock em 1964 ainda era contruído sobre a base de três acordes, soando ingênuo e nada vanguardista.
Mas isso mudaria quando os quatro rapazes de Liverpool foram apresentados a Bob Dylan, por Al Aronowitz, no Hotel Delmonico, em 1964.
Bob Dylan e Beatles: Um Encontro que mudou o rock (1964)
Uma das maiores transformações do rock se deu quando os Beatles começaram a experimentar texturas diferenciadas para a música que produziam.
Alguns historiadores musicais atribuem a mudança na musicalidade dos quatro rapazes de Liverpool a um encontro acontecido em Nova York, no ano de 1964.
Vivendo uma turnê na terra do Tio Sam, os Beatles foram apresentados a Bob Dylan por Al Aronowitz, no Hotel Delmonico.
O grupo havia terminado uma apresentação no Forest Hills Tennis Stadium e estavam estampados na capa da revista Life, causando um frissom sem precedentes por onde quer que passassem, a ponto de tornar os seus shows inaudíveis pelos gritos histéricos dos fãs.
Segundo fontes, neste encontro John Lennon teria perguntado a Dylan o que ele gostaria de beber e este o teria respondido de modo simples: “vinho barato!“.
Logo estava evidente que eles falavam a mesma língua e que os quatro rapazes que dominavam as paradas de sucesso eram suscetíveis a novidades.
Durante a conversa que se desenrolava foi oferecido a Dylan e Aronowitz um pouco da droga em comprimidos que a banda inglesa utilizava, que foi declinada em favor da maconha, alegadamente desconhecida por parte dos Beatles.
Dylan se mostrara estupefato com este fato e arguiu John Lennon sobre a frase “I get high”, repetida inúmeras vezes na canção “I Want to Hold Your Hand”, que seria uma clara alusão ao uso de maconha.
A segunda surpresa de Dylan veio ao tomar conhecimento que o verso correto é “I can’t hide”.
Lennon mais tarde assumiria que, apesar de ter se recomposto rapidamente, ficara aturdido ao ver Bob Dylan ali na sua frente, um músico que estava nas capas de discos que ele ouvia e admirava.
Quando ofereceu maconha aos quatro, Dylan teria se referido a ela como “algo mais verde… mais orgânica” em oposição à química das bolinhas utilizadas pela banda junto aos cigarros e uísque com Coca-Cola.
Na verdade, George Harrisson assumiria mais tarde que já haviam experimentado a droga antes, quando fora oferecida por um velho baterista em Liverpool.
Mas a que foi degustada com Dylan era diferente do “mato” com orégano que haviam experimentado e o resultado final deste encontro, fez a cabeça dos rapazes abrir novas portas perceptivas e ecoou por todas as futuras gerações do rock, em termos musicais.
A Mudança de Rumo na Música Pop
Indubtavelmente, a música dos Beatles começa a ter uma mudança drástica à partir de 1965, quando lançam o genial “Rubber Soul”.
Nesse disco temos a banda compondo de maneira consciente, mostrando que a música pode ser melódica e ao mesmo tempo eclética e sofisticada.
Á partir deste trabalho a pscodelia se tornaria uma marca dos Beatles que em dois anos redefiniria o caminho da música popular no Século XX.
Tanto que não seria exagero dizer que cada disco dos Beatles define um estilo de rock que viria a surgir posteriormente.
Se o encontro com Bob Dylan foi o único agente provocador da abertura da mente dos quatro ingleses para o mundo da lisergia e contra-cultura musical não podemos garantir.
Mas que os discos à partir do encontro com Dylan estavam banhados em experimentações musicais, libertinagens contra-culturais e novas sonoridades lisérgicas, isso é inegável.
Com isso, eles lançariam discos imprescindíveis não não só para o rock, mas para a música contemporânea.
Aos que duvidam dessa afirmação, basta sacarmos o atemporal “Sgt. Peppers…”, de 1967, eleito o disco mais importante do século XX para novem em cada dez historiadores da música.
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