Bee Gees | 5 discos da banda que definiu uma era da Música Pop

 

Bee Gees foi uma banda de pop anglo-australiana formada pelos irmãos ingleses Barry, Robin e Maurice Gibb, que definiu a era da disco music e foi sinônimo de sucesso e boa música por mais de três décadas.

Os Bee Gees foram uma banda lendária que ajudou a definir a era da disco music com suas músicas cativantes e batidas contagiantes. Se você deseja reviver os dias de glória da discoteca e das belas baladas românticas da era de ouro da música pop, confira esta lista com aqueles que considero os cinco melhores discos do Bee Gees.

Bee Gees - Melhores Discos Pop Disco Music Músicas Maurice Robin Barry Gibb

Neste artigo queremos escolher cinco discos da vasta discografia do Bee Gee que você deveria ouvir para entender como eles migraram por diversos estilos musicais, do rock psicodélico às baladas, passando pelo country rock, disco, R&B, música romântica, terminando no pop rock moderno. Foi a canção “To Love Somebody”, em 1967, que inseriu o trio dos irmãos Gibb (Maurice, Barry e Robin) nos mercados inglês e norte-americano. Porém, eles já eram famosos na Austrália, onde a banda foi formada no fim dos anos 1950, embora fossem naturais da Ilha de Man.

O trio Barry Gibb (vocais e guitarra), Robin Gibb (vocais) e Maurice Gibb (vocaism baixo e teclados) adotou o nome Bee Gees em 1958, mas já atuava desde 1955 em seu país natal. Na década seguinte, por volta de 1967 os três irmãos se mudam para a Inglaterra e passam a ser acompanhados por Colin Peterson (bateria) e Vince Melouney (baixo). Essa mudança foi crucial para o Bee Gees, que depois de assinarem com Robert Stigwood, nunca mais saíra da lista de sucessos, muito por causa da habilidade do trio de irmãos como compositores de música pop, e ainda mais pela harmonização dos vocais agudos, altos e anasalados, por vezes imitado, mas nunca igualado.

Essa identidade musical foi apresentada ao mundo com o sucesso “Massachusetts”, single do Bee Gees lançado em 1967, seguido de “I Started A Joke” (o carro-chefe do disco “Idea” (1968)) “Words”, “First of May” “I Gotta A Message To You”.   A partir daí o Bee Gees passou por quase quatro décadas sem sair de moda, ressurgindo em cada década, desde os anos 1960, como um força avassaladora do mercado fonográfico. O que não impediu os problemas comuns a todas as bandas de sucesso começarem a aparecer.

Em 1969, Colin Peterson (bateria) e Vince Melouney (baixo) deixam a banda causando uma verdadeira crise interna que culminaria com a primeira saída de Robin Gibb do Bee Gees. Nos primeiros anos no grupo a posição de Robin era quase de um coadjuvante, ficando para Barry Gibb, irmão mais velho o papel de estaque como compositor e cantor. Um exemplo era a música “And The Sun Will Shine”, do álbum “Horizontal” e lançada como single em 1968 somente na França. Esta foi a primeira canção tocada na televisão norte-americana, em 4 de fevereiro de 1968, no programa “The Smothers Brothers”, e tal vídeo foi lançado como videoclipe promocional da faixa.

Porém, no fim dos anos 1960, quando a banda mergulhou seu som em experimentações mais psicodélicas, influenciados por viagens lisérgicas comuns no mundo musical inglês daqueles anos, Robin começou a ganhar destaque tanto nas vocalizações quanto nas composições. Após sua saída do Bee Gees Robin lançou o ótimo album “Robbin’s Reign”. Depois, nos anos 80 voltou a fazer incursões solo com uma sonoridade mais voltada para o Europop e a música eletrônica da época obtendo muito sucesso com o single “Juliet”, carro-chefe do álbum “How Old Are You?” (1983).

Os dois irmãos remanescentes, Barry e Maurice, continuaram com o Bee Gees, chegando a gravar como dupla o álbum “Cucumber Castle” (1970), mas sem o sucesso de antes, apesar deste disco trazer a belíssima “Don’t Forget to Remember”.  Ainda em 1970 Robin Gibb retornaria, com Maurice declarando que “vamos voltar a trabalhar juntos por causa dos fãs. São eles que realmente importam, no final das contas”.

Porém, não dá pra negar que o ápice do sucesso do Bee Gees se deu nos anos 1970, em dois períodos, o primeiro em 1971, com “Lonely Days” e “How Can You Mend a Broken a Heart”, e o segundo entre 1975 e 1978, quando emplacou uma série de hits acachapantes na febre da disco music impulsionado pela trilha sonora do filme  “Saturday Night Fever” (1977) e os  discos “Main Course” (1975) e “Children of the World” (1976).

“Quando chegamos em ‘Main Course’, finalmente descobrimos o que queríamos fazer, o som que queríamos para nós três”, declarou Barry Gibb. Este período foi realmente crucial para o sucesso do Bee Gees, quando musicalmente se aproximaram do r&b na faixa “Jive Talkin'” sucesso do disco citado por Barry Gibb.

Por que a lista não tem “Saturday Night Fever” (“Os Embalos de Sábado a Noite”)?

Até por isso, muitos vão estranhar o fato de que a trilha sonora do filme “Saturday Night Fever” não esteja listada nesta nossa lista. Mas além de um disco óbvio, e querermos, em parte, fugir das indicações triviais, este disco não é propriamente um disco do Bee Gees, apesar de aqui nele registrado o ápice de seu sucesso.

Canções como “Stayin’ Alive”, “How Deep Is Your Love”, “Night Fever”, “More Than Woman”, “Jive Talkin'” e “You Should Be Dancing” ferveram, não somente as pistas do cinema onde John Travolta desfilava seus passos de dança, mas ainda é sucesso absoluto em festas modernas. Além das canções do Bee Gees fica o registro da qualidade dançante de canções como “If I Can’t Have You” de Yvonne Elliman e “Disco Inferno do The Trammps”.  Esta foi a trilha sonora mais vendida do cinema até o lançamento do filme “O Guarda-Costas” que tinha como grande sucesso a canção de Whitney Huston.

Abaixo você tem ofertas de edições em disco de vinil de “Saturday Night Fever” e “Grease – Nos Tempos da Brilhantina”, duas trilhas sonoras de filmes que marcaram época.

Os 5 Discos Essenciais Para Conhecer o Bee Gees

Isso posto, vamos aos cinco discos indicados do Bee Gees.

1) “Spicks And Specks” (1966)

Esta coletânea tem tantas versões oficiais e não oficiais que é difícil até saber qual é o projeto original. O mais importante é que a versão que circula no Brasil representa o Bee Gees um ano antes de se tornarem um dos maiores grupos do mundo. Aqui, os três irmãos Gibb (Maurice, Robin e Barry) ainda estavam fortemente influenciados pelo rock britânico dos anos 60, principalmente Beatles, Rolling Stones, The Animals, Peter & Gordon e The Hollies.

O grupo ainda não havia encontrado sua identidade musical, mas já percebemos que a essência estava lá como mostra o mega-hit e clássico romântico “Cherry Red”. Podemos ainda destacar “Three Kisses Of Love”, um típica balada travestida de rock dos anos 60 nos moldes do que os Herman’s Hermits faziam;  “All By Myself”, “I Don’t Think It’s Funny”, “How Love Was True” e “Storm” que são belas canções que já trazem o embrião de grandes baladas que estavam por vir.

O original “Spicks and Specks” de 1966, é o segundo álbum australiano dos Bee Gees. Originalmente planejado para ser lançado como “Mondays Rain”, foi modificado rapidamente por causa do sucesso do single “Spicks and Specks”. O álbum foi rapidamente retirado e substituiu-se a faixa “All Of My” por “Spicks and Specks”, que se tornou seu novo título para capitalizar o sucesso de seu primeiro hit. Este single foi o terceiro mais vendido na Austrália, alcançando o topo em algumas regiões. Por causa deste destaque que os irmãos Gibb se motivaram a mudam para a Inglaterra.

O repertório da coletânea homônima ainda traz “Exit, Stage Right”, “I Want Home”, “Born A Man”, “Could It Be”  e o cover para “You Won’t See Me” dos Beatles que mostravam que o Bee Gees ainda apostava no rock n’ roll. Já “Monday’s Rain” é uma clara tentativa de criar algo na linha do que Elvis Presley fazia naqueles dias. Uma bela mostra do que os futuros reis da era disco e talvez os criadores das mais belas baladas da música pop faziam em seus primeiros anos.

2) “Best Of Bee Gees” (1969)

A primeira coletânea oficial do grupo Bee Gees traz uma retrospectiva dos seus maiores êxitos nos anos 60. Como é natural em uma coletânea, aqui todas as faixas possuem qualidade irrepreensível e representam bem os discos do grupo lançados até o ano de 1969. Dentre estes lançamentos estão os mais do que indicados “Idea” (1968) e “Odessa” (1969).

Sem mais delongas, coloque o bolachão empoeirado pra rodar na vitrola e curta hits eternos como “I Started The Joke”, “Words”, “Tomorrow Tomorrow”, “First Of May”, “Massachussetts”, “To Love Somebody” e “I Got A Message To You”. Dentre estes, destaque a “Massachussetts”, single do Bee Gees, lançado em 1967, sendo a música mais bem-sucedida dos Bee Gees nos anos 1960. Alcançou o 1º lugar em mais de dez países, e tornou a banda um fenômeno.  Segundo Robin Gibb, “na música eles não falam de gente voltando para Massachusetts. Esse personagem da canção representa todas as pessoas que querem voltar para alguém ou algum lugar. É sobre todas as pessoas que querem fugir“.

Já “I Started A Joke” é uma das canções mais famosas da banda, sendo a segunda a entrar na lista das dez mais da Billboard, e a primeira a chegar em primeiro lugar na parada brasileira, inclusive fazendo parte da telenovela “Beto Rockfeller”, na extinta TV Tupi. Esta canção foi coverizada no fim dos anos 90 pela banda Faith No More.

O mais curioso é que Vince Melouney tocou guitarra na maioria das canções, mas, inacreditavelmente, não aparece em nenhuma fotografia do LP. Talvez por que ele e Colin Peterson decidiram deixar a banda naquele mesmo ano causando a primeira crise entre os irmãos Gibb.

Por apresentar o que o Bee Gees ofereceu de melhor na década de 1960, o primeiro volume de “Best Of Bee Gees” (sim, existe uma volume 2) é obrigatório para conhecer a banda dos irmão Gibb.

Abaixo você tem ofertas de edições em disco de vinil de “Best Of Bee Gees” e em CD de “Best of Bee Gees – Vol. 2”,  do Bee Gees.

3) “Trafalgar” (1971)

Sim, ignoramos o disco “Odessa” (1969). Creio que para uma lista superficial e que tem a intenção de introduzir a música do Bee Gees, “Odessa” seja um disco com muitas camadas, complexo, conceitual e bem diferente do apelo pop e mais acessível do que ouvimos em seus maiores sucessos. Mas fica aqui o registro de que “Odessa”, quiçá, seja a obra definitiva em toda a sua discografia, onde exploraram ao máximo sua capacidade como compositores. Isso posto, falemos de “Trafalgar”.

O trio havia passado por uma separação entre seus irmãos e este disco pode ser considerado como o recomeço do Bee Gees. Após algum tempo sem um lançamento de expressão, “Tragalfar” veio como um sopro de vida na carreira dos irmãos Gibb que mostraram poder trabalhar em harmônia mais uma vez. Agora, Maurice mostrava que era um grande compositor e Robin exigia ficar só com vocais, sem se preocupar em compor. 

Neste contexto criaram um álbum que é puro brilhantismo pop, alcançando o primeiro lugar nos charts americanos com a belíssima “How Can You Mend A Broken Heart”, canção escrita por Barry e Robin Gibb, que inclusive dividem os vocais na composição, e lançada como single deste disco. Esta foi a primeira música da banda a alcançar o primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos.

Não perca tempo, tire sua cópia em vinil daquele armário velho e sinta todo o poderio dos irmãos Gibb iniciando a década em que dominariam o mundo da música pop após quase sucumbirem musicalmente.  A capa de “Trafalgar” é nosso último destaque por apresentar o quadro “A Batalha de Trafalgar” de Nicholas Pocock, que retrata a famosa batalha de 1806 que causou o fim da dominação napoleônica no continente europeu. O novo integrante, Geof lê um revista em quadrinhos e Hugh Gibb, pai dos irmãos Gibb, aparece na foto simplesmente por estar ali por acaso.

Abaixo você tem ofertas de edições em disco de vinil da colêtanea dupla “Timeless – The All-Time Greatest Hits” e “Life In a Tin Can”, do Bee Gees.

4) “Life In a Tin Can” (1973)

Após “Trafalgar” (1971) o Bee Gees gravou discos que foram ofuscados pelos sucesso gigantesco da tríade “Main Course” (1975), “Children of the World” (1976) e “Spirits Having Flown” (1979), mas que formam um verdadeiro baú de tesouros escondidos. O que mais gosto desta fase é “Life In a Tin Can”, o décimo primeiro álbum de estúdio dos Bee Gees (nono mundialmente), lançado em janeiro de 1973. Neste disco, o primeiro após a mudança da banda de Londres para Los Angeles, eles buscaram um pouco das raízes da música norte-americana.

Sendo o repertório de “Life In a Tin Can” basicamente a versão pop do country à lá Bee Gees, gerou uma preciosidade do soft rock, uma fórmula que estava em voga na época, impulsionado por grupos como Eagles, Bread e America, além de nomes como Jim Croce, Carole King e James Taylor. De fato, esta foi a tentativa do Bee Gees de criar aquela sonoridade folk/soft rock, principalmente em faixas como “Saw A New Morning” e “Come Home Johnny Bride”, dois destaques do repertório, mas que não tiram a sensação de um projeto onde compositores experimentam um novo campo musical, um laboratório para lapidar sua fórmula de composição.

Tanto que revista Rolling Stone cravou que “Life In a Tin Can” era “vagamente agradável mas certamente inócuo o suficiente para se encaixar perfeitamente no ambiente de soft-rock predominante dos anos setenta”. Este é um disco que pode assustar o fã do Bee Gees acostumado a refrãos com ganchos melódicos saborosos, falsetes e arranjos emocionais, pois oferece uma perspectiva diferente da musicalidade do Bee Gees.

Como ouvimos em “Method to My Madness”, a faixa mais representativa daquilo que eles buscaram aqui, um disco mais intimista, com arranjos que apenas emolduram as harmonias vocais construídas sobre a estética do country e menos do pop barroco da década anterior. Confesso que na maioria das vezes que escolho um disco do Bee Gees para ouvir ele é “Life In a Tin Can”.

Abaixo você tem ofertas de edições em disco de vinil de “Spirits Having Flow” e “Children of The World”, do Bee Gees.

5) “Spirits Having Flown” (1979)

Após “Life in a Tin Can” (1973), o Bee Gees lançou o morno “Mr. Natural” (1974), alçou voô em “Main Course” (1975), se descobriu na musicalidade do r&b e da disco music de “Children of the World” (1976) e explodiu com “Spirits Having Flown” (1979), após participar da trilha sonora do filme “Saturday Night Fever” (1977) e se tornar um dos nomes mais famosos da história da música pop.

“Spirits Having Flown” (1979) mostra o Bee Gees amadurecendo sua fórmula ora dançante, ora romântica, enquanto surfa na crista da onda do sucesso desta trilha sonora que não traz somente músicas deles, apesar da grande maioria dos sucessos do álbum pertencerem aos irmãos Gibb. Neste momento a banda tomava de assalto todas as rádios e determinavam os rumos da Disco Music.

“Spirits Having Flown” já era o décimo quinto álbum de estúdio do Bee Gees, sendo o segundo da carreira dos australianos que vendeu mais de 30 milhões de cópias, chegando ao primeiro lugar das principais paradas do mundo. Muito dessa repercussão ocorreu pelo sucesso de “Love You Inside Out”, que foi a última música dos Bee Gees a chegar ao topo das paradas nos EUA. Além desta, “Too Much Heaven” e “Tragedy” marcaram época, principalmente no Brasil, pois este foi o álbum dos irmãos Gibb que mais vendeu por aqui.

Após “Spirits Having Flown” (1979), o Bee Gees atingiu um nível de sucesso inabalável, lotando shows e vendendo discos como água. Seu próximos discos seriam trabalhos medianos, com ao menos um grande sucesso radiofônico. Um menção honrosa para “One” (1989), disco que trazia “Wish You Were Here”, canção composta por Barry, Robin e Maurice Gibb em 1988. A música foi escrita em homenagem ao irmão Andy Gibb, que morreu em 1988 vitima de uma miocardite (inflamação do coração). No Brasil esta música foi parte da trilha sonora da novela “Top Model”, de 1989. Esta é uma das músicas mais bonitas do Bee Gees gravadas após 1980, ao lado de “For Whom the Bell Tolls”, de “Size Isn’t Everything” (1993).

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