Battle Beast é uma banda despreocupada com opiniões que desfila um acessível amálgama de melodia e peso em “Bringer of Pain”, um álbum vívido guiado por uma vocalista extremamente carismática e versátil.
Abaixo você lê nossa resenha deste disco que foi lançado no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast.
Formada em 2008, a banda Battle Beast conseguiu seu contrato com a gravadora Nuclear Blast após vencer o Wacken Metal Battle, em 2010, o que resultou no bem sucedido “Steel”, primeiro álbum lançado em 2012 Ali, naquele primeiro passo, já apresentavam uma sonoridade sem arestas, construída por classicismos do Heavy Metal, abusando dos clichês e soando até mesmo previsível, sobre uma produção bem delineada. Naquele momento, as comparações com Dream Evil, Hammerfall, e Midnight Sun (principalmente no álbum “Metal Machine”, de 2001) eram inequívocas.
Ao longo dos dois próximos álbuns, “Battle Beast” (2013) e “Unholy Savior” (2015), conseguiram lapidar sua identidade, trabalhando a energia por riffs empolgantes e solos que bebem na fonte do Rock n’ Roll, oscilando peso e velocidade, além de inserir teclados e melodias acessíveis tão bem administrados quanto incômodos aos fãs mais extremistas do gênero.
Todavia, o melhor ganho destes dois trabalhos foi o entrosamento com a vocalista Noora Louhimo, que entrou na banda já para o segundo álbum, e, junto aos camuflados elementos de Power Metal, tornou a sonoridade mais acessível, principalmente pelos refrãos bem construídos e melodias envolventes. No caminho até o novo álbum, no meio da turnê de “Unholy Savior”, o guitarrista e principal compositor, Anton Kabanen, deixou a banda, mas rapidamente Joona Björkroth foi anunciado como o novo membro permanente.
Neste contexto, “Bringer of Pain“, novo álbum, é o ápice desta quimera musical chamada Battle Beast, que deixou sua música ainda mais marcante, com poderosos vocais, teclados cativantes, e riffs febris, forjando, sobre o fogo da modernidade, canções que grudam e viciam, cheias de peso e emoção.
Desde a faixa de abertura, “Straight To The Heart”, até o último acorde da balada que encerra o álbum, “Far From Heaven”, apesar da acessibilidade, temos um trabalho difícil de classificar, pois cada composição rearranja os mesmos elementos de modos, texturas, e roupagens diferentes, em combinações familiares, mas inesperadas. Como em “Lost In Wars” e seu surpreendente tempero à lá Rob Zombie.
Num mesmo álbum, diametralmente opostos, temos o Heavy/Power Metal da faixa título, ou de “Bastard Son Of Odin”, com seus riffs poderosos e solos vertiginosos, bem como teremos uma faixa como “Dance With The Beast”, que tangencia o pop por harmônias vocais que chegam a lembrar as Spice Girls (!?!), com “batida eletrônica” e detalhes cativantes. E sabe o que é pior? Em todos estes momentos a proposta agrada e funciona perfeitamente.
Obviamente, entre estes dois extremos temos faixas que equalizam de modo diferente as tonalidades do Heavy Metal e as cores musicais mais acessíveis. Os classicismos do Heavy Metal vêm diluídos por doses abrasivas de teclados bem encaixados, que conferem um poder de sedução maior às composições, por torná-las saborosas, ao mesmo tempo em que são encharcadas de atitude.
Faixas como “King For a Day” (pense numa moderna fusão de Warlock, Bon Jovi e Alphaville), “Familiar Hell” (com seu refrão à lá Roxette em meio ao Heavy Metal pujante) e “Far From Heaven” (típica balada oitentista), conseguem unir o melhor dos anos 1980, em termos de pop/rock e Hard n’ Heavy, pelo calor da produção natural às atuais bandas escandinavas de Hard Rock , que, por sua vez, também influenciam, e muito, este trabalho, como bem reflete a já citada “Straight To The Heart” (cheia de adrenalina).
Claro que alguns teclados podem assustar alguns “headbangers malvadões”, mas até pra eles será impossível ficar inerte à emoção e adrenalina impressa pela banda em sua composições, que transpiram clichês dos mais variados. E os mais modernos destes estereótipos aparecem em “Beyond The Burning Skies” e “We Will Fight”, com seus trejeitos épicos e delineados pela acessibilidade do Symphonic/ Gothic Metal atual.
E neste sentido, aos meus ouvidos, a maioria destes clichês parecem retrabalhados de modo levemente caricato/sarcástico, principalmente nos tons épicos das harmonias e das letras (ouça “Dance With The Beast” e veja se não tem a mesma impressão). Ou seja, a tempestade de clichês possui um papel na sonoridade que, num contraponto quase surreal, amplifica um conjunto final de detalhes imprevisíveis, e altíssimo nível musical, entregando um álbum vívido, pulsante, e sem arestas, graças aos músicos competentíssimos e a uma vocalista extremamente carismática e versátil.
Gravado e produzido pelo JKB Studios pelo tecladista Janne Björkroth, as dez músicas do álbum foram mixadas pelo tecladista ao lado de Viktor Gullichsen e Mikko Karmila, enquanto que a masterização foi feita por Mika Jussila, no mundialmente famoso Finnvox Studios. A colorida arte de capa foi criada pelo especialista em arte realística de fantasia Jan Yrlund, que já trabalhou com Korpiklaani e Tyr entre outros.
A edição nacional de “Bringer of Pain”, via Shinigami Records, ainda traz mais três faixas bônus, à saber “God of War” (um Power/Heavy Metal carnudo e empolgante), “The Eclipse” (um amálgama de Symphonic/ Gothic e Hard Rock), a mais interessante das três, e “Rock Trash” (um Hard n’ Heavy poderoso).
Indiscutivelmente, o Battle Beast é uma banda despreocupada com opiniões, e destemida em suas composições, pois a liberdade artística impressa em cada nota e harmônia do trabalho é nítida.
Meu novo álbum de cabeceira em 2017…
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