Se você é fã de metal progressivo, não vai querer perder “The Source” do Ayreon. Este álbum é um tour de force de talento musical e narrativa, e com certeza vai deixar você maravilhado.
Se você é fã de metal progressivo, não vai querer perder o nono álbum de Ayreon intitulado “The Source”. Esta jornada musical épica apresenta um elenco repleto de músicos técnicos e vocalistas talentosos para contar uma história cativante que o deixará maravilhado. Retomando um tema explorado em álbuns precedentes este disco mantém a riqueza de detalhes inerente às obra de Arjen, com sabor cinematográfico, cheio de texturas e passagens sonoras. Prepare-se para ser transportado para outro mundo com este álbum incrível que foi lançado no Brasil pelo selo Hellion Records.
Quando Arjen Lucassen, um dos grandes artesãos da música progressiva moderna, começou a trabalhar em um novo material percebeu que estava muito pesado para ser um disco solo, mas também muito influenciado pelo folk para ser um novo álbum do Star One, um de seus grandes projetos da carreira.
Desta forma, “The Source” nasceu como o nono álbum da banda Ayreon, que retoma um tema explorado em álbuns precedentes e mantém a riqueza de detalhes inerente à obra de Arjen, com sabor cinematográfico, cheio de texturas e passagens sonoras que ajudam a narrar uma deliciosa história de ficção científica.
Afinal, como não poderia ser diferente, “The Source” é um álbum conceitual, cuja temática retoma o conceito do álbum “01011001” (2008), agora narrando a gênese da raça Forever, seis bilhões de anos antes da história contada no álbum de 2008, abordando temas e problemas atuais.
Resumindo a narrativa, “no planeta Alfa, a humanidade se vê cada vez mais dependente de máquinas e enfrenta problemas como o efeito estufa. Eventualmente, o Presidente (Russell Allen) recorre ao complexo de máquinas que mantém o planeta funcionando (Frame) para que elas solucionem os problemas que afetam o mundo. Elas determinam que o problema reside na própria humanidade e decidem desligar os sistemas vitais para deixar todos morrerem.”
Abaixo você tem ofertas de “The Source“ e “01011001”, do Ayreon. | ||
Musicalmente “The Source” traz muitos riffs, numa abordagem mais roqueira (existem momentos que remetem às harmonias criadas pelo Queen), inteligentemente usados para dar a densidade que o enredo pedia em músicas pontualmente mais pesadas (conferia o brilhante Heavy Metal forjado em “Aquatic Race”), mesmo com toda a gama de instrumentos diferenciados e passagens trabalhadas (uma óbvia consequência de sua raiz progressiva), sendo uma resposta (tanto pelo peso quanto pela melodia) à complexidade de “The Theory of Everything” (2013), álbum anterior e mais baseado em teclado.
Isso tudo já pode ser sentido na abertura “The Day The World Breaks Down”, épica composição com variação de vozes (personagens) e texturas, que pode ser encarada como um resumo da proposta do álbum, se é que isso se aplica a um trabalho deste porte. Teclados tipicamente progressivos (aliás, Mark Kelly arrebenta nos sintetizadores do álbum como um todo) e mudanças de andamentos dançam por estilos e abordagens diversas, completados por vocais e riffs instigantes.
Ainda temos como exemplos desta observação principalmente faixas como a cativante “Everybody Dies” (que remete às vocalizações do Queen e aos teclados sinfônicos do progressivo setentista), “Star of Sirrah” (com riff intrincado e ótima participação de Hansi Kusch, essa faixa é mais metal do que progressiva) e “Planet Y is Alive” (que se apresenta como um Power Metal Melódico veloz e vigoroso), que carregam mais nas cores metálicas que o usualmente praticado nos trabalhos do Ayreon.
Ao mesmo tempo, o álbum se mostra tão versátil e dinâmico no uso de estilos diferentes que permite a faixas como “Sea of Machines” (de melodia doce e aspectos sinfônicos), “Deathcry of Race” (um progressivo instigante e multifacetado com arabescos e vocais líricos), “Journey to Forever” (com forte aroma de AOR setentista), “The Source Will Flow” (belíssima balada com um “q” de Alan Parsons Project) e “All That Was” (essa com dueto inspirado de Simone Simons e Floor Jansen e acentuado sabor folk ) mostrarem melodias bem acessíveis e uma construção emocional pertinente à história.
“The Source”, dividido em quatro crônicas (claramente separando os momentos narrativos e muito bem enquadradas musicalmente) espalhadas em dois CDs, mesmo em toda sua grandiosidade como projeto, se revela um álbum claramente voltado às boas linhas de guitarra (muito bem timbradas) e às construções vocais (como em “Run! Apocalypse! Run!”, uma das mais saborosas composições do álbum), buscando perturbar a fórmula criada pro Arjen para os álbuns do Ayreon, consequentemente atraindo os ouvidos mais feitos ao Heavy Metal para sua música.
Como já pode ser deduzido em nosso texto, “The Source” traz participações de peso para desenhar seus personagens, com destaque a James LaBrie (Dream Theater), Floor Jansen (Nightwish, e um dos destaques nas composições), Hansi Kürsch (Blind Guardian), Tobias Sammet (Edguy, Avantasia), e Russell Allen (Symphony X e Adrenaline Mob, outro destaque dentro do aspecto narrativo), que são velhos conhecidos dos álbuns anteriores, junto a “novatos”, como o surpreendente Tommy Rogers (Between the Buried and Me), Nils K. Rue (Pagan’s Mind), Michael Eriksen (Circus Maximus) e Zaher Zorgati (Myrath).
Ao contrário do que se possa imaginar, este é um álbum de melodias envolventes e harmonias cativantes, mesmo nas partes mais complexas e trabalhadas, que pode ser apreciado pelo simples aspecto musical, mas quando acompanhado pelo recheado encarte com letras (que são longas em sua maioria) e preâmbulos, o mergulho na história criada por Arjen permite admirar a capacidade artística deste holandês em sua plenitude.
Definitivamente um trabalho para se mergulhar de cabeça!
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