A diva da soul music, Aretha Franklin trazia em sua voz abençoada, o requinte de quem sabe onde quer chegar com sua arte.
Um requinte que contrastava com os assuntos urgentes que abordava em seus principais discos: igualdade entre os sexos (“Respect”, de Otis Redding, se tornou um hino feminista) e luta pelos direitos civis (em “A Change Is Gonna Come”, de Sam Cooke, por exemplo) estavam emoldurados por música negra lasciva, emocional e cheia de atitude, de honestidade.
Claro que existiram momentos de luxuria, de amor, e de dor, e até por essa amplitude temática há de se ressaltar a capacidade de escolha de repertório que Aretha Frankiln tinha, sempre tendo o piano (instrumento que dominava como poucos) como companheiro de arranjos, releituras e escolha das melhores opções.
Sua forma de tocar impressionou já no primeiro disco pela Atlantic Records, em 1967, e rendeu comparações com Ray Charles.
Filha de cantor gospel, Aretha trazia no DNA a música que a tornariam uma estrela de primeira grandeza, mas sempre se mostrou eclética, aproximando-se do rock, sempre trazendo parcelas generosas de blues em seus discos e nunca renegando o jazz.
Aliás, foi partindo do jazz dos primeiros tempos (foram nove discos em quase sete anos na Columbia, que podava seus instintos soul), que ela decidiu remodelar à sua maneira feminina a música praticada por Otis Redding e James Brown, e ali, guiada pelo produtor Jerry Wexler, encontrou a própria voz, o seu lugar no mundo da música, rendendo ao ocidente música pop de qualidade por mais de cinco décadas.
Hoje, vou escolher cinco discos essenciais da carreira de Aretha Franklin.
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1. “I Never Loved a Man the Way I Love You” (1967)
Este já era o décimo disco da carreira de Aretha Franklin, mas apenas o primeiro pela Atlantic Records.
Depois de um início no jazz, na Columbia Records, onde não obteve sucesso considerável, Aretha se dirigiu para a gravadora que a uniria ao produtor Jerry Wexler, e lançaria o disco ápice de sua melhor fase musical.
Este disco traz clássicos como “Respect” (uma resposta a Otis Redding) e a “faixa-título” (regravada até mesmo pelo Aerosmith) como líderes de um repertório guiado por vocais poderosos e pela fluidez sulista da soul music, inspiradas pela música gospel, numa clara alusão a Ray Charles e Sam Cooke.
Aretha brada por respeito (também em “Do Right Woman, Do Right Man”) ao mesmo tempo em que canta sobre uma mulher que vive um relacionamento abusivo, mostrando a relevância dos temas nada datados de sua música nos psicodélicos e utópicos anos sessenta.
2. “Lady Soul” (1968)
Só pelo fato de ter “Chain of Fools”, sua abertura marcante, “Lady Soul” cava seu espaço nesta lista de discos básicos de Aretha Franklin. Mas, talvez, o grande momento de “Lady Soul” seja sua leitura para “(You Make Me Feel Like) a Natural Woman”, composição belíssima de Carole King.
Esse já era o terceiro disco de Aretha pela Atlantic Records, e reforça o diálogo com a ala masculina da soul music, de igual para igual. Registra-se como prova deste argumento as presenças de Bobby Womack e King Curtis (que também estava no álbum anterior, “Aretha Arrives” [1967]), e as releituras para composições de Ray Charles e James Brown, como “People Get Ready”, “Come Back Baby” e “Money Won’t Change You”.
Com “Lady Soul” Aretha Franklin se coroava como a Rainha da Soul Music.
3. “Aretha Now” (1968)
O segundo disco de 1968 de Aretha Franklin e aquele que fecha a quadrilogia de clássicos de seu início pela Atlantic Records, “Aretha Now” é guiado pelo hit acachapante que foi “I Say a Little Prayer”, um pop gospel irressitível que virou parte da trilha sonora do ano de 1968, um dos mais importantes para a cultura do Século XX.
O apelo pop de “Aretha Now” é amplificado por “Hello Sunshine” (de Jimmy Cliff e King Curtis), e até pelo vibrante proto-funk de “Think” e “You’re a Sweet Sweet Man”, com ganchos melódicos saborosíssimos.
Novamente ela revisita o blues, energizando-o com sua interpretação vibrante, em “Night Time Is the Right Time” (de Big Bill Broonzy), dialoga novamente com Sam Cooke, em “You Send Me”, e empresta “I Take What I Want” de Sam & Dave.
Para muitos, este é o auge de Aretha Franklin em estúdio.
Ela ainda nos brindaria com “Soul ’69” (1969), um disco coeso, mas sem hits poderosos como seus quatro antecessores, e “This Girl’s in Love with You” (1970), um disco subestimado de sua carreira e que traz, além de músicas de compositores mais jovens, uma das melhores versões que já gravaram para “Son Of A Preacher Man”.
4. “Spirit In The Dark” (1970)
Em menos de meia década, Aretha Franklin cunhou tantos discos de qualidade excepcional que chega a assustar.
E podemos dizer que em “Spirit In the Dark”, disco de 1970, ela evoluiu ainda mais sua música, ousando em arranjos (algo já evidente no piano que abre “Don’t Play That Song”, e sutilmente dá cores mais maduras ao pop) e crescendo na sua interpretação. Uma diva da música já empoderada e com seu espaço conquistado frente a um mercado dominado por homens.
Tudo isso está impresso aqui, na segurança de sua interpretação de “The Thrill Is Gone”, clássico máximo de B. B. King, com melancolia e malícia, ou na assertividade crua e beligerante de “When the Battle Is Over”.
Guitarras cruas e lascivas duelam com órgãos precisos sustentados por uma base seca e orgânica, enquanto a voz de Aretha soa mais firme, sombria e angustiada, sem perder a força nos agudos.
E, sem dúvidas, “Spirit in the Dark”, é uma das melhores músicas de sua carreira!
Inacreditavelmente, este foi o álbum que menos repercutiu à época de seu lançamento na sua era na Atlantic Records, mas o tempo deu o devido valor nestas interpretações magistrais, de energia cativante e emoção vívida.
Pra mim, o melhor disco da lista!
5. “Young, Gifted and Black” (1972)
Este é o disco em que Aretha Franklin se liberta de qualquer amarra musical e define-se como uma artista pop mas que consegue estar com um pé na vanguarda.
Uma rápida ouvida em “Oh Me Oh My (I’m a Fool for You Baby)” e “Day Dreaming”, as duas faixas que abrem o trabalho, mostram uma artista no comando de sua obra, dialogando com o que havia de mais moderno dentro do nicho que se dedicava.
Aqui, ela explora ainda mais seu lado compositora, não sé em “Day Dreaming”, mas também no funk/soul “Rock Steady”, e nas emocionais “All the King’s Horses” e “First Snow in Kokomo”, que retomam aspectos jazzísticos de seu início de carreira, mas de forma ousada nos detalhes.
Claro que ela mantém a tradição de buscar compositores como John Lennon e Paul McCartney, Burt Bacarach e Otis Redding, em releituras tão pessoais e especiais que quase toma para si as composições. “I’ve Been Loving You Too Long”, por exemplo, ganha uma espécie de versão definitiva!
Porém, a grande estrela do repertório é “Young, Gifted and Black”, uma épica composição de Nina Simone, com acentuado sabor gospel e emoção em estado puro, numa interpretação de arrepiar.
“Young, Gifted and Black” rendeu a Aretha Franklin, em 1972, um Grammy de Melhor Performance Vocal do Ano no estilo R&B. Mas não é por isso que este disco está aqui listado, mas sim por ser a última obra-prima da discografia desta que foi uma das maiores cantores da música no Século XX.
https://youtu.be/ykxuu8LNluY
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