Allan Holdsworth foi lenda da guitarra que inspirou ícones da guitarra moderna como Steve Vai, Eddie Van Halen, Joe Satriani, Yngwe Malmsteen e Tom Morello, e ainda colecionava a admiração de nomes como John McLaughlin (guitarrista que praticamente definiu o instrumento dentro do Jazz Moderno) e Eric Clapton.
Só isso já bastaria para motivar-nos a conhecer sua obra.
Nascido na Inglaterra, em 1946, sua discografia começa em 1969, no primeiro e único álbum da banda Igginbottom, explorando um jazz/fusion cheio de psicodelia e fortes intercessões progressivas.
Ao longo dos anos, além de construir uma sólida carreira solo, participou de bandas como Soft Machine, Bruford, U.K., Tempest e Gong, além de contribuir em álbuns preciosos de Jean-Luc Ponty e de Tony Williams Lifetime.
Nesta jornada, foi um dos definidores da guitarra dentro do Jazz Moderno e do Rock Progressivo, fascinando, principalmente, por dar mais importância à essência dos gêneros a que se dedicava do que às circunstâncias tecnicistas.
À exceção de seus trabalhos nos anos 1980, e algumas participações especais, sua carreira foi construída pelo artesanato da alta e relevante música instrumental, se mostrando genialmente técnico e espiritualmente sensível enquanto explorava vastos campos harmônicos, improvisos impressionantes, complexidade fluida e o pioneirismo revolucionário no uso das guitarras sintetizadas.
Sua genialidade merece ser conhecida e louvada nos dias de hoje, e, para isso, indicamos cinco álbuns para conhecer Allan Holdsworth.
1) Soft Machine: “Bundles” (1975)
O Soft Machine é uma das bandas mais importantes da cena progressiva clássica, e este álbum é seu renascimento, com a inclusão do genial Allan Holdsworth em sua formação, elevando a música desta instituição a um novo patamar.
“Hazard Profile Part 1” é uma impressionante peça da obra de Allan, com explorações insanas de sua técnica, sendo o destaque máximo do tracklist, seguida de perto pelas multifacetadas “Gone Sailing?”, “Four Gongs Two Drums” e “The Floating World.”
2) Gong: “Gazeuse!” (1976)
Esse foi o segundo álbum do Gong desde a saída de seu pilar principal, Daevid Allen, agora liderados pelo grande percussionista Pierre Moerlen.
Mas também, temos Allen Holdsworth nas seis cordas, o que faz deste álbum um ótimo exemplar de fusion, com solos consistentes e impressionantes, além de contribuir fortemente nas composições, como mostram as excelentes “Night Illusion” e “Shadows Of”.
Obviamente, é um álbum centrado na bateria, rendendo faixas mais impressionantes do que empolgantes, mas o ápice instrumental está nas linhas de Allan, que rendeu um clássico como “Expresso”, faixa de abertura e melhor do álbum!
3) Allan Holdsworth: “Metal Fatigue” (1985)
Terceiro álbum solo de Holdsworth, “Metal Fatigue” entrou na lista simplesmente por saldo de valor afetivo para este que vos escreve em comparação ao anterior, o também fantástico “i.o.u” (1982).
A produção é impressionante e nos permite detalhar muito bem cada desenvolvimento nos arranjos, e reverenciar a inventividade técnica e o feeling do guitarrista, numa miríade de texturas por guitarras acústicas e sintetizadas.
Aqui temos um Allan desfilando, quiçá, suas linhas mais inflamadas, rápidas e “metálicas” da carreira, e um vocal satisfatório. Se é mais admirador do Rock do que do Jazz, comece por aqui.
4) Anders Johansson, Jens Johansson e Allan Holdsworth: “Heavy Machinery” (1996)
Se não pela nossa indicação, ver o nome de Allan Holdsworth junto a Jens Johansson, tecladista muito conhecido por ter integrado a banda de Heavy Metal Melódico Stratovarius, já desperta curiosidade acerca deste álbum, afinal, esta seria uma união surreal em termos de estilo.
Tudo ainda fica mais “estranho” quando degustamos o poderoso e caleidoscópico funky/fusion desfilado neste “Heavy Machinery”.
Todavia, é inegável que a sobreposição dos teclados de Jens e das linhas de guitarra de Allan funcionaram muito bem, aqui alicerçada pela bateria de Anders, irmão de Jens.
É um álbum de difícil digestão, mas um dos melhores da carreira de Holdsworth.
5) Allan Holdsworth: “All Night Long” (2002)
Como Allan Holdsworth sempre foi um músico ativo e de alta qualidade discográfica, pinçamos um de seus grandes últimos trabalhos para a lista.
Em 2002, ele já era consagrado como o deus dos guitarristas, inigualável em sua desenvoltura e criatividade, tendo nos presenteou com esta pérola do fusion.
“All Night Long” traz composições impressionantes, banhadas em virtuosismo viajante, mas de uma forma tão acessível e límpida que nos permite compreender a importância e influência que este músico tem para as mais modernas vertentes da música progressiva, mesmo as mais pesadas.
Claro que isso demanda um exercício de contextualização e desconstrução por parte do ouvinte. Mas essa é a parte mais deliciosa do jogo musical de Allan Holdsworth.
MENÇÕES HONROSAS:
Cabem algumas indicações a mais no caso de Allan Holdsworth e sua discografia riquíssima.
Três álbuns ficaram de fora da lista por um simples quesito de predileção momentânea, à saber, “Enigmatic Ocean” (1977), de Jean-Luc Ponty, “i.o.u” (1982), de sua carreira solo, e “Believe It” (1975), do Tony Williams Lifetime.
Estes três trabalhos estão no mesmo patamar dos cinco enumerados, e além destes, pode conferir sem medo, “Million Dollar Legs” (1976), também do Tony Williams Lifetime, “Expresso II” (1978), do Gong, bem como “Feels Good to Me” (1978) e “One of a Kind” (1979), do Brufford, banda capitaneada pelo ex-baterista do Yes e do King Crimson.
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