Shiraz Lane – Resenha de “Carnival Days” (2018)

 
Shiraz Lane Carnival Days
Shiraz Lane: “Carnival Days” (2018, Frontiers Music srl) NOTA:8,5

Confesso que a faixa-título, também abertura de  “Carnival Days”, segundo álbum da da banda Shiraz Lane, me espantou pelo bem-vindo excesso de tempero jazz/blues mesclado a pontualidades do AOR e estrutura eufórica do hard rock, guiada por um vocal lascivo e dramático – à cargo do versátil Hannes Kett, que soa como uma fusão de C. J. Snare com Phil Lewis – sendo uma das melhores composições do gênero que ouvi nos últimos anos. Ouso dizer que só por ela já vale a aquisição deste álbum!

Merece crédito deste resultado também a produção brilhante de Per Aldeheim (Def Leppard, Soilwork, Lambretta) que deu a roupagem necessária para a renovação das formas oitentistas e noventistas que a banda pratica, seja por vias mais bruscas, como na pesada “Shot Of Life” e na veloz “Harder to Breath” (primeiro single do álbum), seja por vias mais “ternas”, como no apelo AOR de “Gotta Be Real” (com direito a detalhes de saxofone), criando uma identidade marcante, de forma inteligente e  menos convencional.

Uma variedade criativa de quem parece ter estudado os modos do hard rock, desconstruindo-os e remontando-os à sua maneira, com aquela mão de verniz moderno para melhorar seus pontos fortes. “The Cross” “War Of Mine”, por exemplo carregam o perigo do hard noventista e a “grudência” melódica de quem mistura Skid Row com Firehouse, ou L. A. Guns com Thunder, mesclando refrãos grudentos com arranjos pesados, e adrenalina com técnica.

Já “Hope” é uma balada eficiente, bela e longe de pieguices e melodramas.

No quesito instrumental, Joel Alex (baixo) e Ana Willman (bateria) formam uma cozinha competente e sem arroubos, enquanto a dupla de guitarras, formada por Jani Laine e Miki Kalske, entrega o que se espera, com ritmo intenso e solos inflamados.

E no geral, “Carnival Days” mostram certa maturidade, mesmo com a juventude estampada em seus rostos, numa clara evolução de se comparado a seu primeiro trabalho, “For Crying Out Loud” (2016).

Vale muito conferir!

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