Sex Pistols | Gênios do Punk Rock? Ou “armação” de Malcolm McLaren?

 

O punk rock já era um movimento underground em 1976, refúgio de jovens e modernos, até que o Sex Pistols lançou seu único disco de estúdio, em 1977, definindo as bases musicais e estéticas do estilo. Seriam eles gênios do punk rock ou apenas uma “armação” de Malcolm McLaren?

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O Sex Pistols é o maior mito do punk rock clássico (lembre-se que maior nem sempre significa melhor). Tanto pela musicalidade tosca, primitiva e despojada, quanto pela postura ultrajante, iconoclasta e rebelde. O fato é que a relevância da banda se mantém intacta, mesmo com apenas um disco.

Com esta postura, se tornaram anti-heróis do punk rock muito pela atenção que tiveram da mídia. Este foi um acontecimento que assustou até mesmo o vocalista Johnny Rotten, que disse: “Não entendo. Tudo o que estamos querendo fazer é destruir tudo.”

Do seu primeiro e único disco de estúdio, intitulado “Never Mind The Bollocks… Here’s The Sex Pistols” (1977), podemos afirmar que, mesmo com um repertório forte, empolgante e rebelde, foi um trabalho beneficiado tanto por estratégias de mídia dirigida quanto por ataques de marketing antes de mesmo do seu lançamento, de uma forma poucas vezes vista na história do rock. Uma pena que quatro meses depois do lançamento O Sex Pistols já estava esfacelado.

Porém, inegavelmente, todo um universo cultural e uma verdadeira revolução de costumes se abriram numa espiral em torno do Sex Pistols e deste clássico álbum, que é punk rock na mais pura essência musical; simples, crú e direto, muito pesado e visceral para o que era praticado no rock sofisticado e megalomaníaco da época. A postura dos músicos virou modelo para o comportamento punk e até por isso, hoje queremos abrir a discussão: Os Sex Pistols foram gênios do punk rock ou uma “armação” de Malcolm McLaren?

Este artigo foi inteiramente baseado no livro “Mate-me Por Favor – a história sem censura do punk”,  de Legs McNeil e Gillian McCain, que você pode conferir clicando aqui!

A CONSTRUÇÃO DO SEX PISTOLS

A Inglaterra do final dos anos 1970 era um país que amargava altos índices de desemprego e aquele clima positivo da década anterior era somente uma doce lembrança. Neste cenário, um grito de anarquia sacudia a cena rock n’ roll  daquele país. Após uma década de viagens lisérgicas e psicodelias musicais, os apreciadores do rock n’ roll estavam saturados de músicas rebuscadas e técnicas.

Neste contexto, o clamor por um som mais visceral, que exaltasse as raízes primitivas do rock, era quase unanime. Desde de 1974 os Ramones já começavam a tomar de assalto a cena de Nova York com seu shows no antológico CBGB e retomavam o espirito rebelde do estilo com suas músicas de três acordes, enquanto mesclavam influências de garage rock e surf music, inaugurando o punk rock (uma dissidência que vinha sendo gestada por bandas como Velvet Underground, New York Dolls, Death, MC5 e, principalmente, os Stooges de Iggy Pop) musicalmente com o primeiro disco lançado em maio de 1976.

Um ambiente pelo qual transitava Malcolm McLaren, um empresário informal que havia trabalhado com o New York Dolls e retornou dos Estados Unidos para Londres em maio de 1975, impactado pelo que havia vivido e visto da cena punk de Nova York. Ele usou sua experiência como figurinista do New York Dolls e fundou a loja de roupas Sex, onde encontrou Steve Jones, um guitarrista ainda inda inciante, mas que procurava um vocalista para sua banda; Malcolm sugeriu Richard Hell, do Television, mas Jones queria um nome desconhecido de Londres.

Nesta mesma loja, em agosto de 1975, John Lydon se encontraria com Steve Jones e receberia o convite para ser o vocalista da banda que estava formando, completando o time ao lado do baterista Paul Cook e do baixista Glen Matlock. A banda já tinha nome: Sex Pistols. Eles estrearam em novembro de 1976, numa apresentação na Escola de Arte de St. Martin, em Londres.

No livro “Mate-me Por Favor: Uma História sem Censura do Punk”, de Legs McNeil e Gillian McCain (leia o livro aqui), o lendário fotógrafo Bob Gruen testemunhou o fato de que os Sex Pistols eram os líderes de uma cena formada por garotos “usando roupas esquisitas e começando a cortar o cabelo daquele jeito espetado esquisito. O Sex Pistols eram o centro total das atenções desse grupo de garotos que incluía Joe Strummer, Mick Jones, Billy Idol, Adam Ant e Siouxsie Sioux.” 

Marry Harron, uma das fundadoras da Punk Magazine, lembra que “dava pra sentir o mundo realmente se movendo e balançando naquele outono de 1976 em Londres. Senti que o que a gente tinha feito como piada em Nova York fora levado a sério na Inglaterra por uma platéia mais jovem e mais violenta.” 

Logo, a imagem dos músicos que formavam o Sex Pistols começou a chocar, tanto pelas músicas quanto pelas roupas, cortesias de loja de Malcom McLaren. Tanto que em agosto de 1976 foram barrados num festival francês, mas fazem um show histórico em Islington, Londres, com as bandas Buzzcocks e The Clash. Em setembro são a atração principal no festival 100 Club, ao lado do Subway Sect e o Siouxsie and the Banshees e explodem ao apresentarem pela primeira vez “Anarchy in the U.K.”, na TV inglesa.

A escalada era meteórica. Em outubro , uma semana após Johnny Rotten ter aparecido na capa do New Musical Express, o Sex Pistols assinou um contrato com a gravadora EMI e recebe como adiantamento a quantia de quarenta mil libras. Mais tarde, a gravadora dispensaria a banda, mas antes lançaria o single de “Anarchy in the U.K.”, seu primeiro registro que saiu em 26 de novembro de 1976.

A HISTÓRICA APRESENTAÇÃO DO SEX PISTOLS NA TEVÊ INGLESA, EM DEZEMBRO DE 1976

A mídia tradicional e a sociedade conservadora desconhecia o movimento punk por completo até que do primeiro dia de dezembro de 1976 o Sex Pistols o apresentou ao mundo. Naquele início de dezembro apareceriam no programa Today, no lugar do Queen, e estariam nas capas de todos os jornais do dia seguinte pela quantidade de palavrões que proferiram.

O Sex Pistols havia sido contratado pela EMI dois meses antes e o single polêmico de “Anarchy in the U.K.” acabava de ser lançado. O apresentador do Today, Bill Grundy, não estava preparado para o que viria. Os músicos discutiram com ele, praguejaram e de modo geral escandalizaram os telespectadores britânicos.

“Eu sabia que o programa de Bill Grundy ia criar um enorme escândalo”, disse Malcolm McLaren, “eu realmente acreditei que seria histórico, e em muitos aspectos foi, porque aquela noite foi o verdadeiro começo – do ponto de vista da mídia e do público em geral – do que ficou conhecido como punk rock”. O frisson causado pelos tabloides era tamanho que na turnê Anarchy in the U. K. as bandas eram recebidas nos limites das cidades pelo prefeito e toda a polícia, que se recusava a deixar o ônibus sequer entrar na cidade.

Mesmo que o programa só fosse transmitido em Londres, os jornais do dia seguinte levaram a a ultrajante participação do quarteto para todo o país. O Daily Mirror noticiou a apresentação com o título “A Sujeira e a Fúria”, num artigo recheado de falsa indignação moral, o que só elevava ainda mais a moral da banda com os jovens.

Um mês depois, o Sex Pistols era um furacão nacional que a própria gravadora EMI não podia controlar, despedindo-os em março de 1977. Ironias às parte, um mês depois a banda estava comemorando o primeiro lugar nas paradas com a emblemática “God Save The Queen”, lançado pela AM Records.

Em fevereiro de 1977 Sid Vicious entrou para o Sex Pistols no lugar de Glen Matlock (que gravou as linhas de baixo do álbum e dos singles), e no mês seguinte eles conseguem assinar um contrato com a A&M Records, que despede a banda, mesmo já tendo prensado mil cópias do single “God Save The Queen”, que foi lançado em maio de 1977, durante as comemorações dos vinte e cinco anos de ascensão da Rainha Elizabeth II ao trono da Grã-Bretanha e de outras nações que compõem os Reinos da Comunidade das Nações, e vendeu 150 mil cópias em cinco dias.

Com o hype em alta, Malcom McLaren contata o diretor Russ Meyer para discutir um filme sobre o Sex Pistols, mesmo que eles tenham apenas dois singles lançados, pois o primeiro e único disco, “Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols”, só sairia em novembro de 1977. O disco entraria já no primeiro lugar da parada inglesa, permanecendo no topo por duas semanas. Logo a Warner Bros assina com o Sex Pistols para uma distribuição nos Estados Unidos.

Never Mind The Bollocks Sex Pistols capa
Capa do álbum “Never Mind The Bollocks…” primeiro e único álbum de estúdio do Sex Pistols lançado em 1977.

O Fim dos Sex Pistols

Em dezembro de 1977, o Sex Pistols foi impedido de entrar nos Estados Unidos dois dias antes de estar escalado para participar dos programa Saturday Night Live, sendo necessário chamar Elvis Costello para substitui-los. No natal daquele ano o Sex Pistol faria seu último show na Inglaterra, em Yorkshire.

O ano de 1978 começa com uma turnê nos Estados Unidos que mostrava como a fama do Sex Pistols havia cruzado o Atlântico. Bob Gruen, que acompanhou a banda no ônibus da turnê, estimou que no show de abertura em Atlanta entre 60 e 75% da platéia eram da imprensa que vieram cobrir a banda inglesa. “Não foi como se a gravadora tivesse pago pra alguém. Todo mundo estava lá por conta própria ou pela sua empresa”, afirmou ele.

O Sex Pistols estava causando um caos no underground norte-americano, chegando a interferir na agenda dos Ramones em todos os lugares.“Os shows deles eram um caos total”, lembrou Gruen, “mas o ônibus de fato era harmonioso. Basicamente a gente bebia cerveja, passava baseados e ouvia reggae”.

Toda a turnê foi histórica e a medida que passavam pelas cidades convertiam jovens garotos à estética do punk que, musical e conceitualmente estava sendo gerada ali mesmo naquele país nos dez anos anteriores por bandas como Velvet Underground, MC5, New York Dolls e Stooges. O Sex Pistols tinham a seu favor o caos conceitual impresso por Malcolm McLaren que, àquele altura, já tinha saído do controle, e era constantemente veiculado na imprensa norte-americana.

Danny Fields, um dos mais importante nomes da história do punk rock, analisou este período do Sex Pistols nos Estados Unidos com um olhar interessante:

“Os Sex Pistols apareciam no programa de tevê de Walter Cronkite toda a noite! Quer dizer, dá pra imaginar o marketing, a onda! Ele dizia: ‘Eles estão chegando na América agora.’ Quer dizer, por que isso era notícia? Era notícia pelos motivos errados. Os Pistols eram capa dos jornais na Inglaterra toda vez que arrotavam e peidavam, o que faziam de montão. Então isso foi transmitido na América e era inevitável que definisse o punk rock, porque, tão logo a coisa está no noticiário das sete horas e na capa dos jornais, então isto é o punk rock. São os Sex Pistols, e o que fazem? Arrotam, peidam e praguejam. Fazem música? Talvez sim, talvez não. Quem vai se incomodar em ouvir música? Você acha que Walter Cronkite ouviria vinte segundos de música? Não havia música na cobertura das redes de tevê sobre os Sex Pistols. Acontece que  simplesmente este fenômeno sociológico da Inglaterra que por acaso fazia música estava tocando aqui. Mas eles nunca fizeram nada chocante. Quer dizer, nunca fizeram nada realmente radical que justificasse estarem no noticiário da CBS. O que fizeram de radical foi em termos de música, que na verdade, ninguém apreciou. Eles eram famosos pelos motivos errados.”

E parece que o próprio Sex Pistols tinha consciência disso tudo que foi observado por Danny Fields, tanto que na histórica  última apresentação ao vivo foi feita no Winterland Ballroom, em San Francisco, na California,  Johnny Rotten profere sua histórica pergunta ao cinco mil presentes antes de baixarem as cortinas: “Como se sentem sendo enganados?” Dois dias depois Vicious vai parar no hospital após uma overdose e um mês depois seria preso por porte de drogas. Ele morreria em fevereiro de 1979, quando o Sex Pistols já na existia mais.

Na verdade, em abril de 1978, Johnny Rotten, agora assinando como John Lydon, já estava com sua nova banda, o diferenciado Public Image Ltd (PIL), que assinava com a Virgin. Mesmo assim, o nome Sex Pistols permanecia em alta, com o lançamento de “The Great Rock N’ Swindle”, em março de 1979, que entra em sétimo lugar na parada inglesa. Este material era a trilha sonora do filme lançado em outubro daquele ano. Em fevereiro de 1980, “Flogging a Dead Horse”, uma coletânea caça-níquel foi lançada e o mito em torno da banda foi reenergizado pelo filme “Sid and Nancy”, lançado ainda naquele ano.

“Quando os Sex Pistols terminaram em San Francisco, aquilo mostrou para todo mundo que o lance punk era inviável. Que eles eram a fim de se autodestruir, e, desse modo, qual era o sentido de investir em qualquer um deles?”, refletiu Danny Fields sobre como a passagem dos Pistols pelos Estados Unidos foi determinante para a carreira das bandas sérias do punk rock.

E ele continua: “Por que criar um público para os Ramones, ou pros Pistols, ou pro Clash? Por que institucionalizá-los se eles iriam se destruir, se a natureza deles era de destruir os outros e a si mesmos? A coisa toda ficou fora de controle, e qualquer que fosse a chance que os Ramones tivessem de chegar às rádios com base no mérito musical foi então varrida pelos Sex Pistols, porque aquilo virou uma batata quente. O rádio americano, naquela época, com agora, não gosta de participar de nada que seja perigoso, revolucionário ou radical. Então a coisa toda se tornou um enorme monte de merda do qual ninguém queria se aproximar”.

O SEX PISTOLS ERA UMA ARMAÇÃO DE MALCOLM MCLAREN!

Uma verdade inquestionável é que o Sex Pistols criou um mito maior do que sua música, sempre uma banda associada às atitudes extremas e polêmicas. A simples capa do disco foi censurada pelas palavras obscenas ali contidas em letras garrafais e a banda quase foi acionada na justiça por causa de seu cartão de visitas em forma de disco.

Na verdade, o Sex Pistols era uma grande “armação” de Malcolm McLaren e era sobre isso que Johnny Rotten estava falando quando perguntou ao público que os assistia em San Francisco: “Como se sentem sendo enganados?”.

Malcolm McLaren era um empresário da decadente Londres que mudou para Nova York em 1974. A cena musical da cidade americana experimentava uma transição com o surgimento de nomes como Ramones, Patti Smith, Blondie e Richard Hell. Segundo o próprio McLaren (como pode ser visto no ótimo livro “Mate-me Por Favor: A História Sem Censura do Punk”), ele tinha uma lista de coisas boas e más e esta lista foi o começo para que decidisse uma fórmula de utilizar estas coisas más para transformar a cultura popular.

Nesta lista havia um nome, Sex Pistols, que significava todos os tipos de coisas para Malcolm. Assim, sua mente “malvada” enxergou este nome atrelado a adolescentes que pudessem ser considerados maus e que tocavam rock visceral. O mesmo Malcolm McLaren havia tentado este artifício com os New York Dolls, sua primeira investida no mundo do rock, que foi um verdadeiro fracasso.

O visual do Sex Pistols foi, assumidamente por McLaren, inspirado nas vestimentas rotas de Richard Hell. Segundo o empresário, “Richard sempre parecia que havia acabado de sair de um bueiro”. McLaren chegou ao ponto de pedir que a banda criasse uma canção nos moldes de “Blank Generation” de Richard Hell e assim nasceu “Pretty Vacanty”.

“Eu era pelo menos uma geração mais velho do que a geração que eu empresariava. Eu não era da geração dos Sex Pistols, era da geração dos anos sessenta. Por isso minha relação com os Sex Pistols era uma ligação direta com aquela opressiva angústia existencial, motivo primordial para fazer qualquer coisa no rock n’ roll – abandonando a noção de carreira – e com aquele espírito amador do faça-você-mesmo típico do rock n’ roll.” declarou Malcom McLaren no livro “Matem-me, Por favor”. 

McLaren nunca escondeu que os Sex Pistols eram sua tentativa de fazer dar certo aquilo que tentou nos Estados Unidos com o New York Dolls. “(Eu) estava pegando as nuances de Richard Hell, a veadagem pop dos New York Dolls, a política do tédio e misturando tudo pra fazer uma afirmação, talvez a minha afirmação final. E irritar aquela cena rock n’ roll, era isso que eu estava fazendo. Eu não estava começando nada de novo, estava esperando a minha vez pra fazer a declaração que tentava fazer desde que tinha quatorze anos” ele confessou a Legs McNeil e Gillian McCain. “Os Sex Pistols eram idênticos aos New York Dolls” analisou McLaren. “David Johansen era como Johnny Rotten, Johnny Thunders era exatamente como Steve Jones, Arthur Kane era exatamente como Sid Viscious e, de certo modo, Paul Cook era como Jerry Nolan, exceto que não usava drogas”. 

Futuramente, na clássica turnê Anarchy Tour, que dentre outras banda, tinha como atração os Heartbreakers – que contava com Johnny Thunders, ex- New York Dolls – os Pistols copiavam de modo descarado a performance dos americanos. O relato de Jerry Nolan, baterista dos Heartbreakers, contido no livro “Mate-me Por Favor: Uma História sem Censura do Punk”, de Legs McNeil e Gillian McCain, deixa isso claro : “Eu sempre via Johnny Rotten, Steve Jones e Paul Cook, parados nos bastidores nos estudando. Olhavam as combinações entre Thunders e eu, a rapidez com que tocávamos. Depois colocavam as combinações nas apresentações deles, o que eles admitem abertamente.” 

Umas das evidências mais fortes de que o plano de marketing de McLaren era maior do que o musical, era que as duas bandas, Sex Pistols e Heartbreakers, deveriam embarcar numa turnê inglesa para divulgar aquilo que a imprensa chamava de punk rock, mas eles nunca chegaram a fazer um show. 

Parece que Malcolm McLaren colocou as duas bandas juntas somente para que os Pistols pudessem aprender como uma banda punk se portava na cabeça dele. No começo, quando achou que o Sex Pistols não estava acontecendo ele chegou a pensar em trazer Richard Hell e Syl Sylvain para a banda, mas ele próprio achou a ideia estúpida tempos depois, pois “não haveria como encaixar Hell ou Sylvain nos Pistols – as sensibilidades deles eram completamente diferentes. Hell e Syl estavam anos à frente dos Sex Pistols – e os Pistols eram incrivelmente ingênuos”, como ele próprio afirmou no livro “Mate-me, Por Favor!”.

Por fim, devo admitir que a influência do Sex Pistols na cultura pop é latente. Toda a música contemporânea e, em especial, o rock n’ roll foi modificado pela atitude dos seus integrantes que mesmo não sendo músicos louváveis, conseguiram marcar toda uma geração. Mesmo não sendo a primeira banda punk da história eles foram responsáveis por caracterizar o estilo com sua musica minimalista e sua atitude agressiva e, até certo ponto, autodestrutiva.

Mas a verdade é que eles fizeram um dos discos mais importantes da história da música moderna, a banda era genial no comportamento e musicalmente pouco acima da média. Isso tudo só pode nos fazer louvar ainda mais o grupo, pois copiaram pelo menos um par de bandas americanas no que se refere à performances e até canções, pioraram o comportamento auto-destrutivo de Jim Morrison, lançaram apenas um disco que tem composições que se destacam mais pela energia do que pela qualidade delas, se implodiu de modo trágico, provou ser uma armação de um empresário, e mesmo assim são tidos como parte do panteão de deuses do rock.

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