Scorpion Child – Resenha de “Acid Roulette” (2016)

 

A banda texana Scorpion Child já impressionou em seu primeiro álbum e chega a seu novo trabalho, “Acid Roulette”, aprimorando ainda mais sua acachapante proposta.

Ao contrário do que muitas bandas que promovem um revival do Classic/Hard Rock fazem, eles não investem numa pegada stoner mais sombria, baseado no Black Sabbath, mas sim alicerçada no peso psicodélico do Deep Purple, com baixo gorduroso e muita energia.

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Scorpion Child: “Acid Roulette” (2016, Nuclear Blast, Voice Music)

“She Sings, I Kill” abre o trabalho de modo tão visceral  que dificulta a transcrição de seu impacto em palavras.

As guitarras são rústicas, tempestuosas, enquanto a bateria pulsa como uma chuva de socos impiedosos, reforçada pelo groove sujo do baixo, enquanto as linhas de teclados conjuram o espírito musical de Jon Lord.

Ao longo do álbum o passado é sim ecoado, mas o Scorpion Child imprime muito mais potência que seus contemporâneos, fato muito bem delineado na faixa “Reaper’s Danse”.

O alto nível das composições e da execução técnica impressiona, num repertório que mescla bem a pegada vintage com a poeira musical texana, de veia estradeira.

Dentre as faixas, a qualidade se mantem altíssima em abordagens multifacetadas.

“Acid Roulette” acalma os ânimos com muita lisergia em meio a uma serenidade concisa, numa fusão de The Doors e Deep Purple, enquanto a vinheta “Séance” divide os dois “lados” do álbum, numa quase oração roqueira.

Neste “segundo lado”, as faixas são menos viscerais e mais melódicas, sendo “Twilight Coven” mais groovada; “Survives” mais emocional e de leves cacoetes alternativos; e  “Moon Tension” é sincopada e envolvente, quiçá, a melhor faixa de um álbum que traz uma produção brilhante e um conceito interessantíssimo, encarnando, ao lado de bandas como Rival Sons e Witchcraft, o mais puro espírito roqueiro dos gigantes do estilo que já caminharam sobre a Terra.

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