A Evolução dos Robôs na Cultura Pop: De R2-D2 a Wall-E

 

Os robôs são um elemento básico da cultura pop há décadas, e este artigo investiga sua jornada de máquinas simples a personagens complexos e inteligências artificiais. Junte-se a nós enquanto exploramos o mundo dos robôs no entretenimento.

Os robôs são um elemento básico da cultura pop há décadas, e este artigo investiga sua jornada de máquinas simples a personagens complexos e inteligências artificiais. Junte-se a nós enquanto exploramos o mundo dos robôs no entretenimento.

De filmes clássicos de ficção científica a sucessos de bilheteria modernos, os robôs têm desempenhado um papel significativo na cultura pop há décadas. Essas máquinas evoluíram de seres mecânicos simples para personagens complexos e emocionais que cativam o público. Neste artigo, veremos mais de perto a história dos robôs no entretenimento e exploraremos alguns dos personagens robóticos mais icônicos da cultura pop.

Apaixonantes, odiosos, superpoderosos, obsoletos, gigantescos ou não maiores que um cão, os robôs estão inseridos na cultura pop das mais diversas maneiras e se tornaram parte fundamental da ficção científica, gênero multi-cultural que explora as barreiras tecnológicas e, em certa medida, expõe os anseios dos seres humanos (conheça, nesse texto, uma lista de livros para se iniciar no gênero).

Nestas figuras pitorescas, os robôs, estão projetadas nossas maiores fraquezas, mas de um modo quase reverso, muitos dos “criadores” dos robôs os provem de habilidades sobre-humanas, ou simplesmente os tornam serviçais de nossa necessidade de subjugo. Independente da motivação para seu nascimento dentro das mais deliciosas e fantásticas narrativas, a verdade é que, mesmo quando eles são os carrascos do nosso planeta (como é caso do robô Gort, personagem de O Dia Em Que A Terra Parou), não deixamos de nos maravilharmos com os incríveis poderes dos robôs.

Este encanto atraiu até mesmo a mais iluminadas mentes da humanidade como Leonardo da Vinci, que, mesmo muito antes da robótica entrar na cultura popular, já projetava suas máquinas com movimentos próprios. A história nos conta que Da Vinci teria desenvolvido um leão inteiramente mecânico que podia se locomover de modo independente e o dado de presente ao rei da França. Isso se deu em 1515.

Outro grande intelecto que se dedicou ao estudo dos autômatos e que obteve resultados efetivos foi John Dee, um dos maiores ocultistas da história, sobre o qual escrevemos este texto. No século XVI, a tecnologia era precária, mas Dee conseguiu construir um robô, na verdade uma escaravelho mecânico, que o condenaria à perda da sua cadeira na Universidade de Cambridge, acusado de feitiçaria após expor seu novo invento numa representação teatral, causando terror quase generalizado.

Todavia, o termo robô foi oficialmente cunhado em 1920, em língua checa, numa peça para o teatro de Karel Capek e se referia basicamente a seres com formas de vida artificiais. Como o projeto foi exibido em Nova York em 1922, ganhou uma versão em inglês no ano seguinte. Esta obra foi a responsável não só por nomear estes seres tão importantes na cultura pop, como também popularizou o termo.

Abaixo você tem ofertas dos dois melhores livros sobre robôs na ficção científica.

Os primeiros dias dos robôs na cultura pop.

Os primeiros dias dos robôs na cultura pop foram caracterizados por seres simples e mecânicos que eram frequentemente retratados como vilões ou ameaças à humanidade. Um dos primeiros exemplos de um robô no entretenimento foi o filme “Metropolis”, de 1927, que apresentava um robô humanóide criado para substituir os trabalhadores humanos. Outros exemplos iniciais incluem os robôs da série de TV “Perdidos no Espaço” e os Daleks em “Doctor Who”. Esses robôs eram frequentemente retratados como máquinas sem emoção, focadas apenas em suas tarefas, com pouca consideração pela vida humana.

Se procurar pela origem dos robôs na história cultural iremos voltar aos tempos das lendas e mitologias. As estátuas falantes feitas de bronze ou argila estavam presentes já nas primeiras obras da literatura à cargo de Homero, Platão, Tácito ou Plínio. Esbarraremos em Talos, o gigante de bronze, ou no Golem (um homem de argila), nos apaixonaremos como Nathanael pela autômata Olimpia da obra “O Homem de Areia” de E. T. A. Hoffman,  além de inúmeros outros personagens animados artificialmente que desfilam pelas mais diversas obras-primas da literatura universal.

O primeiro “robô pop” foi, sem dúvidas, o Homem de Lata. Personagem do clássico “O Mágico de Oz”, de L. Frank Baum, é um dos precursores do padrão robótico na literatura. Mesmo precedendo os robôs de Capek, ele era um dos primeiros personagens com corpo mecânico que necessita periodicamente de que girem suas cordas, como nos relógios antigos.

Seguindo a trilha dos robôs, chegamos a Isaac Asimov. Poucos autores foram tão relevantes para um gênero específico, quanto ele para a  ficção científica. Sua grande influência veio de um conto escrito por Eando Binder, denominado “Eu, Robô”, que fora publicado em 1939, na revista Amazing Stories. O personagem desta obra é o robô Adam Link e, em geral, muitos acreditam ser esta história de Asimov, mas, em verdade, o livro Eu, Robô, lançado nos anos 50, é apenas uma outra compilação de contos do autor que assume a inspiração na obra de Binder, ao nos dizer que “meus livros agora são mais famosos, mas a história de Binder foi a primeira”.

A coletânea de Asimov trazia contos interligados, entretanto sua importância se deu pelas Três Leis da Robótica, assumidas até mesmo por outros autores. A adaptação cinematográfica da trama de Asimov, de 2004, popularizou o robô Sonny, que tem enorme resistência, além da inteligência adaptativa. Como foi programado para ser um serviçal e obedecer às três leis da robótica sua periculosidade é mínima.

Outro robô de Assimov que ficou popular depois de sua aparição nas telonas foi Andrew Martin, em o “Homem Bicentenário”. O conto foi o vencedor do Prêmio Hugo de 1976, a maior congratulação da ficção científica e Andrew é um dos primeiros robôs a raciocinar brechas nas três leis da robótica e se utilizar delas.

Abaixo você tem ofertas dos dois melhores livros para entender a inteligência artificial.

A ascensão dos robôs humanoides.

À medida que a tecnologia avançava, o mesmo acontecia com a representação de robôs na cultura pop. A introdução de robôs humanóides, como R2-D2 e C-3PO na franquia “Star Wars”, trouxe um novo nível de personalidade e emoção para esses personagens. Eles não eram mais apenas máquinas, mas sim seres complexos com seus próprios pensamentos e sentimentos. Essa tendência continuou com a introdução de Wall-E, um robô adorável e curioso que conquistou o coração do público em todo o mundo. Hoje, os robôs humanóides continuam a ser um tema popular na cultura pop, com programas como “Westworld” e filmes como “Ex Machina” explorando a complexa relação entre humanos e máquinas.

A literatura é recheada de exemplos robóticos, porém, acredito que pelo apelo visual, os autômatos criados para as telas, seja a telona do cinema ou a da televisão, se tornaram mais populares. Até mesmo os nascidos nas páginas dos livros viram sua popularidade crescer após o upgrade visual das telas. A primeira a ganhar fama foi a robô Maria/Futura, do filme “Metropolis”, um dos clássicos máximos da ficção científica, dirigido por Fritz Lang.

Porém, o primeiro grande terror robótico no cinema veio na forma de Gort (destruidor de quase nove metros em sua segunda versão), o robô criado por aliens dotado de super força, laser ocular, e nanomáquinas replicadoras. Gort tinha a missão de destruir a Terra no filme “O Dia em que a Terra Parou”, sendo até os dias de hoje um dos mais lembrados quando o assunto são robôs de alta periculosidade. Esse robô assustador deu início a uma produção em série no cinema.

A década de 50 foi a era dourada da ficção científica mais ingênua e estes robôs criados para o “mal” eram muitos: tivemos Ro-Man que queria destruir o planeta em 1952, e os robôs venusianos do filme “Target Earth” (no Brasil “Vênus Invade a Terra”), em 1954. A década de 1950 foi uma verdadeira festa com os amigos de lata: tivemos a apresentação de Robby The Robot, no filme “Planeta Proibido”, em 1956, tendo se tornado um dos mais icônicos personagens de sua espécie e outro robô chegou a ser oponente de uma múmia asteca em 1958.

Na década seguinte não houve descanso. Eles vieram de Netuno, estiveram em filmes natalinos, invadiram a Terra impiedosamente e até King Kong teve sua versão robotizada. Quem não se lembra da robô Rosie dos Jetsons? Ou do robô B-9 de Perdidos no Espaço? Foi na década de 70 que um pouco de classe e requinte foi dado aos robôs das telonas. E de lá pra cá os principais personagens do segmento foram criados.

Os primeiros a ganhar notoriedade foi a dupla formada por C-3PO e R2-D2, na saga Guerra nas Estrelas. O primeiro tem muito conhecimento em línguas e culturas alienígenas diversas, servindo apenas de um intérprete ou tradutor a um consultor de etiquetas das galáxias. O segundo, que não chegava a um metro de comprimento, já vinha composto por algumas armas simples e era um exímio reparador de naves, bem como um ótimo co-piloto.

Posteriormente, o replicantes, uma nova espécie de robôs advinda da evolução da ficção científica, foram o sucesso em “Blade Runner: O Caçador de Androides”. Inspirado num conto de Philip K. Dick, o roteiro do filme trazia questões existenciais profundas para os seres robotizados. Alheio aos duelos filosóficos inerentes ao convívio de robôs e humanos, o robô T-800 (e suas evoluções posteriores) era um destruidor encarnado por Arnold Schwarzenegger na franquia “Terminator”, que trouxe ainda, do futuro, o modelo quase invencível T-1000 para duelar com o T-800. O mais interessante no T-1000 é que foi um dos primeiros robôs composto de metal líquido.

Entre as aparições dos modelos T-800 e T-100, tivemos o ciborgue cyberpunk Robocop. Quase um híbrido de humano com máquina, este paladino da justiça trazia armadura blindada, pistola auto9, que podia até disparar três vezes seguidas e inovava com seus acessos a terminais computadorizados. Na mesma franquia assistimos a um dos mais temidos robôs do cinema, o inimigo do Robocop, o modelo Ed-209.

Não podemos nos esquecer da série Transformers, que na versão cinematográfica mais recente trazia o popular Optimus Prime em seus quase dez metros de pura lataria, força e rapidez anormais e se transformava em caminhão, rifle ou espada de energia. Ainda podemos destacar os sentinelas da franquia “Matrix”, o pequeno Wall-E, que era um estocador de lixo que apareceu numa das melhores animações modernas, o androide David, de “Inteligência Artificial”, que já é capaz de simular pensamentos, emoções e, além da aparência de criança, e não possui ações ofensivas programadas. Por fim, não podemos deixar de citar os robôs que defendem a Terra de invasores alienígenas no filme “Círculo de Fogo”.

É importante salientar que este é apenas um apanhado superficial da importância dos robôs na cultura pop, que tiveram participação ímpar no imaginário tecnológico dos consumidores de cinema, literatura e televisão.

Abaixo você tem oferta do melhor robô aspirador do mercado

Os Robôs Japoneses

A cultura pop japonesa, sempre influenciada pelas tradições milenares e pela tecnologia também se valeu dos robôs em algumas obras. Talvez o primeiro a ganhar fama foi o atômico Astro Boy, criado em 1952. Nas telonas o grande robô a figurar foi o Mechagodzilla, que apareceu já na década de setenta, como um dos mais poderosos robôs daquela época.

Mas nada se compara aos defensores da justiça e seus robôs preparados para o combate aos mais temidos e gigantes monstros do mal. Seriados como Jaspion, Jiraya, Flashman, Changeman ou Cybercops, traziam seus fenomenais robôs controlados pelos esquadrões, após o inimigo quase derrotado apelar para algum truque sujo que ia maximizar o tamanho de seus derrotados empregados alienígenas.

Um dos mais emblemáticos robôs desta geração de heróis foi Daileon, a nave-mãe de Jaspion, que servia quase como um quartel general, armazenando os outros veículos do herói. Esta nave, quando necessário, assumia a forma de robô para enfrentar os monstros de Satan Goss.

Para nós, este era o Gigante Guerreiro Daileon. Jaspion e Jiraya eram produtos de uma franquia de séries japonesa que se estendeu por mais de vinte cinco anos. Um dos personagens desta franquia era o esquecido Jiban, um robô inspirado no herói norte-americano Robocop, que tem como principal personagem, um policial de Tóquio que morre em serviço, sendo transformado em Jiban, um ciborgue metálico cuja missão é destruir a organização liderada por um doutor do mal.

Os robôs japoneses eram mais assíduos nas séries denominadas Super Sentai, que na maioria das vezes trazia esquadrões que apelavam aos robôs gigantes como uma de sua armas finais.

O futuro dos robôs na cultura pop.

Com o ritmo acelerado do avanço tecnológico, fica claro que os robôs continuarão a desempenhar um papel importante na cultura pop. À medida que a tecnologia de IA e robótica continua a melhorar, podemos esperar representações ainda mais realistas e diferenciadas de robôs em filmes, TV e outras formas de mídia. Desde explorar as implicações éticas da IA avançada até imaginar novas possibilidades para relacionamentos humano-robô, o futuro dos robôs na cultura pop certamente será empolgante e instigante.

Leia Mais:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *