Premiata Forneria Marconi – Resenha de “Emotional Tattoos” (2017)

 
Premiata Forneria Marconi Emotional Tattoos PFM
Premiata Forneria Marconi: “Emotional Tattoos” (2017, Inside Out Music, Hellion Records) NOTA:8,5

A capa de “Emotional Tattoos” já nos diz que a nau mais emblemática do progressivo italiano está capitaneada por apenas dois remanescentes de seus tempos de glória, Franz Di Cioccio (bateria e vocais) e Patrick Djivas (baixo).

Mais do que isso, seu colorido curvilíneo nos enche de esperança quanto as composições que serão apresentadas, afinal, tudo nesta capa remete aos tempos em que a banda praticava uma fusão de progressivo com pop de encher os ouvidos pelo requinte e pela criatividade.

“Il Regno” abre “Emotional Tattoos” ao mesmo tempo em que nos tira um sorriso do rosto, pela elegante variação de arranjos que se torna cativante e aconchegante, muito pela produção moderna e brilhante que a envolveu.

A produção é um fator importantíssimo para o sucesso de “Emotional Tattoos” que vem em edição dupla-bilíngue (confesso que ignorei o CD que traz as faixas em inglês num primeiro, pois o bom e velho PFM deve ser ouvido em italiano), pois imprimiu modernidade à formatação sonora clássica da banda, aproximando a de nomes como Transatlantic, The Flower Kings, Neal Morse, e Spock’s Beard, ao mesmo tempo que ainda encontramos ligações com aquela estética setentista tradicional a Genesis, Renaissance, e seus compatriotas do Le Orme.

Nascida em 1970, a Premiata Forneria Marconi se tornou o símbolo máximo do progressivo italiano, uma escola que tinha sua identidade construída por um experimentalismo controlado, adornado por elegância barroca e impresso com certa acessibilidade pop.

Costumo dizer que o progressivo italiano está para a música progressiva, assim como a ópera italiana está para a música erudita.

E dentro deste nicho, a banda se destacou, extrapolando-o com álbuns vitais como “Storia di un minuto” (1972), “Per un amico” (1972), “Photos of Ghosts” (973), e “Chocolate Kings” (1975) que postularam as características melódicas, criativas, requintadas, lúdicas e ousadas de sua marca registrada.

É fato que os lançamentos desde 1987 são sazonais, e tentaram dar uma carga experimental maior à sua discografia moderna, como bem mostram os dois trabalhos anteriores a este “Emotional Tattoos”.

Traçado este panorama, faixas como “Oniro”, “La Lezione”“La danza degli specchi”, “Le cose belle”, “Freedom Saquare” (instrumental com violinos instigantes) e “Big Bang”, se tornam ainda mais saborosas por redirecionarem seu foco novamente para sua essência musical, resgatando o aspecto lúdico de sua exuberante e acessível musicalidade.

Certamente este é o álbum do PFM que eu esperava desde “Ulisse” (1997), numa viagem por mudanças de andamentos fluidas, teclados ora caleidoscópicos, ora climáticos (divididos entre Alessandro Scaglione, Lucio Fabbri, e Alberto Bravin), além de arranjos sinfônicos, guitarras (à cargo de Marco Sfogli e Lucio Fabbri) que sabem a hora de assumir o protagonismo e baladas classudas.

Destaque instrumental ao baixo de Patrick Djivas que emerge dos arranjos com linhas cativantes.

Muito além de um álbum para quem admira a música do PFM, uma pérola moderna da música progressiva!

Tracklist

CD 1 – Italian version
1. Il Regno (7:12)
2. Oniro (6:06)
3. La lezione (5:08)
4. Mayday (5:56)
5. La danza degli specchi (6:03)
6. Il cielo che c’è (4:55)
7. Quartiere generale (5:27)
8. Freedom Square (Instrumental) (4:47)
9. Dalla Terra alla Luna (5:57)
10. Le cose belle (5:16)
11. Big Bang (5:07)

CD 2 – English version
1. We’re Not An Island (7:12)
2. Morning Freedom (6:06)
3. The Lesson (5:08)
4. So Long (5:56)
5. A Day We Share (6:03)
6. There’s A Fire In Me (4:55)
7. Central District (5:27)
8. Freedom Square (Instrumental) (4:47)
9. I’m Just A Sound (5:57)
10. Hannah (5:16)
11. It’s My Road (5:07)

 

FORMAÇÃO

– Franz Di Cioccio (vocais, bateria e arranjos)
– Marco Sfogli (guitarra e arranjos)
– Alessandro Scaglione (teclado, piano e orquestração)
– Alberto Bravin (teclado)
– Lucio Fabbri (violino e viola)
– Patrick Djivas (baixo teclado e arranjos)
– Roberto Gualdi (percussão)

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=spt1IKlEm-M&w=560&h=315]

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=qRUTGIsaNqo&w=560&h=315]

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