Heaven Shall Burn – Resenha de “Wanderer” (2016)

 
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Heaven Shall Burn: “Wanderer” (2016, Century Media, Sound City Records, Shinigami Records) NOTA:8,5

Acredito que se “Wanderer”, oitavo álbum da banda alemã Heaven Shall Burn, não brigar pelo posto de melhor da discografia, junto a “Antigone” (2004), “Iconoclast” (2008) e “Veto” (2014),  certamente será aclamado como o mais pesado. Não que a banda se furtasse do peso em suas composições, pelo contrário, sempre foi definidamente agressiva e pesada na sua dança ciclotímica entre o Death Metal Melódico, o Deathcore, e o Metalcore.

Todavia, a concisão da massa sonora deste novo trabalho chama a atenção, principalmente pelo menor espaço dado às influências do Hardcore e pela reafirmação dos elementos metálicos ao longo das composições, sem alterar sua identidade. Faixas como “Prey to God” (que traz a participação de George “Corpsegrinder” Fisher, do Cannibal Corpse), “They Shall Not Pass” “Downshifter”, por exemplo, fincam os dois pés no Death Metal puro, virulento, e técnico. Impossível não dizer que estas são três das melhores do trabalho.

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Se “Wanderer”, oitavo álbum da banda alemã Heaven Shall Burn, não brigar pelo posto de melhor da discografia, junto a “Antigone” (2004), “Iconoclast” (2008) e “Veto” (2014),  certamente será aclamado como o mais pesado…

E nestas faixas podemos perceber que as linhas vocais estão mais poderosas e agressivas do que nunca, as guitarras imprimem uma brutalidade impecável, por riffs pujantes e solos agudos, a seção rítmica continua esmagadora e explosiva, e as letras ainda mais intensas. Até o reforço de René Liedtke, que participara em “Veto” (2014), nas guitarras e vocais permanece.  Vale registrar que este é o primeiro álbum registrado Christian Bass na bateria, que assumiu o posto do membro-fundador Matthias Voigt.

Ou seja, tudo está em seu devido lugar e a máquina continua azeitada, produzindo composições brutais, e impactantes. Só que agora, aquela veia experimental que latejava em alguns momentos, foi trocada por um viés melancólico e acinzentado, como revelam partes da ótima “Save Me”  e pelo cover do My Dying Bride (mantendo a tradição das releituras nos álbuns) para o clássico “The Cry of Mankind” (que tem participação de Aðalbjörn Tryggvason, do Sólstafir).

Confira o clipe da faixa “Corium”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=f3MDtQjdzbM&w=560&h=315]

Sempre variando velocidade e intensidade (leia-se: peso), é nos momentos onde a melodia melancólica se junta às formas do Death Metal Melódico que percebemos como a banda amadureceu sua formatação musical extrema, dando mais dinamismo dentro de uma esqueleto mais acessível (leia-se: menos experimental). Confirmam este fato faixas como “Bring The War Home”“A River of Crimson”, “Passage of the Crane” “Corium” (esta com Nick Hipa, ex-As I Lay Dying, nas guitarras), que se mostram esmeradas em seus mínimos detalhes.

Confesso que  “Wanderer” já caiu no meu gosto pessoal desde a primeira faixa, “The Loss of Fury” (com sua angústia concentrada), pois aqui já vinha exposto algo que é permanente em todas as composições: os elementos cativantes vêm dos detalhes, variados num contexto geral (como os pontuais vocais femininos à cargo de Katharina Radig), que permeiam  os arranjos construídos ora sob precisão matemática, ora por evoluções melódicas.

Confira o clipe da faixa “Passage of the Crane”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=8kLeSi3uXaY&w=560&h=315]

A produção robusta do guitarrista Alexander Dietz dá sua contribuição para o resultado final impactante, pois soa moderna sem ser pausterizada, potencializando as guitarras e a coluna estrutural baixo-bateria, e nos entregando um álbum agressivo de uma banda cujas engrenagens pesadas estão em alta rotação.

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