The Brainwash Machine – Resenha de “A Moment of Clarity” (2014)

 

 

 

The Brainwash Machine - A Moment of Clarity (2014)
The Brainwash Machine – “A Moment of Clarity” (2014, Rising Records, Voice Music, MS Metal Records) NOTA:8,5

Esse disco é tão interessante e foi tão pouco comentado no Brasil que me sinto na obrigação de resgatá-lo através de uma resenha, mesmo porque ele foi lançado no Brasil em uma versão de primeira qualidade numa parceria entre Rising Records, Voice Music, MS Metal Records.

Formada em 2011, a banda colombiana The Brainwash Machine pratica uma forma irresistível de metal progressivo, sendo este “A Moment of Clarity”, lançado em 2014, seu segundo disco de estúdio, construído pelo tecnicismo instrumental e pelo apurado requinte melódico.

Sem exagerar por composições elásticas, o Brainwash Machine explora com inteligência nuances emocionais da música, variando texturas, peso, velocidade, e climas, desenhando uma paisagem sonora longe das masturbações instrumentais que podem ser perigosas aos praticantes da forma progressiva do heavy metal.

Nesse sentido, a produção de “A Moment of Clarity” consegue capturar o espírito certo para cada movimento, potencializando, polindo e dando foco na medida certa para uma banda ousada que já mostra suas cartas técnicas e modernas em “The Brainwash Machine”, faixa que abre este álbum, dialogando com formas roqueiras e metálicas da música progressiva.

Chama a atenção, de cara, os vocais introspectivos, longe da expressividade dramática e às vezes exagerada dos principais nomes do gênero. Mas não pense que Andres Ramirez é um vocalista inexpressivo.

Muito pelo contrário. Parte da identidade do Brainwash Machine vem da sua voz e versatilidade. Sua abordagem já será diferente na segunda faixa, Livin In Fear, com seu tempero hard rock irresistível.

A outra parcela vem do instrumental, cujas investidas e mudanças de andamentos chegam quando menos se espera, dizendo com personalidade própria o que os limites do gênero não permitem, sempre pincelados por onipresentes linhas de teclados de Jorge Arango (ouça o que ele faz no desfecho de “Heal”), que podem até ser exageradas aqui e ali, mas no geral, são imprescindíveis para a sonoridade final, principalmente quando varia suas texturas para hammonds e as bem-vindas influências de Deep Purple emergem nos arranjos.

Entram nos destaques instrumentais as guitarras da dupla Diego Ante e Alvaro Cote que vão habilmente das linhas mais pesadas ao bom gosto das melodias que invadem o cérebro, como na pesada “Animal Obssection”, que até ensaia uns vocais mais irados.

Concordo que no que tange ao instrumental não questionam os limites modernos da música progressiva, mas conseguem se sair bem dentro de seus tradicionalismos e normas, com um clima de prog noventista perene (confira as instrumentais “Ex-I” “Denis”).

Como destaques dentre as composições, ainda cito a balada “Spellbound”“Maniac” (um prog metal clássico), a brilhante faixa-título (de longe a melhor do álbum) e a pesada “Hellbound”.

Se você gosta de bandas como Pain of Salvation (ouça “Heal”), Theshold, Tiles, Queensryche, Time Machine e Fates Warning, pode conferir este disco sem medo.

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