Axel Rudi Pell – Resenha de “Game of Sins” (2016)

 

Incansável, Axel Rudi Pell chega ao seu décimo sétimo álbum de estúdio, “Game of Sins”, fazendo o que sabe de melhor.

Ou seja, Hard Rock Melódico baseado em riffs que flertam com o Heavy Metal, além de muita melodia e baladas, elementos construtores de sua extensa e, infelizmente, pouco lembrada discografia, que tem início em “Wild Obssession”, no ano de 1989, após sua saída da banda alemã Steeler.

Axel Rudi Pell Game of Sins
Axel Rudi Pell: “Game of Sins” (2016, Shinigami Records, Steamhammer, SPV GmbH)
Nota: 8,0

Muito bem acompanhado do excepcional vocalista Johnny Gioeli (que demonstrou muita inteligência melódica em suas linhas vocais, não sendo exagero afirmar que se trata de um dos melhores vocalistas da atualidade) e do baterista Bobby Rondinelli (um veterano da cena, mas que decepciona um pouco em suas levadas lineares que clamam por viradas um pouco mais empolgantes e andamentos diferenciados), o guitarrista alemão apresenta um álbum, que mesmo distante de seus clássicos (como “Nasty Reputation” [1991], “Between The Walls” [1994], este com Jeff Scott Soto, ou “Oceans of Time” [1998]), soa honesto para com sua excelente discografia, mostrando que, apesar de ser seu nome que está cravado na capa do álbum, a magia de sua música se dá pela funcionalidade desta formação como banda, e não apenas como músicos de apoio em canções onde o dono das seis cordas desfila seus arpejos herdados da música erudita em conluio às influências de Ritchie Blackmore, Uli John Roth e Jimi Hendrix.

Completam a formação o tecladista Ferdy Doernberg e o baixista Volker Krawczak, dois velhos conhecidos da discografia de Axel Rudi Pell.

“Game of Sins” abre com uma introdução climática, que serve de arauto para que a faixa “Fire” entre com ótimas linhas vocais e guitarras poderosas, num melodic/hard rock de cadência hipnotizante.

Já neste princípio fica clara a melhora na produção em relação ao álbum anterior, principalmente no que concerne ao som da bateria, que culminou num maior peso e numa melhor limpidez dos instrumentos, que soam encorpados ao longo das faixas, principalmente na faixa-título, com seus teclados climáticos, linhas de guitarra cheias de arabescos que se ligam a solos esmerados que, por sua vez, pincelam o desfecho “guitarrístico” orgástico.

Entretanto, a base do álbum está fincada no Hard Rock instigante, fato corroborado por faixas como “Sons In The Night” “Falling Star”, que mesclam riffs empolgantes, refrãos grudentos e tempero oitentista clássico, enquanto a balada “Lost In Love” desfila arranjos de extremo bom gosto, e nada piegas.

Já “The King Of Fools” “Breaking The Rules” trazem deliciosos traços de AOR e “Forever Free” fecha o trabalho de modo épico e mantendo o alto nível.

É impressionante como Gioeli consegue dar uma dinâmica profunda e cheia de emoção às composições de Axel, casando perfeitamente a amplitude vocal cheia de senso melódico com as frases de guitarra multivariadas.

Pode até ser que este álbum não seja lembrado futuramente como um clássico, mas, além de manter o alto nível do legado musical de Axel Rudi Pell, será, com certeza, uma das preciosidades escondidas em sua discografia!

Leia Mais:

Sugestão de Livros:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *