RESENHA | Vicky Inc. – “The Good, The Bad and Whatever” (2016)

 

Vicky Inc. é um trio carioca formado por Claudio Victorazzo, seu eu filho Chris Vicky e seu amigo Hard Alexandre.

Talvez muitos não se lembrem de Claudio Victorazzo, mas ele foi peça importante no cenário roqueiro nacional, nas décadas de 1980 e 1990, participando de várias bandas, com destaque principal para o Vodu, onde foi o vocalista nos álbuns “Seeds of Destruction” (1988) e “Endless Trip” (1991), além do EP “No Way” (1989).

Vicky Inc - The Bad The Ugly and Whatever

Em meados de 1999 saiu dos palcos e se dedicou a diversos projetos ligados à música, sua grande paixão desde que curtiu os primeiros clássicos de Rock, lá pelo fim dos anos setenta.

Um dia, o filho de Cláudio perguntou-o sobre o cotidiano no mundo do Rock, os shows e as viagens.

Revivendo o passado através de fotos e histórias, a vontade de fazer música o tomou novamente e, após mais de duas décadas afastado das bandas, retorna com o projeto Vicky Inc, muito bem acompanhado pelo filho Christopher (Chris Vicky) e o amigo Hard Alexandre, velho conhecido dos anos 1980, quando atuaram juntos na banda Tribal Act.

Apesar de baseado num Hard Rock/AOR, classificar as cinco canções que completam “The Good, The Bad and Whatever” apenas sob este rótulo, diminui o esmero empregado nas composições.

A abertura com excertos de clássicos do Rock oitentista perfilados nas frequências das rádios FM, mostra bem a época musical que serviu de inspiração, além de criar o clima perfeito para as faixas que se seguirão.

Transitando pelos classicismos do AOR estão “The World Needs Your Love” (com letra reflexiva, ótimas guitarras e backing vocals bem encaixados)  e “25 or 6 to 4”, uma releitura de um clássico do Chicago, com cadência mais “quebrada”, tempero oitentista mais pop e guitarras proeminentes.

E por falar em guitarras proeminentes, o trabalho de Hard Alexandre nestas cinco faixas é digno de aplausos, com solos precisos e linhas empolgantes.

As outras três faixas que completam este primeiro registro da banda mostram uma forma elegante e requintada de se fazer Hard Rock, mas não menos empolgante, como bem mostra “Drums of Revolution”, que flerta com o Power/Speed Metal, terreno conhecido de Cláudio, mesclando bem o peso e a melodia, destacando os vocais agudos e as guitarras agressivas num refrão que ficará tocando repetidamente nos seus “ouvidos mentais”.

Além disso, o esmero na construção dos arranjos, com detalhes aparecendo a cada nova audição, fica evidente em faixas como “80 Years” (melódica, densa e com ótimas linhas vocais entrelaçadas a guitarras brilhantes) e “Two Tickets to Heaven” (a grande peça musical do álbum, com arranjos belíssimos, com leves remissões a Iron Maiden e Queensryche, e versos dedicados a duas pessoas queridas que se foram de modo trágico).

E assim, com faixas diferenciadas, mas ligadas por um fio condutor, mostrando a maturidade dos compositores e total domínio da arte que se propõem, sem soar presunçosos ou pretensiosos (além de um material gráfico de primeira qualidade, entregue num digipack belíssimo), o  Vicky Inc. presenteia os apreciadores do bom Rock N’ Roll, bem como promove o retorno de uma das lendas do nosso Hard Rock/Heavy Metal, deixando-nos esperançosos que continuem firmes na proposta!

Pois ficou um gosto de “quero mais”…

Leia Mais:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *