The Unity – Resenha de “The Unity”

 
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The Unity: “The Unity” (2017, Sound City Records, SPV/Steamhammer, Shinigami Records) NOTA:8,5

Enquanto Kai Hansen segue com a turnê Pumpkins United, dois membros do Gamma Ray, o guitarrista Henjo Richter e o baterista Michael Ehré, se juntaram aos músicos da banda Love.Might.Kill. para criar a banda The Unity. E não se engane. Mesmo que o Gamma Ray e o Love.Mighty.Kill. sejam bandas que investem no Metal Melódico, e as composições do The Unity possuam alicerce no gênero, este álbum de estréia é um exemplar do moderno Melodic/Hard Rock. Ou seja, não espere nada muito próximo à sonoridade do Gamma Ray.

Isso colocado às claras, posso afirmar que temos uma sonoridade dinâmica e moderna, mas que consegue capturar o sentimento da época dourada do Rock/Metal. “The Wishing Well”, por exemplo, traz um sabor à lá Whitesnake, enquanto “Redeemer” trará uma vaga lembrança do Rainbow em sua envolvente alternância de velocidade, mas nada que soe mimetismo, sendo apenas influências evidentes em composições pontuais.

Confira o clipe de “No More Lies”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=VHm8OIUrmpQ&w=560&h=315]

Já “God of Temptation”, segue o mesmo padrão classudo das duas supracitadas, mas numa remissão ao que o Black Sabbath executou no clássico “The Eternal Idol”. E esta faixa, junto com “Always Just You” (que chega a flertar com o pop até se entregar às guitarras pesadas numa linha moderna e melancólica), apresenta uma geometria estrutural fora dos padrões do Melodic Rock, sendo estas, duas das melhores do trabalho.

De fato existe muito do poder melódico do AOR, alternando entre o brilhantismo e o oportunismo “grudento” do gênero, numa interessante harmonização de peso e melodia, chegando a lembrar nomes que investem em formatações acessíveis, cheias de adrenalina, e modernas do Hard Rock, como H.E.A.T., Eclipse, Harem Scarem e House of Lords, através de uma dinâmica ativa entre elementos de Rock e Metal, sem baixar a intensidade (advinda das guitarras, com riffs pegajosos, e dos refrãos), ou esquecer do peso (garantido pela estrutura metálica).

Confira a faixa “Rise and Fall”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=8OPA4i3xdtk&w=560&h=315]

Tudo isso está resumido na faixa de abertura, “Rise and Fall”, ou em “Super Distorcion”, “No More Lies” (com riff poderoso), “Eden’s Fall”, “Never Forget” e “Close to Crazy”, que também evidenciam, além da fusão de Speed Metal Melódico com Hard Rock, uma produção impecável, longe da organicidade, mas amplificando as potencialidades das composições sem soar artificial, aclimatando a proposta com detalhes instigantes (um diálogo aqui, uma caixa de música acolá, ou um efeito de orquestração).  

Parte importante da sonoridade vem do trabalho dos teclados de Sascha Onnen, equilibrando-se entre os efeitos climáticos, conferindo teor épico às faixas, e o diálogo com as guitarras, como feito na faixa “Firesign” (mais fiel ao Metal Melódico). Em contrapartida, o vocalista Jan Manenti, por causa de alguns cacoetes do Power Metal Melódico, soa exagerado em certos momentos, mas é extremamente eficiente quanto se dedica a interpretar melodias envolventes.

Formado por dois membros do Gamma Ray, e pelos músicos da banda Love.Might.Kill, o projeto The Unity oferece um Hard Rock poderoso, pela alta técnica do Heavy Metal Melódico, ecoando classicismos por ares modernos…

Certamente é um álbum que não agradará a todos, simplesmente por ser inesperado, manuseando clichês de modo inteligente, oxigenando-os, e criando composições interessantíssimas.

 E se o Hard Rock grudento, com maneirismos instrumentais e climas do AOR, te faz a cabeça, então pode pular às cegas e sem paraquedas no som do The Unity, pois a diversão é garantida.

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