Panzer – Resenha de “Resistance” (2016)

 

“Resistance” é o quarto álbum da banda brasileira de Thrash/Groove Metal, Panzer, lançado em 2016.

O álbum marca os 25 anos da banda com o retorno do baixista Fabiano Menon, além da estréia do músico Sérgio Ogres nos vocais.

Após a introdução “96”, a explosão Thrash Metal em “The Price” se mostra, além de inspirada pela velha guarda do estilo, mais cadenciada e entremeada de passagens limpas e melancólicas, anunciando que teremos um trabalho diferente do veloz e pesado “Honor” (2013).

Panzer - The Resistance
Panzer: “Resistance” (2016, Shinigami Records)

Desta vez, deixando o velocímetro mais controlado para se concentrarem no peso chapado advindo da tradicional fusão com o Stoner Rock, da qual foram precursores nestas paragens verde-amarelas.

E tal impressão se confirmará ao longo deste excelente trabalho que, além de estar recheado de palhetadas empolgantes e vocais de uma versatilidade impressionante, comemora os 25 anos de estrada e pioneirismo deste grande nome da cena brasileira.

Os problemas com a formação que antecederam o lançamento de “Resistance” não atrapalharam o resultado final, entregando uma sonoridade forte, groovada, com variação consciente nos arranjos, transitando confortavelmente entre o Thrash Metal e o Stoner, além de versos “declamados” perpassando sagazmente a parede sonora, alicerçada numa cozinha sólida e encorpada, onde se destacam as linhas de bateria mais naturais, pouco utilizadas na cena moderna, mas que deram organicidade e, principalmente, unicidade à sonoridade final.

Neste momento, se fazem necessários aplausos para o trabalho vocal de Sérgio Ogres, que estreou em estúdio neste álbum, e cuja habilidade contribuiu muito para o sucesso das faixas, variando suas linhas numa mistura de Max Cavalera com L. G. Petrov, nos momentos mais agressivos e cavernosos, e Burton C. Bell, nos vocais limpos.

Basta conferir a faixas “You May Not Have Tomorrow” (uma balada curta, introspectiva e reflexiva) e “The Resistance” (a faixa mais “porrada” do álbum, com peso e velocidade frenéticos) e perceber a capacidade indiscutível deste vocalista.

No mais, faixas como “Impunity” (misturando magnificamente agressividade com limpidez), “No Fear” (mais cadenciada e encorpada), “To Scream In Vain” e “Alone” (abusando de guitarras dilacerantes e vocais limpos bem encaixados), além das já citadas ao longo do texto, refletem, como pontos altos do trabalho, muita maturidade e consciência artesanal  do estilo que querem praticar (claro corolário da experiência advinda da louvável jornada de duas décadas e meia de André Pars [guitarra] e Edson Graseffi [bateria] à frente da banda), numa formatação metálica noventista e crua, dentro de uma produção excelente, que enquadra-se no ponto médio entre a velha guarda e a modernidade.

Não perca tempo e vá atrás do seu, pois este é um dos grandes álbuns do Heavy Metal nacional em 2016!

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