Necromancer – “Forbidden Art” (2014) | Resenha

 

“Forbidden Art” (2014), é o primeiro álbum de estúdio da banda de thrash metal Necromancer, que busca reformular aquele causticante e primitivo formato dos primórdios do gênero para os padrões modernos.

"Forbidden Art" (2014), é o primeiro álbum de estúdio da banda de thrash metal Necromancer, que busca reformular aquele causticante e primitivo formato dos primórdios do gênero para os padrões modernos.

A banda Necromancer nasceu em 1986, e pela sonoridade apresentada em seu primeiro álbum “Forbidden Art” (2014), podemos dizer que existe uma grande influência do Thrash Metal old school, e causticante, de nomes como Sodom, Destruction, Celtic Frost, e, principalmente, os primeiros anos do Sepultura (lembrando que no primeiro split do Sepultura, ao lado do Overdose, existe uma música chamada “Necromancer”).

Nas quase três décadas que separam o nascimento da banda e seu primeiro full lenght, temos duas fases distintas, entre os anos de 1986 e 1988, e de 1993 a 1997, até que em 2012 deram fim a seu segundo hiato. Nestes dois períodos de atividade, lançaram quatro demo-tapes, “Demo I” (1986), “Dark Church” (1987), “Science of Fear” (1993) e “Victims of Deranged Maneuverings” (1996), das quais retiraram cinco composições para este “Forbidden Art”. Dentre as novas faixas, temos a intro “Necromantia”, “Middle Ages”, “Havocs and Destruction” e “The Rival”.

Talvez por isso, o Death/Thrash Metal da banda tenha um sabor oitentista, inclusive nos cacoetes vocais e instrumentais, tão acentuado, mas nada que cheire a mofo, ou soe datado.

As mudanças de andamento constantes, além de oxigenar as composições, refletem a maturidade dos integrantes como compositores, por trazer uma dinâmica inteligente à abordagem old school da banda, por uma variação constante de fúria, groove, e técnica.

Neste contexto, os maiores destaques vão para as faixas “Deadly Symbiosis”, “Dark Crurch”, “Plundered Society”, justamente as composições que estavam em algumas daquelas demos antigas, mostrando a eficiência da remodelagem do Thrash visceral de outrora, por moldes modernos, com brutalidade e melodia travando uma dança metálica vigorosa, e com guitarras de inspirações infernais.

Aqueles ouvidos acostumados a degustar os clássicos do Heavy Metal pelas edições em vinil, perceberão a estrutura inspirada na era dos LP’s, afinal temos duas “aberturas”(“Necromantia”“Havocs and Destruction”), dois picos de intensidade, e dois desfechos . Isso é uma óbvia mostra da preocupação da produção além da construção das composições, sabendo do impacto que a sequência certa das faixas causa.

Em suma, temos um trabalho de geometria estrutural intrincada, registrado por um trio (formado por Marcelo Coutinho [vocais], Luiz Fernando [guitarra], e Alex Käffer [baixo, bateria, guitarra], posteriormente completado por Gustavo Fernandez [baixo], e Edu Lopez [guitarra]) extremamente técnico na prática avassaladora do Thrash Metal, de vocais rasgados (remetendo muito aos primeiros anos de Max Cavalera) que flertam com os primórdios do Black Metal, conseguindo ser trabalhado sem ser requintado, e brutal sem ser incômodo.

“Forbidden Art” é um registro histórico para o metal brasileiro, de uma banda de luta há décadas no underground, dotado de muita personalidade para reformular aquele tosco e primitivo formato Thrash/Death Metal para os padrões modernos.

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