Necro – “Adiante” (2016) | Resenha

 

“Adiante” é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira Necro, lançado em 2016, via Abraxas Records.

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O álbum anterior, auto-intitulado de 2015, mostrou que o power-trio de Maceió trazia para o contexto do rock nacional um amálgama interessantíssimo de Heavy Rock aos moldes de nomes como Uriah Heep, Blue Cheer e, principalmente, Black Sabbath com brasilidades musicais.

Neste terceiro trabalho, intitulado de “Adiante”, deram um upgrade na nas pitadas progressivas e psicodélicas, injetando mais peso nas guitarras sabáticas e delineando as linhas vocais pelas formas setentistas do rock nacional.

Ou seja, a palavra de ordem desta banda, que antes era peso, mudou para densidade, com arranjos impressionantemente variados, manejando bem o Hard Rock clássico com a psicodelia nordestina tão tradicional em décadas passadas, forjando um Hard Rock psicodélico tipicamente brasileiro.

“Orbes”, por exemplo, traz claras influências da manufatura musical dos Mutantes, enquanto “Adiante” tem flertes com o Heavy Metal e um resumo perfeito do trabalho que, ao longo das trinta e seis minutos distribuídos por sete faixas, apresenta passagens viajantes entremeadas aos momentos mais pujantes e roqueiros, numa dança instrumental tão classuda e inteligente que impressiona, principalmente nos flertes eruditos.

As execuções instrumentais são impecáveis, tendo evoluído assustadoramente do mimetismo sabático para uma exploração musical brilhante, com identidade e força. As músicas são recheadas de detalhes, mas sem perder a força e sem se alongar de modo desnecessário.

Os refrãos são envolventes e as viagens instrumentais não possuem o aroma enfadonho de jam session.

Falando mais especificamente das faixas, “Azul Profundo” traz um duelo entre voz e guitarra, com baixo pulsante, além de andamentos climáticos que remetem ao progressivo inglês.

Já “Entropia” traz vocais hipnóticos e “Espelhos e Sombras” lembrou um cruzamento de Black Sabbath com o Joelho de Porco. Destaque máximo para “Deuses Suicidas”, uma faixa que é impossível de se ouvir e não lembrar do Deep Purple, mas claro, com toda a identidade da banda em meio a um clima apocalíptico.

O álbum, produzido por Gabriel Zander (estúdio Superfuzz), apresenta uma banda que extrapola brilhantismo e excelência musical! Ah! E tem a arte de capa sensacional que lembra os bons tempos do Monstro do Pântano pelas mãos de Alan Moore.

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