Jag Panzer – Resenha de “The Deviant Chord” (2017)

 
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Jag Panzer: “The Deviant Chord” (2017, SPV, Steamhammer, Shinigami Records) NOTA:8,5

Só pra situar os mais desavisados, vamos lembrar que a banda Jag Panzer foi fundada nos Estados Unidos no início dos anos 1980, obtendo reconhecimento com o seu primeiro trabalho “Ample Destruction” (1984), calcado no Metal Tradicional daqueles dias. Mas ali também iniciaram as diversas trocas de integrantes que minariam a carreira da banda, promovendo ao menos dois hiatos importantes.

O primeiro retorno se deu em 1997, que rendeu uma segunda fase prolífica até 2011, quando decretaram mais um hiato após o lançamento do ótimo “The Scourge of the Light”, e nesse ínterim, destaque ao agressivo “Mechanized Warfare” de 2001.

E após o segundo retorno, em 2013, com a formação quase original e quase clássica, contando com Mark Briody e Joey Taffola nas guitarras, Harry “The Tyrant” Conklin nos vocais, o baixista John Tetley e o baterista Rikard Stjernquist, lançam “The Deviant Chord”, seu décimo disco de estúdio da carreira e o primeiro em seis anos, que reafirma a excelência da banda em manusear os elementos essenciais do heavy metal, com fortes cacoetes de power metal norte-americano oitentista, sem firulas, experimentações e modernismos inócuos.

E através de uma produção com cara oitentista, orgânica, e purista imprimiram sua característica direta daquele heavy metal estruturado com seus dois elementos mais básicos: riffs poderosos e refrãos empolgantes. Receita presente já na faixa de abertura, “Born of the Flame”, com melodia e alta intensidade, vocais precisos e alma heavy metal.

Confira o lyric video para a faixa “Foggy Dew”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=77C8Wrq_vQ4&w=560&h=315]

Por essa faixa já temos uma panorama do será apresentado ao longo de “The Deviant Chord”: boas melodias, bateria vigorosa e guitarras inflamadas, seja nos riffs ou nos solos, além do baixo bem delineado e linhas vocais dramáticas, construídas pra marcar.

Claro que reduzir este trabalho a uma fórmula específica, quase matemática, de se produzir heavy metal é desmerecer as qualidades do álbum, mas é fato que estes elementos são a matéria-prima de cada uma das composições, variando na porção utilizada em cada uma delas.

Aliás o trabalho de guitarras possui acabamento brilhante e trabalhado no peso, revelando uma mistura eficiente das duas encarnações da banda, fazendo de “The Deviant Chord” um dos grandes momentos de sua discografia, chegando às raias da sofisticação metálica, mas de modo disfarçado, e sendo cativante, pelas condescendências comerciais.

Ao todo, temos dez composições (filtradas entre um grupo de setenta e oito) fortes, e com suas particularidades, tirando a possibilidade da auto-repetição, o que contribui para a dinâmica do repertório, donde se destacam faixas como “The Deviant Chord” (cativante e multifacetada), “Blacklist”, “Foggy Dew” (uma tradicional canção irlandesa, de alma guerreira, dando a sensação de força e poder), “Salacious Behaviour” (com forte sabor old-school à lá Saxon) e “Dare”.

Confira o lyric video para a faixa “Far Beyond All Fear”…[youtube https://www.youtube.com/watch?v=47eP5qTRH2A&w=560&h=315]

Instrumentalmente, aplausos para o trabalho de guitarras da dupla Briody-Taffola,  de extremo bom gosto e engajado aos cânones do heavy metal, debulhando solos emocionais e não economizando nos riffs (como em “Fire of Our Spirit”), além da sustentação do baixo onipresente de John Tetley.

Acredito que só a produção poderia ser mais moderna. O apelo old-school tirou um pouco do impacto, mas há de se dizer que tudo está audível e detalhável, sendo claro que que assim a quiseram para embalar suas composições bem arranjadas, variadas e versáteis, com texturas e sonoridades cativantes, como na power ballad “Long Awaited Kiss” (com um arranjo de violino feito por Briody no teclado).

“The Deviant Chord” é a prova cabal de que passe o tempo que passar, o Jag Panzer não perde a mão para desenhar sua assinatura musical que já tem marca registrada dentro do heavy metal. 

Um disco vibrante, mas também cerebral, de uma banda madura e focada!

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