Insane Driver – “Insane Driver” (2016) | Resenha

 

Nesta estréia, a banda paulista Insane Driver se mostra um diamante musical quase lapidado e extremamente feliz na canalização do talento latente de Marcos Bolsoni (vocalista, recentemente substituído por Eder Franco), Danilo Bigal (guitarra & backing vocals), Deivid Martins (guitarra), Nei Sousa (baixo & backing vocals) e Wagner Neute (bateria/teclado).

Insane Driver - 2016 - Insane Driver

A abertura com “Endless Path” já nos conta que teremos uma álbum esmerado e preocupado com detalhes.

Esta qualidade já é sentida também na “faixa de abertura”, “The Edge of Life”, que irá te remeter de imediato ao Metallica, mas sem encarnar um mimetismo gratuito, com bastante personalidade e originalidade em seu peso rastejante advindo da bem feita fusão de Heavy Metal, Metalcore e Post-Grunge.

Com uma produção coesa à cargo de Thiago Oliveira que abrilhantou todos os pontos positivos da banda, principalmente nas linhas vocais e nas insanas (com o perdão da redundância) linhas de bateria que soam encorpadas, garantem o sucesso absoluto do trabalho.

Que álbum!

Que energia!

Além disso, palmas para o material de primeiríssima qualidade no CD físico, com encarte muito bem trabalhado em artes gráficas de extremo bom gosto.

Esta é aquela típica banda bem groovada, com vocais fortes e guitarras encorpadas, no melhor estilo “morde e assopra”, amalgamando influências de Metallica, Black Label Society, Disturbed, Nickelback (da primeira fase), Testament, Megadeth e Staind, com muita personalidade, atitude e melodias intensas, resultando num Heavy Rock moderno, de sonoridade “trampada”, ótimos riffs, refrões grudentos e uma cadência providencial dentro da atitude alternativa.

As linhas vocais, analisadas de modo isolado, mesmo com todos os cacoetes à lá James Hetfield aqui e acolá, são energéticas, envolventes e versáteis, se valendo de todos os truques que a cartilha da música pesada ensina.

Além dos vocais interessantes, as guitarras são um destaque à parte, apresentando uma “rifferama” insana (novamente!), além de solos em profusão, conseguindo transitar bem pelo peso e pela melodia da escola noventista que, junto à cozinha competentíssima, alicerçam solidamente a sonoridade, refletindo muita maturidade no processo de composição e entrosamento entre os músicos.

Como consequência direta destes elementos temos passagens bem trabalhadas que oxigenam e dão dinamismo ao resultado final moderno e pujante, de onde emergem pérolas como “Firstly My Breakfast”, “Tide of Fears” (power ballad cheia de feeling e belíssimas linhas vocais), “Buried Thoughts” (com solo de guitarra quase progressivo), “Change” (com passagens que remetem ao Testament), “Today is Sunday” (com um riffão sabático), “Make Decisions” e a belíssima “Tears of Blood” (que só poderia ter um fade out mais lento, pois ficou parecendo que queriam terminar a canção às pressas e não sabiam como).

Mesmo que você pense se tratar de mais do mesmo dentro da proposta, eles conseguem apresentar elementos diferenciados.

Assim, temos em mãos um álbum inegavelmente criativo, que foge da desgastada fórmula embasada na sistemática alternância entre arranjos calmos e nervosos, além de trazer letras que versam sobre as vicissitudes do cotidiano, com coragem e potencial para lapidar a proposta e ousarem um pouco mais na experimentação de algumas dissonâncias melódicas que se perderam entre as efemeridades musicais mais pesadas que ganharam mais espaço, afinal, como eles mesmos dizem, “não basta apenas conduzir, precisa ser insano”!

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