FM-84, "Atlas" (2016)

 
FM-84 Atlas
FM-84: “Atlas” (2016, Independente) NOTA:9,5

Anos 1980. As rádios FM e as trilhas sonoras d e Hollywood difundiam o emergente synthpop, onde as texturas eletrônicas chegavam coloridas pelas texturas oníricas, embaladas em batidas hipnotizantes e envolventes, e açucaradas com melodias construídas com ganchos saborosos. Na verdade, esta imagética musical criou um mundo à parte, com cheiro, cor, sabor e clichês, muito bem representado em seriados e filmes norte-americanos, e marcado na cultura pop de modo tão indelével que de tempos em tempos surge algo como esse FM-84, e seu irresistível “Atlas”. Até a capa deste álbum lembra a arte visual do video game Atari,  e ilustra o conceito do álbum  de uma história capturada sob a luz dourada do sol poente do verão.

Trazendo todo aquela produção pixelada da época, que embalava a formatação musical do eletropop, com elegância melódia e apelo radiofônico oitentista, mesmo que se divida em certas viagens psicodélicas e progressivas disfarçadas (ouça “Jupiter”), “Atlas” se divide entre envolventes e trabalhadas faixas instrumentais como “Chasing Yesterday” (uma versão eletrônica do Alan Parsons Project) e pérolas do pop como “Running In The Night”, “Let’s Talk” (com cara de trilha sonora de Top Gun), “Wild Ones” e “Goodbye” que certamente figurariam entre os sucessos das rádios nos anos 1980, ou estariam marcadas em alguma das trilhas sonoras dos filmes da época.

Confira na íntegra… [spotify id=”spotify:album:30JbhlAXrxQH4hfjdFnhSR” width=”400″ height=”420″ /]

Um álbum independente e autoproduzido por Col Bennett, a mente por trás do FM-84, que conseguiu colocar alma e sentimento por vias eletrônicas, construindo uma obra-prima carregada de cinematográfico sentimento retrô, sem sabor requentado ou com cheiro de mofo. Tudo é acessível e até previsível, mas isto ajuda a construir a mágica do trabalho que beira o aspecto lúdico e tem lá suas pontualidades modernas.

Se ainda não existe uma máquina do tempo que fisicamente nos leve de volta ao anos 1980, ou alguma singularidade como na série “Dark” que permita visitar o ano de 1984, então o mais próximo que podemos chegar é colocando este álbum pra rolar e fechando os olhos, sendo transportados mentalmente para uma época lúdica, inocente, e cheia de esperança.

A descoberta do ano!

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