22 Livros Clássicos de Ficção Científica pra Ler Antes de Morrer

 

Explore o fascinante mundo da ficção científica com estes vinte e dois livros de leitura obrigatória. De sociedades distópicas a aventuras intergalácticas!

Você é fã de ficção científica? Nesse caso, você não vai querer perder esses vinte e dois livros de leitura obrigatória. Cada um leva você a uma jornada por um mundo único e cativante, de sociedades distópicas a aventuras intergalácticas. Prepare-se para ser transportado para outra dimensão com essas leituras emocionantes.

Explore o fascinante mundo da ficção científica com estes vinte e dois livros de leitura obrigatória. De sociedades distópicas a aventuras intergalácticas!

A ficção científica se tornou um gênero quase onipresente na cultura pop dos dias atuais. Se analisado aos detalhes, já está ficando difícil mensurar onde começa e termina o gênero que nasceu literário, evoluiu para o cinema, chegou às séries de TV e move grandes momentos do mercado de jogos eletrônicos!

Uma rápida pesquisa e vemos que a ficção científica já se ramificou em inúmeros subgêneros, explorando as nuances do ser humano dentro de cenários fora da nossa realidade, muitas vezes com caráter premonitório, quando se imagina o futuro, seja por distopias apocalípticas, aclimatação retrô, inteligência artificial, colonização extraterrena ou na conivência com autômatos.

Qual o Primeiro Livro de Ficção Científica?

 A convenção nos diz que a ficção científica na literatura começou no século XIX junto com a consolidação do Iluminismo quando o pensamento racional e o método científico se tornou parte do pensamento ocidental. Isso porquê as primeiras narrativas e contos da ficção científica estavam fincados no tecnicismo e na visão materialista da ciência, mesmo que já explorassem especulassem o que havia além das fronteiras da ciência.

De certo modo, em seu período de definição, onde a ficção científica estabelecia suas bases, era comum encontrar elementos de literatura fantástica e literatura gótica. Até por isso, diversas publicações trazem o clássico “Frankenstein” (1818), de Mary Shelley, junto a outro livro dela, “O Último Homem”, de 1828, como os primeiro livros de ficção científica da história da literatura. Entretanto, já havia esboços da ficção científica feito muito antes disso, como no belíssimo “A História Verdadeira”, de Luciano de Samósata, escrito no segundo século da era cristã, e que narra uma viagem à Lua e uma guerra entre “povos da Lua” e “povos do Sol”.

O próprio Edgar Allan Poe escreveu dois contos que podem ser referenciados como proto-ficção científica, intitulados “The Unparalleled Adventure of One Hans Pfaall” (1835) e “Mellonta Tauta” (1849). Todavia, o gênero só começou a se solidificar, de fato, com Julio Verne e H. G. Wells, respectivamente, com os lançamentos de “Viagem ao Centro da Terra”, de 1864, e “A Guerra dos Mundos”, de 1898. Um marco importante para a popularização da ficção científica foi o lançamento da Amazing Stories Magazine”, em 1926, por Hugo Gernsback, uma revista dedicada a publicações de histórias do gênero.

O Que Caracteriza uma narrativa como Ficção Científica?

Enumerar as características principais da ficção científica se torna quase impossível, pois ela abarca histórias tão diferentes quanto “Viagem ao Centro da Terra”, de H. G. Wells, “Fundação”, de Issac Asimov, e “O Conto da Aia” de Margaret Atwood.

Algo que todas as histórias de ficção científica têm em comum é a narrativa sobre cenários fictícios que servem como alternativa à nossa realidade (seja no passado, no presente, ou no futuro), onde os elementos imaginário são motivados pela realidade defendida pela ciência. Os enredos podem ser imaginativos, mas são meramente especulações sobre os caminhos que a ciência pode tomar à partir das leis e princípios que temos estabelecidos.

De acordo com o site da Editora Bookmarks, alguns elementos tratados com frequência na ficção científica são:

  • Princípios científicos novos ou que contradizem as leis da física, como viagem no tempo ou wormholes.
  • Personagens alienígenas, mutantes, robóticos, holográficos, androides, bem como personagens que desafiem a evolução humana ou a própria definição do que significa ser humano.
  • Universos paralelos e outras dimensões e a viagem entre nossa realidade e estes outros lugares.
  • Tempo estabelecido no futuro, em linhas do tempo alternativas ou no passado histórico que contradizem os fatos históricos e arqueológicos conhecidos e estabelecidos.
  • Cenários baseados no espaço, em outros corpos celestes ou em viagens inter e extrassolares.
  • Cenários baseados no interior da crosta do planeta Terra ou em outros planetas.
  • Tecnologia plausível como armas de laser, teletransporte, computadores humanoides e/ou conscientes.
  • Diferentes ou novos sistemas políticos: utopias, distopias, pós-apocalipse.
  • Habilidades paranormais, como telepatia, telecinese e controle da mente, baseada em princípios científicos, ficcionais ou não.

Quais os Melhores Livros de Ficção Científica?

Longe de mim querer responder esta questão, tentarei elencar o mais representativos e definidores para o gênero e para seus subgêneros, como as distopias, o steampunk, etc. Até por isso, considere esta como uma lista introdutória ao gênero, mas pelas páginas dos livros muito importantes para a literatura como um todo Com vocês, 22 obras clássicas para conhecer a ficção científica.

1. Mary Shelley:“Frankenstein”(1818)

Sim, meus prezados leitores, antes de mais nada a obra clássica de Mary Shelley tangencia de modo quase pioneiro a ficção científica! Embora sempre alocada entre a tríade clássica do romance gótico, o cientista Dr. Victor Frankenstein coloca este clássico no cerne da gênese do gênero scifi, quando resolve dar vida à cadáveres através de experimentos científicos. Na narrativa, ele “cria” um novo ser humano e faz Shelley inserir em seu drama uma importante discussão sobre os limites da ciência, além de uma sombria reflexão filosófica.

Mary Shelley Frankenstein
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2. Júlio Verne: “Viagem Ao Centro da Terra”(1864)

Um clássico da literatura universal que narra com detalhes a jornada de um típico gênio acadêmico, de já avançada idade, trato sentimental pouco lapidado para com seu sobrinho, que o acompanha na jornada embebido de amor por uma bela donzela, além do inabalável Hans, um islandês que apresenta uma impassividade onipresente defronte às adversidades do caminho.

Partindo de um vulcão localizado na Islândia, com indicações de um tal Arne Saknussemm, dadas em um enigma de difícil solução, acidentalmente atingida por Axel, o sobrinho do obcecado professor, se dirigem ao centro do planeta Terra. Júlio Verne é o pai da ficção científica e suas obras anteciparam os submarinos e viagens à Lua, mas, certamente, mesmo embasado em dados científicos ultrapassados, esta é sua grande obra!

Viagem Ao Centro da Terra Julio Verne
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3. Robert L. Stevenson: “O Médico e o Monstro” (1896)

Costumo dizer que este é um dos livros mais conhecidos e menos lidos da história da literatura, afinal todos conhecem a história de Dr. Henry Jekyll e o seu oposto Mr Hyde. Enquanto o primeiro é um bondoso e distinto médico de Londres, o segundo é amoral, maligno e dono de instintos assassinos, liberto após experimentos científicos mal sucedidos de Dr. Jekyll.

A trama segue as investigações do advogado Gabriel Utterson com o objetivo de elucidar a ligação entre os dois personagens, explorando um dos gatilhos mais importantes da ficção científica: a transformação de um indivíduo por vias científicas. As discussões filosóficas vão além do simples dualismo entre bem e mal, extrapolando para a análise da real natureza humana. Ah! E de onde você acha que a Marvel tirou sua ideia para criar o personagem Hulk?

Robert L. Stevenson O Médico e o Monstro
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4. H. G. Wells: “A Guerra dos Mundos” (1898)

O escritor britânico H. G. Wells, um dos pilares máximos da ficção científica clássica ao lado de Julio Verne, cuja obra discutia assuntos como a ética na manipulação de animais, guerras nucleares e a criação de um estado mundial, ganhou fama por seus escritos sobre viagem no tempo, homens invisíveis e cientistas loucos (e que pode ter sua apreciação iniciada por estes três livros indicados neste texto).

A invasão alienígena foi o tema escolhido para um de seus antológicos romances, sendo futuramente adaptado duas vezes para o cinema e influenciando até mesmo bandas de rock progressivo. A trama é simplória e até certo ponto inocente, narrando uma invasão de marcianos malvados que assumem o controle do planeta sem maiores problemas, mostrando aos seres humanos sua fragilidade e que, na verdade, nós não temos o controle de nada, nem mesmo do que causa nossa vitória nesta batalha intergalática sob o título de Guerra Mundos.

H. G. Wells A Guerra dos Mundos
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A primeira edição desta obra foi publicada na Inglaterra em 1898, mas ficou famosa de maneira interdisciplinar quando, em 1938, transmitiram pela rádio CBS um trecho do livro que seria assustador para os americanos dos anos 50 – inocentes e impressionáveis -, narrando, sem intervalos e patrocinadores, uma completa invasão alienígena, ainda rebuscando a infame piada com a música de Ramón Raquello e sua orquestra.

5. Aldous Huxley:“Admirável Mundo Novo” (1932)

Extrapolando a ficção científica, esta obra é classificada com uma das mais importantes do século XX. Ambientada em 2540, ou 634 d.F. (ou seja, depois de Ford, o criador da linha de montagem), apresenta uma sociedade bem diferente: graças aos avanços da tecnologia não existe mais pobreza ou doenças no planeta; um conselho global rege a todos e, com seu lema “comunidade, identidade, estabilidade”, não permite que a população mundial ultrapasse os dois bilhões de pessoas; os seres humanos são gerados em incubadoras e são condicionados a ter uma posição social e uma profissão; e há fartura de recursos.

Em contrapartida, não existe  mais liberdade de escolha nem relações pessoais, embora o sexo e o consumo seja totalmente livre. Mesmo com este “controle” as pessoas se mostram satisfeitas e felizes, afinal todos têm a obrigação de serem felizes nesse cenário criado por Huxley, nem que para isso tenha que consumir a droga soma. Tudo caminha bem até que um grupo de pessoas se vê insatisfeito com este Estado científico totalitário.

Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo
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6. George Orwell: “1984” (1948)

Um dos romances mais importantes do século XX, “1984” também investe na crítica aos estados totalitários, mostrando um sociedade que vive sob o olhar atento de um governo autoritário que emerge após uma guerra global, vigiando e controlando a todos o tempo todo, e considerando tudo subversivo (inclusive relações amorosas).

O poder deste estado é assumido por uma sinistra entidade batizada de O Grande Irmão (Big Brother), um líder que ninguém nunca viu e que “cuida” de toda a humanidade através de teletelas, antecipando em mais de meio século o fim da privacidade que vivemos nos dias de hoje. Este sistema opressor é batizado de Socialismo Inglês e tem como gatilho de rebelião o funcionário do Ministério da Verdade, Wiston Smith, que descobre uma parte de seu apartamento que não pode ser monitorado pelas câmeras do Grande Irmão.

George Orwell - 1984
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7. Isaac Asimov: “Fundação” (1951)

Acredito que num futuro próximo Asimov será reverenciado como um escritor tão profético quanto Júlio Verne, afinal sua obra é encharcada de filosofia enquanto explora avanços da ciência e da tecnologia. Afinal, seus robôs não são bons nem maus, sendo programados para seguir as famosas três leis da robótica (que, posteriormente, se tornaram quatro). Em Fundação, o Império Galático reinou supremo por milhares de anos, mas agora seu fim está próximo.

O cientista Hari Sheldon, capaz de prever o futuro, sabe que o destino da humanidade é voltar à ignorância, à barbárie e à guerra e, para salvar o legado da civilização, ele reúne um grupo de cientistas e estudiosos e os leva para um planeta isolado para criar um novo mundo de paz e iluminação para as futuras gerações. Mas nesse cenário muitos inimigos aparecerão e deverão ser confrontados.

Isaac Asimov - Fundação
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8. Anthony Burgess: “Laranja Mecânica” (1962)

Pouco lembrada quando se fala em ficção científica, esta obra de Burgess apresenta uma das distopias mais perturbadoras que se tem notícia. Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex – soberbamente engendrada pelo autor à partir de vocábulos eslavos- empresta uma dimensão quase lírica ao texto.

Ao lado de ‘1984’, de George Orwell, e ‘Admirável Mundo Novo’, de Aldous Huxley, ‘Laranja Mecânica’ é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Com um alto teor questionador nas entrelinhas, fugindo da alegoria, é atordoante como esta obra se encaixa perfeitamente em nossa sociedade atual. No fim, fica a pergunta de qual é o limite da violência no ato de puni-la, seja física ou psicológica.

Anthony Burgess Laranja Mecânica
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9. Ray Bradbury: “Fahrenheit 451” (1953)

Ray Bradbury publicou Fahrenheit 451 em 1953, tendo se tornado sua maior obra, mesmo já havendo publicado outros volumes destacáveis. A inspiração veio após ler a seguinte frase de Freud: “que progresso estamos fazendo. Na Idade Média queimariam a mim, hoje em dia, se contentam em queimar meus livros”. Sendo assim, o autor criou um futuro distópico em que os livros são considerados nocivos ao bem estar da sociedade e os bombeiros desta comunidade pacata são os agentes executores das queimas dos volumes.

Todavia, a queima de livros em uma realidade futurista é apenas o pano de fundo para que Bradbury desfile seu discurso crítico e inteligente acerca dos caminhos que a humanidade pode seguir.Algumas previsões são impressionantes e fica evidente que tais elementos foram desenvolvido pelo traçado da personalidade de nosso sociedade.  A deturpação máxima dessa futura sociedade, alheia de total o senso crítico, se dá ao trazer os bombeiros como agentes piromaníacos literários.

Ou seja, aqueles que antes salvavam vidas, agora estão ateando fogo nos registros do conhecimento humano. A obsolência futura os transformou de protetores a destruidores. Claro que os seres desta sociedade desenhada por Bradbury, controlada por doses maciças de programas televisivos interativos e drogas, não possuem condições de estabelecer tal paralelo crítico. Esta é uma obra seminal da ficção científica, que ecoa até os dias de hoje, em produções como a série “Black Mirror”. Recentemente, detalhamos todas as suas nuances numa de nossas postagens especiais e pode ser conferida aqui.

fahrenheit 451
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10. Walter Miller Jr.:”Um Cântico Para Leibowitz” (1960)

Passada num futuro pós-apocalíptico, por volta de 2500, após a Terra ter sido quase aniquilada por um holocausto nuclear, a trama mostra o momento em que a humanidade mergulha em desolação e obscurantismo, assombrada pela herança atômica e pelo vazio de uma civilização perdida, em tempos cheios de loucura e violência, que se seguiram ao Dilúvio de Fogo que arrasou o conhecimento acumulado por milênios.

Acompanhando a luta de várias gerações de monges da Ordem de São Leibowitz ao longo de mil e oitocentos anos de história futura, que têm a missão de resgatar e preservar todo o conhecimento científico do homem, à espera do momento certo para devolvê-la à humanidade. Seiscentos anos depois da catástrofe, na aridez do deserto de Utah, o inusitado encontro de um jovem noviço com um velho peregrino guarda uma surpreendente descoberta, um elo frágil com o século 20. Marco da literatura distópica e pós-apocalíptica, vencedor do prêmio Hugo de 1961, este clássico atemporal é considerado uma das obras de ficção científica mais importantes de seu tempo.

Walter Miller Jr Um Cântico Para Leibowitz
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11. Philip K Dick: “O Homem do Castelo Alto” (1962)

Acredito que muitas obras-primas literárias nascem de uma simples questão: “e se…?” . Consigo até mesmo imaginar o senhor P. K. Dick em sua casa, lendo calmamente algum tópico que versava sobre a II Guerra Mundial, onde ele se perguntou: “e se…a Alemanha, Japão e Itália tivessem vencido a segunda grande guerra mundial?”  Com esta motivação, o autor nos apresenta um mundo que não é culturalmente influenciado pela América do Norte, pois II Guerra Mundial foi vencida pelo Eixo – Alemanha, Japão e Itália -, o que causa severas mudanças no curso da história.

Talvez o brilhantismo máximo desta obra esteja na inversão mágica da realidade e da ilusão histórica calcada no elemento imerso em todos os nichos da narrativa: The Grasshopper Lies Heavy. PKD (modo como Phillip K. Dick era conhecido) era um destes que conseguia enxergar além da realidade e, com isso, criou uma das distopias mais interessantes da literatura mundial.

O Homem do Castelo Alto explora a possibilidade de criar toda uma realidade alternativa, separada da nossa realidade por um simples evento pivô. E aqui encontramos a essência da filosofia colocada sutilmente pelo autor: a realidade é questionável. Confira aqui, nosso post especial sobre este livro.

Philip K Dick O Homem do Castelo Alto
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12. Arthur C Clarke: “Encontro com Rama” (1973)

Sim, poderia ser “O Fim da Infância” (1953) ou “As Fontes do Paraíso” (1979), até mesmo “2001, Uma Odisséia no Espaço”, tamanha a relevância da obra de Arthur C. Clarke para o gênero. Mas escolhi “Encontro com Rama” (1973), pela narrativa poderosa. Após uma terrível colisão de um meteorito contra o continente europeu, líderes mundiais e cientistas reuniram esforços para evitar que catástrofes dessa natureza voltassem a acontecer.

Quase cinquenta anos depois, a humanidade atônita acompanha a chegada de um novo astro ao Sistema Solar. De proporções inimagináveis, com peso de mais de dez trilhões de toneladas, Rama espanta e ameaça, pois avança firmemente na direção de nosso Sol. A princípio acredita-se que é um objeto celeste, até que uma sonda revela a espantosa verdade: o objeto é uma nave espacial colossal e a humanidade se vê diante de seu primeiro encontro com uma civilização extraterrestre, afinal, Rama se revela uma sofisticada construção, repleta de enigmas que desafiam a mente e os conceitos humanos.

Arthur C Clarke - Encontro com Rama
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13. William Gibson: “Neuromancer” (1984)

No futuro, existe a matrix. Uma espécie de alucinação coletiva digital! Não estamos falando do filme espetacular, mas sim da obra de William Gibson, na qual a humanidade se conecta para, virtualmente, saber de tudo sobre tudo. Mas há uma elite que navega por essa grande rede de informação – os cowboys. Henry Case era um deles, mas também um talentoso hacker que tentou ser mais esperto do que os seus patrões e teve seu talento retirado do seu cérebro.

Se tornou um pária, sem conexões com o ciberespaço, vagando pelos subúrbios de Tóquio, preso a uma vida sem sentido. Neste contexto, ele aceita uma missão arriscada: invadir uma poderosa inteligência artificial em órbita ao redor da Terra, numa missão cheia de mistérios e perigos. O romance de estréia de Gibson, lançado antes da popularização da internet, apresenta pela primeira vez a ideia de ciberspaço, a rede mundial de computadores que uniria as pessoas e disponibilizaria a elas um enorme banco de dados, é o primeiro volume da chamada ‘Trilogia do Sprawl’, que ainda inclui os livros ‘Count Zero’ e ‘Mona Lisa Overdrive’.

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14. Brian Aldiss: “Superbrinquedos Duram o Verão Todo e Outros Contos de um Tempo Futuro” (2001)

Essa antologia de contos entra na lista pelo conjunto da obra do autor, um dos grandes nomes da ficção científica literária de todos os tempos, e também por conter o conto “Superbrinquedos Duram o Verão Todo”, que originou o filme “Inteligência Artificial”, onde um casal adota um androide de cinco anos, David, que se esforça para conquistar o amor da mulher que o adotou e, para isso, tenta descobrir aquilo que o tornará humano.

Segundo Brian Aldiss, “por trás dessa s charadas metafísicas há uma história simples: a de um menino que nunca foi capaz de agradar à mãe”. Os universos imaginários criados por Aldiss são uma forma de questionar o contemporâneo, projetando desenlaces para problemas atuais – superpopulação, desigualdades sociais, manipulação genética – ou atemporais – a busca de Deus, das origens, o sentido da existência.

Brian Aldiss Superbrinquedos Duram o Verão Todo e Outros Contos de um Tempo Futuro
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15. Douglas Adams: “O Guia do Mochileiro das Galáxias” (1979)

Quiçá a série mais popular do gênero, “O Guia do Mochileiro das Galáxias” começou como um programa de rádio para a britânica BBC, em 1978, para depois virar livro, série de TV e filme. Este é o primeiro livro da série, onde somos apresentados à dupla Arthur Dent e Ford Perfect, que escapam da destruição da Terra (demolida para a construção de um viaduto intergalático) de carona em uma nave especial hostil já nos primeiros momentos da narrativa.

Aí, podemos perceber o teor humorístico e sarcástico que tempera o enredo, aliado ao choque cultural e muitas alegorias com os absurdos que vemos cotidianamente. Neste sentido, Douglas Adams já é um pioneiro ao mostrar que humor e ficção científica podem coexistir, principalmente quando balanceada e desenvolvida de modo tão inteligente. Esta série criou um verdadeiro capítulo de expressões e referências dentro da cultura pop, como a importância da toalha e qual o significado da vida, do universo e tudo mais…

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16. Willian Gibson e Bruce Sterling: “A Máquina Diferencial” (1991)

Assim como “Neuromancer” (1984) é pioneiro para o subgênero cyberpunk, “A Máquina Diferencial” é um dos pilares do steampunk. Como bem disse o escritor André Cordenonsi em seu guest post aqui mesmo neste site (que pode ser conferido aqui), “em termos históricos, normalmente se atribui a Bruce Sterling e William Gibson a primazia de ter escrito o primeiro trabalho de vulto do steampunk, com a sua obra “A Máquina Diferencial”. O livro, que flerta com a história alternativa, mostra uma Inglaterra vitoriana onde Charles Babbage conseguiu construir um computador mecânico”. 

Só este fato já garantiria a entrada deste livro nesta lista, mas ainda temos uma história muito bem escrita, um enredo envolvente, que desfiam uma linha histórica alternativa às voltas com misteriosos cartões perfurados, a filha de um notório agitador ludita, um proeminente paleontólogo, a filha de Lorde Byron, e um jornalista misterioso.

Willian Gibson e Bruce Sterling A Máquina Diferencial
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17. Alfred Bester: “Estrelas, O Meu Destino” (1965)

Essa obra é pouco lembrada, mas muito do que foi sistematizado em “Neuromancer” (1984), pioneiro para o subgênero cyberpunk, foi antecipado aqui nestas páginas que desenvolve uma história nascida originalmente em quatro capítulos em uma revista inglesa. Já vemos as super corporações tão poderosas quanto governos e uma visão cinzenta e obscura do futuro. Se passando no século XXIV, a narrativa se aloca no momento em que o pensamento é o meio de locomoção, e as pessoas jauntam, um termo que batiza o ato de saltar no espaço e se materializar no lugar em que quiserem. No meio disso, Gulliver Foyle, um ser desprezível, e um exímio jauntador, que procura, com a ajuda de um homem poderoso,  vingar-se de uma nave que abandonou no espaço.

Alfred Bester Estrelas, O Meu Destino
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18. Walter Tevis: “O Homem Que Caiu na Terra” (1963)

Eternizado no cinema por David Bowie, “O Homem que Caiu Na Terra”,  tornou-se um verdadeiro clássico da literatura, e uma das mais refinadas, sutis e delicadas ficções científicas já escritas. Publicado originalmente em 1963, apresenta Thomas Jerome Newton, um extraterrestre que veio de Anthea para a Terra em uma missão desesperada para salvar os poucos habitantes que ficaram em seu longínquo e desconhecido planeta.

Com conhecimento e inteligência muito superior aos humanos, Newton logo se torna um empresário bem-sucedido do ramo de patentes tecnológicas e descobre também a solidão, o desespero e o álcool – criando uma delicada alegoria sobre as mudanças que estavam ocorrendo entre os anos 1950, com o início da Guerra Fria.

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19. Frank Herbert: “Duna” (1965)

Esse livro ganhou somente dois dos maiores prêmio da ficção científica, o Hugo e o Nebula, além de inaugurar uma das mais emblemáticas séries da literatura moderna. O livro apresenta o mundo de Arrakis, também conhecido como Duna, onde o jovem e inexperiente Paul Atreides. Após a visita de uma mulher misteriosa, ele é obrigado a deixar seu planeta natal para sobreviver ao ambiente árido e severo do ‘Planeta Deserto’.

Envolvido numa intrincada teia política e religiosa, Paul divide-se entre as obrigações de herdeiro e seu treinamento nas doutrinas secretas de uma antiga irmandade, que vê nele a esperança de realização de um plano urdido há séculos. Ecos de profecias ancestrais também o cercam entre os nativos de Arrakis, e Paul se torna um líder na guerra contra poderoso inimigos pelo controle do planeta e do “Tempero”, a especiaria mais rara e valiosa do universo.

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20. Kurt Vonnegut: “Matadouro 5” (1969)

O americano Kurt Vonnegut é inegavelmente um dos inspiradores do britânico Douglas Adams e seu “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, e “Matadouro 5″ é sua obra-prima. O personagem por ele criado, Billy Pilgrim, é um americano bem de vida e interiorano que viaja no tempo, para outros planetas, e revisita diversos momentos da sua própria vida – sendo o ponto crucial da sua existência o episódio em que foi feito prisioneiro durante a Segunda Guerra, quando vivenciou o bombardeio da cidade alemã, em que morreram 135 mil pessoas – o dobro de mortes causadas pela bomba de Hiroshima. O resultado desta inusitada história é uma narrativa inigualável, fantasiosa, sarcástica, engraçada, satírica, irônica, triste e cheia de sentido. Um dos mais importantes livros já escrito contra os horrores da guerra.

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21. Ursula K. Leguin: “A Mão Esquerda da Escuridão” (1969)

Explorando as diferenças culturais que podem surgir na interação entre raças diferentes, Ursula K Leguin apresenta Genly Ai, um emissário humano enviado a Gethen com a missão de convencer seus governantes a se unirem a uma grande comunidade universal, para troca de conhecimento e tecnologia. Ao chegar no planeta Inverno, como é conhecido por aqueles que já vivenciaram seu clima gelado, o experiente emissário sente-se completamente despreparado para a situação que lhe aguardava.

Os habitantes de Gethen fazem parte de uma cultura rica e quase medieval, estranhamente bela e mortalmente intrigante. Nessa sociedade complexa, homens e mulheres são um só e nenhum ao mesmo tempo. Os indivíduos não possuem sexo definido e, como resultado, não há qualquer forma de discriminação de gênero, sendo essas as bases da vida do planeta. Mas Genly é humano demais.

A menos que consiga superar os preconceitos nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo. Um livro complexo e essencial para o gênero.

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22. Cormac McCarthy: “A Estrada” (2006)

Numa clara influência do clássico mangá “Lobo Solitário”, de Kazuo Koike, McCarthy cunhou uma jornada fria, triste e sombria, que acompanhada a caminhada de um pai e um filho, donos de uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com algumas balas para se defender de grupos de assassinos, tentando atravessar sozinhos os Estados Unidos em um cenário pós-apocalíptico rumo ao litoral, em busca da salvação e tentando fugir do frio, embora não saibam o que lá encontrarão.

Neste futuro não tão distante, o planeta encontra-se totalmente devastado, as cidades foram transformadas em ruínas e pó, as florestas se transformaram em cinzas, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos. Mais que um relato apocalíptico, é uma comovente história sobre amadurecimento, esperança e sobre as profundas relações entre um pai e seu filho.

Cormac McCarthy A Estrada
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