Eternal Sex And War – “Negative Monoliths” (2014) | Resenha

 

“Negative Monoliths” é o segundo álbum do trio italiano de Death/Black Metal Eternal Sex and War, lançado em 2014 no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast.

Eternal Sex And War - Negative Monoliths (2014, Shinigami Records, Nuclear Blast)

Segundo álbum do trio italiano de Death/Black Metal, “Negative Monoliths” traz oito faixas em menos de quarenta minutos, anunciadas pela intro instrumental “Nothing But Void” que usa samples da era clássica do terror italiano, até que o impiedoso ataque extremo explode em “Heretic Reaktor”, faixa densa, que chama a atenção pelos vocais ora vomitados, ora como se saído das catacumbas infernais que emanam a energia do Black Metal, à cargo de Thorshammer, também guitarrista da banda.

Tudo aqui é crú, virulento, brutal, direto e asfixiante, construído sobre blasting beats e barulho sistemático.

E fatalmente existe um fascínio profano neste ruído sistemático, ainda mais quando ele emana de notas vigorosas derramadas pelas guitarras, como raios em meio a uma tempestade de linhas insanas de baixo-bateira, à cargo de Dr. Faustus e Gornhar, respectivamente.

Apesar deste ser apenas o segundo álbum da banda, eles surgiram em 2001 pela mãos do vocalista/guitarrista, Thorshammer, e do baterista, Gornhar, que buscavam uma forma de canalizar seus louvores de puro ódio, de forma imaculada, através de um Black/Death Metal cru e massivo, desenvolvido à partir das raízes do Thrash e do Heavy Metal, como historicamente se fez, e que “musicassem” seus “poemas” macabros, imorais e desafiadores.

“Negative Monoliths” desenvolve esta abordagem infernal de modo impiedoso e com uma produção que consegue soar desoladora, mas sem descambar para o ruído amorfo tão tradicionalmente estereotipado ao Black Metal, sendo sujo na medida certa.

Cada detalhe é brutal e mórbido, veloz em sua grande parte, mas ainda assim musical e audível nas claras influências de Celtic Frost, Mayhem e Hellhammer, além de trazer todo o obscurantismo das passagens arrastadas e groovadas do Doom/Death Metal, que dão um dinamismo necessário à audição.

Faixas como “Endless Dogmatic Demolition”, “Hellucinates By The Ungod of Exile” (melhor do álbum, que possui andamentos impressionantes e linhas de bateria e baixo alucinantes), “Sarin Total Wipeout” “Cyclone Demagogy” (que tem inegável espírito de Celtic Frost) são a transmutação da energia metálica em algo feroz, negro e vulgar.

Longe de ser tecnicamente sofisticado, a música apresentada aqui parece definida por mistérios com suas próprias leis, numa geometria musical simétrica e virulenta que criará um abismo de silêncio aos seus pés quando terminar!

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