Destruction – Resenha de “Thrash Anthems II” (2017)

 
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Destruction: “Thrash Anthems II” (2017, Shinigami Records, Nuclear Blast) NOTA: 9,0

Os melhores momentos de uma banda consagrada em seu gênero devem ser revisitados? Eis uma questão complexa de se responder, onde existem exemplos positivos e negativos.

O mais certo é que pinçar músicas antigas de sua carreira e revisitá-las em estúdio é um risco, pois o abismo criado pelo adjetivo “datado” está à espreita, principalmente quando a maioria das composições já acumulam as três décadas de seu lançamento original, como é o caso das escolhas do Destruction para esse “Thrash Anthems II”. 

Nestas onze regravações o trio que ajudou a consolidar a forma teutônica de se praticar o thrash metalexiste também o perigo de trazer à tona a ingenuidade de quando se é um jovem irado, ajudando a construir um gênero furioso, onde as letras possuem certa inocência. Ainda mais, um disco como esse pode ter a marca indicativa de uma crise de criatividade.

Todavia, este efeito reverso é atenuado para Schmier, Mike e Vaaver, pela experiência positiva do primeiro volume da coletânea, lançado em 2007, e também pelo fato de estarem constantemente lançando bons álbuns de estúdio. Além disso, esse trabalho nasceu como um projeto exclusivo para os fãs que contribuíram para materializá-lo numa campanha via PledgeMusic, após a primeira recusa da Nucear Blast em financiá-lo.

A prova de que o resultado foi satisfatório é que a Nuclear Blast resolver lançar uma versão alternativa da coletânea que ressuscita para as novas gerações clássicos e obscuridades de álbuns marcantes como “Infernal Overkill” (1985) e “Eternal Devastation” (1986), outros menos enaltecidos, como “Release from Agony” (1987) e “Cracked Brain” (1990), além do histórico EP  “Sentence of Death” (1984) e a rara primeira demo tape “Bestial Invasion of Hell” (1984).

Confira o clipe da faixa “United by Hatred”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=o0az1Rsx4V8&w=560&h=315]

E todos estes riscos elencados no texto são obliterados quando percebemos que as composições  não oxidaram em sua fúria metálica com o passar dos anos. Clássicos como “Confused Mind”, “Black Mass”, “United By Hatred”, “Black Death”, “Antichrist” “Confound Games” mostram que superaram o teste do tempo, sendo indiscutíveis destaques desta coletânea.

Essa “reanimada” nestes clássicos, que são pedras fundamentais do thrash metal, deu um novo feeling aos movimentos agressivos da banda, com produção moderna e a técnica de seus compositores  apurada pelo tempo.

Além disso, a bateria de Vaaver deu uma dinâmica ainda mais brutal e menos linear às composições, que ganharam também em fluidez nas guitarras inflamadas e menos primitivas que outrora, principalmente em momentos pouco lembrados de suas discografia, como a furiosa “Frontbeast”, a pegajosa “The Ritual” e  “Rippin’ You Off Blind” com seu sabor thrash metal americano.

Confira o trailer oficiall do álbum… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=PE3xsvsKHbU&w=560&h=315]

Claro que as versões originais são inigualáveis, pois existe não só a música gravada nos sulcos vinílicos dos anos 1980. Existe história sendo construída, existe o aroma de clássico sendo forjado em tempos primevos de um gênero e o espirito de uma era de ouro do heavy metal  atingindo seu ápice!

Tudo isso é impossível de recriar, e acredito que nem era essa a proposta da banda. Claramente este é um projeto para apresentar à nova geração a força avassaladora que fez a reputação da banda. Não só isso, estas regravações fazem jus ao legado do Destruction, sendo um exemplo oxigenado do que é o mais puro e tradicional thrash metal alemão.

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