Stephen King: “Eu Sou o Portal” | Resenha de Conto

 

 

 

Stephen King EU SOu o Portal
Stephen King: “Sombras da Noite” (1976) – A imagem da capa ilustra o tormento do protagonista do conto “Eu Sou o Portal”.

Que Stephen King é um dos maiores escritores da literatura fantástica, ninguém pode oferecer objeção. Apelidado de o Mestre do Terror, suas estórias são sucesso tanto em romances longos, quanto em pequenas histórias.

King pode ser considerado o primeiro filho da geração literária de Lovecraft, Algernon Blackwood e Arthur Machen, três expoentes máximos da literatura fantástica. Entretanto, ele desfila suas histórias sobre uma versatilidade inconfundível e incomparável.

Muitos, se não soubesse de antemão o nome dele na lombada do livro, apostariam que À Espera de Um Milagre, A Torre Negra e O Iluminado são três magníficas obras de autores distintos, tamanha a diferença no cerne destas tramas.

Hoje quero apresentar um de seus contos, misturando magistralmente a perturbação psicológica à ficção científica de primeira classe, que se encontra em sua primeira coletânea de contos, “Sombras da Noite” (1979), onde ele desfilou todas as influências que teve dos filmes de terror e scifi dos anos 1950.

No conto “Eu Sou o Portal”, Stephen King explora perturbação psicológica e ficção científica de primeira classe, com claras influências dos filmes de terror e scifi dos anos 1950. 

O livro Sombras da Noite é uma das diversas compilações de pequenas histórias de Stephen King. Para mim não a melhor, pois Pesadelos e Paisagens Noturnas é um dos meus livros de cabeceira, mas a compilação que contém este conto em questão traz um conjunto de narrativas que mostram o amadurecimento de um autor em suas primeiras idéias.

“Eu Sou o Portal”, em suas pouco mais de dez páginas, narra o destino de um astronauta (se podemos chamá-lo desta forma) após uma viagem até a órbita do planeta Vênus. Nesta ficção, os seres humanos conseguiram circundar a Lua em 68 e pisaram em Marte em 79. A qual século estes anos pertencem não é dito. Porém, nossos viajantes estelares ouviam fitas de Wagner e dos Beatles, o que pode ser um indício de qual século estavam.

A definição de Vênus, visto de sua órbita é interessante: “O planeta inteiro parece com o Grand Canyon num túnel de vento”. Ao olha para o solo, não havia sinal de vida, mas traços de minerais preciosos, e nas palavras do protagonista “Vênus era isso aí. Nada além de nada – a não ser o fato que deu medo. Foi como circundar uma casa mal-assombrada no meio do espaço”.

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Descrição do planeta Vênus por Stephen King: “Nada além de nada – a não ser o fato que deu medo. Foi como circundar uma casa mal-assombrada no meio do espaço”.

Uma casa mal-assombra no meio do espaço. Isso só podia nascer da mente de Stephen King. A volta dos astronautas é um fracasso e após cinco anos de sua chegada começam os problemas.

O mais intrigante é que o nome no conto e a sua ligação com a narrativa só fica clara no final, apesar do título ser a primeira frase do diálogo inicial, seu sentido só é compreendido nas últimas linhas, após um angustiante e doloroso meio de remediar a situação, pois, pelo que parece, o planeta que visitou não era assim tão desabitado.

Foi anunciado em 2008 uma filmagem do conto. Os direitos autorais da obra foram obtidos por Mark McFarlane através do programa Dollar-Baby, em que Stephen King vende os direitos cinematográficos de suas obras por apenas um dólar.

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