Sinsaenum – Resenha de “Echoes of the Tortured” (2016)

 

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Sinsaenum: “Echoes of the Tortured” (2016, Peccatum Records, earMUSIC, Shinigami Records) NOTA:8,5

Eis um supergrupo que chama a atenção dentro do Metal Extremo atual por trazer membros das bandas Dragonforce, Mayhem, e Slipknot. Quiçá, junto ao Memoriam, são os dois projetos mais interessantes do atual Metal Extremo.

O Sinsaenum é um agressivo, e extremamente técnico, projeto de Fréderic Leclerq, baixista do Dragonforce, que aqui se apresenta como guitarrista, em uma proposta bem mais sombria, com influências de Thrash Metal, aliadas à frieza crua do Black Metal, em meio a uma contundente base Death Metal.

“Echoes of Torture”, primeiro full lenght, tem um time de peso, completado por Stéphane Buriez (guitarra),  Sean Zatorsky (vocais), Attila Csihar (vocais, do Mayhem), Heimoth (baixo) e Joey Jordison (bateria, Slipnkot e Murderdolls), sendo mixado por Jens Bogren, conhecido por trabalhos com Amorphis, Katatonia e Kreator, e traz uma coleção de músicas brutais, técnicas, virulentas, e obscuras, que não busca reinventar o gênero, mas praticá-lo com empolgação e esmero.

Confira o clipe para a faixa “Army of Chaos”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=CI4I68UMaQo&w=560&h=315]

Como destaque inicial, temos a aclimatação soturna através de introduções instrumentais (“March” é arrepiante) para cada composição, dando uma ambientação lúdica (como em “Lullaby”), mas atemorizante (como na infernal “Torment”), às onze composições, sendo um artifício inteligente e que acrescenta ainda mais sombras ao trabalho como um todo, mas por uma via que remete às trilhas sonoras.

E acredite, o efeito causado por estas aberturas é real, amplificando o poderio de cada composição, como se saídas de um filme de terror.

Apesar do batismo do projeto ser responsabilidade de Jordison, que aqui se mostra um exímio baterista de Death Metal, as primeiras ideias para estas composições datam dos anos finais da década de 1990, quando Leclercq planejou criar uma banda de Death Metal, mas que só ganhou vida em 2010 quando Stéphane Buriez e Joey Jordison se juntaram a ele.

Confira o clipe de “Splendor And Agony”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=-JrT_zgqiRk&w=560&h=315]

Por aí já percebemos que Leclercq, responsável por compor todas as músicas e escrever metade das letras, não é um aventureiro no gênero, que declarara, inclusive, serem as formas mais extremas do Metal suas favoritas, e que o Power Metal do Dragonforce não seria exatamente o que ele gostaria de tocar.

No geral, as faixas são construídas sobre os tradicionalismo  do Death Metal técnico, ora veloz, com direito a blast beasts, ora groovado, mas sempre brutal e com guitarras tempestuosas, bem trabalhadas (como na fenomenal “Echoes of Tortured), clima pantanoso, sombrio, e primitivo, esboçando influências de Morbid Angel, Deicide, Behemoth, e Satyricon.

Confira o lyric video para a faixa “Anfang des Albtraumes”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=VmN2EIC2rgQ&w=560&h=315]

Além disso, o contraste vocal instigante é o grande diferencial entre os atuais pares de gênero, pois a precisão de Zatorsky se entrelaçou muito bem com a caótica linha de Attila.

Temos ainda intrincadas mudanças de andamentos, solos catárticos, e muito peso advindo da sustentação baixo-bateria. Aliás, a desenvoltura dos arranjos e a imprevisibilidade dos detalhes tornam as composições envolventes, mesmo nos momentos mais caóticos, onde se destacam, além da já citada faixa-título, composições como “Splendor of Agony”“Army of Chaos” (cadência Death N’ Roll, refrão marcante, mas de intensidade alta), “Dead Souls” (com groove matador), e “Anfang des Albtraumes”.

O Sinsaenum é um supergrupo que chama a atenção dentro do Metal Extremo atual por trazer membros das bandas Dragonforce, Mayhem, e Slipknot, e “Echoes of Torture”, primeiro full lenght, traz uma coleção de músicas brutais, técnicas, virulentas, e obscuras, que não busca reinventar o gênero, mas praticá-lo com empolgação e esmero, esboçando influências de Morbid Angel, Deicide, Behemoth, e Satyricon…

Um trabalho que consegue fugir da modernidade estéril, por uma ofensiva sonora com variação de andamentos envolventes, extraindo o conteúdo latente nas influências multifacetadas de cada membro, usando-o como ponto de partida para novas composições, sem recusar a violência ou as perversões musicais, soando como um apelo Death Metal para a nova geração.

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