Annihilator – Resenha de “For The Demented” (2017)

 

A lenda do thrash metal canadense Annihilator, liderado pelo seu mentor Jeff Waters, sempre se destacou pela versatilidade musical, mesmo que, dentro de seu gênero. Dotado de grandes álbuns em sua vasta discografia, o grupo sempre se reinventou, alcançando a cada lançamento propostas diferentes embora sem abrir mão do peso e técnica características de sua identidade, o que ao longo dos anos dividiu opiniões por parte dos fãs mais radicais.

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Annihilator: “For The Demented” (2017, Hellion Records, Neverland Music, Silver Lining Music) NOTA:9,0

Em seu novo petardo, “For the Demented”, o “tiozão” das guitarras optou em direcionar a musicalidade do grupo por um caminho retrô, propondo uma pegada moderadamente direta de seu início de carreira. O fato é que, mesmo na época, o estilo dos canadenses se diferenciava dos pilares do thrash pelo instrumental técnico e moderno, o oposto do que muitos nomes do gênero propunham em meados dos anos 80 e começo da década de 90.

A respeito de produção e processo de construção o grupo nunca deixou a desejar, mérito de Waters que sempre acerta a mão nos detalhes técnicos. Nesse não é diferente já que logo se percebe a nitidez de cada instrumento muito, bem conduzidos pelos ótimos músicos da atual formação.

Confira a faixa “For The Demented”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=oM0cupFNHIA&w=560&h=315]

Waters que sempre ficou a cargo das composições e produção, nesse registro, em grande parte, contou com a parceria do baixista Rich Hinks. Ainda se garante no segundo álbum consecutivo como guitarrista e vocalista conduzindo as duas funções com segurança e eficiência. Pode se dizer, sem tirar o mérito dos outros membros, que Waters carrega sozinho o nome Annihilator ao qual se dedica obstinadamente.

Outro que se destaca pela precisão e forte presença em seu instrumento é o baterista Fabio Alessandrini, que ao lado de Waters, Hinks e o guitarrista de apoio Aaron Homma, esboça desenvoltura e energia ao longo do play, mostrando o quanto experiência somada a músicos renomados pesam em questões de qualidade musical

“Twisted Lobotomy” abre o disco descendo o pé no acelerador, mostrando o lado extremo do grupo, resvalando no death metal na medida certa, intercalando velocidade com técnica. Já “One To Kill”, “For The Demented” e “The Way” seguem com boas sequências de guitarras bem dosadas e limpas, conduzidas por cadências ritmadas na vibe do speed metal do Megadeth.

Confira a faixa “Twisted Lobotomy”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=B17YdWJYfaM&w=560&h=315]

Sem arriscar muito em parâmetros musicais, o quarteto apresenta um trabalho coeso e bem equilibrado, resgatando sutilmente a sonoridade clássica do grupo sem tirar o pé da evolução natural que trilharam pelos seus mais de 30 anos de carreira. Muitos elementos de “Alice in Hell” (1989) e “Never Neverland” (1990), para ouvidos atentos, estão presentes em diversas passagens. Exemplo seria a curta instrumental “Dark” que nos remete, devido ao clima tenso e ambientação soturna, à inconfundível introdução de “Alisson Hell”.

“Not All There”, que encerra o álbum, traz uma proposta interessante de speed metal conduzida pelas guitarras cortantes e precisas e uma quebrada de funk rock na sequência que proporciona uma variação ousada, embora certeira. Ou seja, o disco termina bem diferente como ele começa sem ser incoerente em seu contexto.

Confira o clipe de “Pieces of You”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=CQSehIcwn6Y&w=560&h=315]

“For The Demented” traz um Annihilator renovado, maduro e eficiente em suas composições, esbanjando energia num trabalho conciso feito para os fãs antigos e ao mesmo tempo para fãs da nova geração.

Um disco que agrada logo pela belíssima e impactante arte da capa e não decepciona quando o som começa a rolar. Heavy Metal do bom!

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